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Perspectivas & Olhares na planície

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Política sim, partidarite não!

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No passado mês de Janeiro, a Escola Secundária de Serpa acolheu, e bem, o Encontro Transfronteiriço de Professores do Programa Escolas Embaixadoras do Parlamento Europeu (EPAS). O aspecto desinteressante foi a programação lúdica que proporcionaram aos professores portugueses e espanhóis que participaram neste encontro. Para estes organizadores os locais de interesse histórico-cultural na cidade de Serpa e zonas limítrofes são: a estátua da Catarina Eufémia (Baleizão) e a Herdade Paço do Conde. Bem sei que "Pelos Caminhos da Paz" foi o tema desta iniciativa com duração de dois dias, no entanto, podiam ter escolhido o Museu do Relógio, o Castelo de Mértola ou a extraordinária queda de água baptizada de Pulo do Lobo.

O Aristóteles deixou escrito para as gerações vindouras que o "homem é um animal político", porém as mulheres e os homens do século XXI estão vocacionados para a partidarite, em todos os cenários da sociedade nos quais estão envolvidos, desde um vulgar jantar com amigos até à organização de uma iniciativa relacionada com a profissão,  nunca deixam de estar amarrados à doutrina dogmática dos partidos, quando notoriamente não são necessárias essas amarras. Nem sempre temos de mostrar o que está à vista de todos: a excessiva dependência das visões de um determinado partido.

Serpa e arredores têm atracções patrimoniais e naturais mais cativantes do que irem ao Terreiro da Fonte, em Baleizão, apreciar a estátua da Senhora cujo PCP não deixa que descanse a sua alma em PAZ. Se tivessem respeitado essa premissa, estavam a cumprir o propósito do EPAS de 2025. O Partido Comunista Português usou a tragédia no seio de uma família pobre, manipulando as mentes muito permeáveis ao canto da sereia. Com requintes de malvadez construíram uma história com muitas inverdades, onde os maiores prejudicados foram os filhos e a mãe de Catarina Eufémia. A propaganda comunista foi tão profissional que conseguiu obter ganhos monetários com a venda de artigos diversos estampados com a cara da Senhora que pouco falava e falou na hora errada depois de ser empurrada por uma colega de trabalho. E não venham comentar que é mentira, pois eu conheci pessoas que estavam ao lado da Catarina Eufémia naquele fatídico dia, testemunhei  várias vezes o vil folclore liderado pelo perturbador Álvaro Cunhal que acontecia todos os anos no Largo da Fonte para assinalar a data do assassinato da Senhora que não conseguiu criar os seus filhos. Os jovens e os menos jovens deviam deixar de ser iludidos pelas patranhas fomentadas por este partido manchado de sangue humano. 

De caminho os professores foram visitar a Herdade Paço do Conde da família Castelo Branco. Tem uma história riquíssima que deve ser conhecida, todavia devem ter ocultado umas páginas,  nomeadamente aquelas onde fazem a descrição das herdades e terras desta família que foram ocupadas pelos comunistas para concretizarem a famigerada Reforma Agrária. Esta parte bonita da história deveria ter sido relatada, e inclusive informar que os "camaradas de bem desta aldeia" tentaram impedir a normal actividade agrícola com ameaças verbais e violência física contra os trabalhadores pertencentes à empresa agrícola que abriu as portas as estes visitantes inesperados. 

Como tenho a certeza que romantizaram a história, sinto pena dos cerca de cinquenta professores que foram para as suas casas com apenas uma parte da história na bagagem, por conseguinte, voluntariamente apresentei a outra parte que ficou por contar. 

Vivemos na polis, rodeada de política – políticas sociais, culturais, ambientais...– para quê trazer a dinâmica partidária quando o natural é fazer aplicar a política, isto é, as regras e os limites de forma a organizar um país, por consequência, a vida das pessoas nesse país. Na actualidade, há mais partido e menos política. A ideologia partidária em excesso está a destruir os países. A Paz consegue-se com a política e não com as doutrinas extremistas que certos partidos seguem e muitos políticos mal intencionados aproveitam para atingir os seus interesses pessoais.

Aristóteles também deixou escrito: quem não consegue fazer parte de  uma comunidade, ou por não precisar ou por ser auto-suficiente, nunca pode considerar que faz parte de uma cidade, em função disso, "ou é uma besta ou é um deus."

Assim sendo, tentemos não ser tantas vezes bestas.

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