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Perspectivas & Olhares na planície

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Uma Perguntinha... (6)

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Estou deveras emocionada. A razão pela qual a emoção tomou conta de mim não se prende com o facto de António Costa ter insinuado a possibilidade de o IVA baixar na alimentação. A ser verdade, a diminuição deste imposto quando tem acontecido nunca se reflectiu na carteira dos portugueses. Há os conhecidos exemplos: na restauração e nas bicicletas, os preços não diminuíram, pelo contrário.

Digam-me lá se os vossos olhos não ficam humedecidos pela carga emotiva espoletada ao ver os maninhos Mendes sentadinhos ao lado um do outro nos debates parlamentares? Os meus ficam humedecidos e vermelhos com o esforço para reprimir as lágrimas. Não chego ao ponto de tornar as minhas bochechas na cascata do Niagara. Não posso desperdiçar as lágrimas, tenho de as poupar. Estou cada vez mais sensibilizada para abrir a torneira dos olhos com mais parcimónia. Ainda não inventaram redutores de caudal de lágrimas. Por isso, temos de criar o hábito de chorar só para quem merece e em ocasiões que valham a pena. As fugas no saco lacrimal devem ser tratadas com urgência, não me refiro às roturas de rir até às lágrimas, está estudado por uma universidade com o nome a respeitar a língua do país onde está sediada, chorar a rir é uma boa maneira de secar lágrimas para quando estes coirões que governam Portugal nos proporcionam só tristezas e amarguras, os nossos olhos rejeitem automaticamente dar a alegria desejada por eles: as nossas lágrimas. 

A poupança da água lacrimal deve passar a ser uma prioridade na mediática agenda verde. As alterações climáticas também se fazem sentir na qualidade da lágrima que escorrega pelas maçãs do rosto. 

Enquanto espero que a menina Greta veja as potencialidades na causa para a incluir nas próximas acções de propaganda, com pés de barro, pela sustentabilidade ambiental, entretenho-me a pensar que devem ter a imprensa bem domesticada a seu favor, pois pouca tinta correu pelo facto de o António Costa continuar a fazer do Governo uma Sonae, onde tem ministros que são irmãos.  Os questionários, as normas de conduta e de ética inventadas por este Primeiro-Ministro não passam de medidas chamariz, sem efeitos na prática.  Nesta família não deve ter nenhum elemento desempregado. Mais, a comunicação social não os chateia, não recrimina ostensivamente a posição de Costa em manter os dois irmãos como ministros, o mano foi promovido, era secretário de estado, já a mana era ministra. É um mistério.  Gostava de saber o porquê?

O Marcelo Rebelo de Sousa menosprezou assim: "Não é propriamente uma coisa generalizada. Não sendo e entendendo-se que cada um tem o seu mérito próprio, e eu tendo feito parte de um governo de direita onde isso já aconteceu, não vejo uma objeção específica que suscite uma oposição da parte do Presidente da República." Acrescentando que no governo a que fez parte liderado pelo Francisco Pinto Balsemão era composto por dois ministros irmãos: Basílio Horta e Ricardo Bayão Horta. Por outro lado, há a justificação previamente preparada: "Ana Catarina Mendes reporta "exclusivamente" a Costa e o irmão só se articulará com as Finanças." Como se vê amiúde nas idas do Primeiro-Ministro ao Parlamento, não é bem assim, nem friso as reuniões de conselho de ministros. É sempre tudo dentro da legalidade no que concerne ao regime de incompatibilidades e impedimentos aplicável aos políticos. 

Com o histórico de "familygate", o António Costa era para ter virado a página às nomeações políticas com filiações até à quinta geração. 

Insisto: os maninhos têm uma imprensa tão fofinha, porquê?

 

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