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Perspectivas & Olhares na planície

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P&O na Planície: Bom Fim de Semana 84

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P&O na Planície: Bom Fim de Semana 84 = A declaração de IRS tem de ser obrigatoriamente entregue pela Internet. Não há que ter medo de hackers, é seguro o Portal das Finanças. E claro temos de evitar o abate de árvores para produzir milhões de formulários e gastar tinta de esferográficas e assim evitar a traça nos caixotes onde, ano após ano no depósito das Finanças colocavam  os nossos IRS's com a nossa magnífica letra de forma e os nossos algarismos que pareciam que tínhamos feito um curso de caligrafia à pressa; e nós a não compreendermos as constantes perguntas do funcionário das finanças que estava a inserir os dados na base de dados: irra não sabe ler? Estreei uma caneta para ter as palavras e os números  completamente torneados a preto e só sabe perguntar se é com S ou com Z o nome da filha? Há funcionários nestes serviços que parecem que fizeram um embelezamento do Curriculum  Vitae como o tal que foi para a "Europa".

É melhor mudar de assunto.

Onde eu queria mesmo chegar era aqui: o IRS é  electrónico, enquanto que subsiste o voto em papel. 

As eleições presidenciais estão para acontecer por estes dias, neste momento estamos com a pandemia a galopar sem freio e o que estes governantes têm para  oferecer ao cidadão para exercer o seu legítimo direito de voto? Um boletim em papel para colocar a cruz e depositar na urna com pessoas escolhidas de acordo com a preferência das amizades coloridas de partidos a olhar para nós com os olhos curiosos: será que votou no nosso candidato comunista? E eu mentalmente a pensar sem me desconcentrar para "enfiar" na ranhura o meu boletim dobrado em três partes:  cruzes, canhoto que alguma vez iria votar num comuna. 

As eleições presidenciais não suscitam muito interesse, quando há lugar à recandidatura do Presidente da República em funções diminui substancialmente o interesse que já está nos mínimos para nos deslocarmos à nossa mesa de voto e ver as tais caras larocas que estão sempre lá – se estivermos atentas conseguimos acompanhar o aparecimento das rugas no pescoço eleição após eleição – para nos lembrar em voz alta o nosso nome completo. 

Os nossos governantes lutam para que a abstenção ganhe. Fazem as campanhas para que ninguém vá votar, para que haja cada vez mais abstencionistas.  O que não contavam é com a grande aliada de última hora: a pandemia. Nunca pensaram neste brinde, está tudo a favor... deles e não de quem vota.

Não se entende que ainda não haja o voto electrónico.  Têm medo do quê? Se todos votassem, não seriam eleitos? 

Com a pandemia Sars-Cov-2 mais sentido faria a institucionalização do voto electrónico.  Podia ser numa aplicação pensada de raiz, no portal das finanças,  no multibanco, sei lá, onde quisessem o que importava era a existência de um sitio onde eu e a maioria dos portugueses pudessem votar sem sair de casa. 

Baixaria a abstenção, os resultados representariam realmente a escolha de uma grande parte da população votante em Portugal e poupava-nos a estas soluções irresponsáveis: "CNE diz que os idosos podem sair dos lares para votar e não  precisam de fazer quarentena" ou como defende Marques  Mendes: urnas de votos nos lares. Esta ideia peregrina do comentador oficial das novidades é mais ou menos como certas decisões de certas freguesias comandadas por "gente que é contra a abstenção" que organizam excursões de idosos para exercerem o direito de voto naquele que pagou a excursão de autocarro. 

São sempre ideias com as melhores das intenções! 

Urge limpar os fungos, a crosta/manchas negras nas nossas cinco quinas...

 

 

 

 

 

 

 

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