P&O na Planície: Bom Fim de Semana 55
Excepcionalmente a rubrica: P&O na Planície: Bom Fim de Semana 55, saiu à Segunda-Feira!
P&O na Planície: Bom Fim de Semana 55 = Em 2002 Eduardo Ferro Rodrigues candidatou-se ao lugar de Primeiro-Ministro de Portugal, perdeu para o Durão Barroso.
Escreveu-se certo por linhas tortas: livramo-nos de um Primeiro-Ministro jactante (enjoativo) e teimoso (perigoso).
O destino não quis, porém quis o António Costa: Ferro Rodrigues saiu da prateleira directamente para a Presidência da Assembleia da República. E assim temos um Presidente da Assembleia da República ufano (ad nauseam) e teimoso (estouvado).
Vai acontecer a sessão solene comemorativa do 25 abril de 1974 na Assembleia da República, Ferro Rodrigues dixit: "o 25 de Abril tem de ser e vai ser celebrado". Por mim, neste tempo de contenção social e principalmente contenção na entrada de impostos directos e indirectos para a carteira do Governo, faz bem pedir aos contribuintes mais uns trocos para pagar as horas extras dos funcionários do Parlamento que terão de comparecer no sábado para concretizar a festa especial do Ferro Rodrigues.
É engraçado que o Jair Bolsonaro e o Donald Trump dizem ou têm algum gesto aparecem que nem formigas a adivinhar trovoada, a gritar até à rouquidão: populistas! São os mesmos que incentivam e apoiam esta sessão populista que sempre foi, porém este ano assumirá o clímax do populismo. O populismo é transversal: tanto aparece empunhado pelos políticos de direita como pelos políticos de esquerda, ao contrário do que o Presidente da AR quer instituir.
Em tempos expcionais que estamos a viver comandados por um vírus altamente contagioso, celebrar o 25 de Abril de 1974 sim, tornar a data numa festa bacoca, não! Quando estamos voluntária ou involuntariamente confinados em casa para o bem maior: a nossa vida; chega-nos exemplos de populismo ao mais alto nível, mas que ninguém admite. Só os outros é que são populistas. Nós somos os guardiões da democracia e da liberdade. A deles, é claro. A propósito de populismo. Não vai faltar, nem a festa se fazia!
Há um provérbio chinês que ilustra na perfeição este momento da nossa democracia, que podia e devia ser muito melhor: “as más companhias são como um mercado de peixe; acabamos por nos acostumar ao mau cheiro.”
No próximo Sábado, na Cerimónia de Comemoração do 25 de Abril, não teremos cravos vermelhos naturais a ornamentar o hemiciclo, teremos, isso sim, cravos com o vermelho invertido (efeitos negativos).