P&O na Planície: Bom Fim de Semana 87
P&O na Planície: Bom Fim de Semana 87 = Dez anos. 1+1+1+1+1+1+1+1+1+1=10. Em dez anos 1,3 milhões de euros fizeram-se indevidamente à estrada para as contas bancárias dos gestores das universidades e politécnicos. O Tribunal de Contas meteu-se a caminho para investigar a razão para a existência de suplementos, subsídios de função pagos aos gestores do ensino superior, ainda por cima à margem da lei. A auditoria não foi calorosamente bem aceite pelos queridos que ocupam estes cargos de gestão que não respeitando a lei atribuem remuneração extra por desempenhar estas funções. Alguns já devolveram os valores recebidos ilegalmente, se bem se lembram essa regularização foi feita no Instituto Politécnico de Santarém; vamos ver se seguem todos o exemplo e depositam o dinheiro a mais na conta do Estado Português.
Esta pandemia sanitária também serviu e continua a servir para todos constatarmos que as universidades e politécnicos não souberam adaptar-se à exigência que a propagação deste vírus impõe. Tardiamente começaram a tomar medidas. As instituições de ensino superior têm uma gestão inoperacional, estão a formar os futuros trabalhadores num desnorte que só sabem estar preocupados em atrair alunos estrangeiros ao abrigo do programa Erasmus. Não há planos de contingência para situações em que deverão seguir o regime semi-presencial (quando as aulas práticas são parte importante e imprescindível na formação) ou o regime totalmente à distância. Estes gestores a receber suplementos fora da lei não foram perspicazes em dotar as universidades e politécnicos de mecanismos de ensino a pensar no aluno, no mercado de trabalho, nas carências e vicissitudes de um país com problemas económico-sociais estruturais (somando ainda os problemas conjunturais); pensarão que é só leccionar as aulas em inglês? Que depois temos um ensino superior de qualidade, inovador, adaptado ao século xxi que se espelha de forma diferente em Portugal e nos outros países do mundo?
Desde que os órgãos de gestão começaram a alinhar-se visceralmente com o partido que forma o Governo Constitucional e assim as universidades e os politécnicos começaram a marcar passo. Os vícios desta rotatividade governativa de nomeações está a trazer os seus frutos: um ensino superior a caminhar na estrada do passado, como há muita estrada, não há interesse em caminhar para o presente e, consequentemente, para o futuro.
Em mais um fim de semana de confinamento, desejo-vos um Domingo Valentino esplêndido.