Volodymyr Zelensky em Portugal
Volodymyr Zelensky (Lisboa, 28 de Maio de 2024)
1. Não se vislumbra o fim dos territórios ocupados e avança todos os dias a ideia que a Rússia está a progredir no terreno. Não sei se está. Há manipulação de parte a parte, um para esconder o fracasso (Rússia) o outro para manter a chama viva do interesse internacional em ajudar com logística de guerra (Ucrânia). A necessidade de Zelensky fazer estas viagens pela Europa prova aquela ideia: quem ajuda, não pode ajudar sempre, quem precisa, precisa sempre, por isso, antes da cimeira da paz, continuar com a desgastante operação de pedido de ajudas políticas, humanitárias, monetárias, treinamento militar e armamento.
2. Vigora a lei marcial na Ucrânia, por isso está cancelada a realização de eleições. Nos últimos dias, o Vladimir Putin tem espalhado a narrativa alicerçada na Constituição Ucraniana que o Zelensky já não é presidente e o poder passou para o Parlamento. Nos próximos tempos iremos ouvir este discurso nausiante que o Zelensky já não é um Presidente legitimado. Quando o Presidente da Rússia alterou por duas vezes a Constituição para se eternizar no poder e apresenta-se a eleições sem adversários e invadiu um país soberano por ter a convicção que a Ucrânia não é um país soberano acharia razoável haver eleições presidenciais num território sem condições de segurança, as pessoas mergulhadas na miséria com perdas de vidas e mais de 7 milhões de refugiados. Para as ambições de Putin seria muito oportuno a realização de eleições na Ucrânia, irá bater-se para que tal aconteçam a todo o custo.
3. Quem dá o que tem a mais não é obrigado, desta vez as ajudas prometidas parecem mais de acordo com a nossa relidade económico-finaceira e militar: "Portugal e Ucrânia assinaram um acordo bilateral de cooperação e segurança com um horizonte de dez anos. Além do apoio de 126 milhões de euros em 2024, Lisboa fornecerá a Kiev caças F-16, assegurando a manutenção e o treino dos pilotos para o uso das aeronaves."
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