P&O na Planície: Bom Fim de Semana 50
Atrasei-me muito, lamentavelmente!
P&O na Planície: Bom Fim de Semana 50 =
A madrugada de Sexta-Feira 13 começou com uma conferência de imprensa de 5 ministros a explicar as 30 medidas decretadas no Conselho de Ministros. Para além de ter sido decidido que Portugal entrava administrativamente em Estado de Alerta. Achei estranho esta urgência porque já deviam ter sido tomadas ou preparadas medidas mais rigorosas perante o rasto que o Covid-19 tem deixado por onde tem entrado e permanecido; quando acordei na manhã de Sexta-feira o número de pessoas infectadas tinha subido para 112 sem referir os casos suspeitos. Bingo. Em Macau bastaram 4 pessoas infectadas para se tomar medidas castradoras e fundamentais para conter a proliferação desregrada do contágio do Covid-19. Para o Governo de quem votou nele foi preciso chegarmos à casa dos 100 infectados, tendo em conta as correntes de notícias chegadas de França, Espanha e Itália, para os alarmes dispararem.
A Cristina Ferreira diz que temos um Primeiro-Ministro do caraças, quem sou eu para a contrariar, todavia:
1- não fechou as fronteiras terrestres (as entradas ficariam condicionadas à circulação de bens e mercadorias): Espanhóis fogem para Portugal.
Não temos forças de segurança suficientes, por isso, deve ser esse um dos motivos para andar a adiar o fecho das fronteiras. As forças armadas não podiam fazer esse patrulhamento?
2 - o fluxo aéreo diminui porque não há restrições nacionais, pelo contrário: chegados ao aeroporto só há controlo em caso de suspeita. Os restantes é livre-trânsito. (não haverá recursos humanos também, essa é que é essa);
3 - antecipadamente não se fez o inventário de ventiladores existentes no SNS (muitos estarão obsoletos ou avariados): “Direcção-Geral da Saúde ainda está a fazer um levantamento dos equipamentos para ventilação disponíveis para doentes que necessitem de cuidados intensivos”. E estava tudo pronto...
4 - os profissionais de saúde não tiveram à disposição o material e equipamento necessário para se defender e proteger os utentes do contágio, a Ministra da Saúde admitiu essa incompetência, logo até ao momento há: Mais de 50 médicos infetados e 150 em quarentena, diz Sindicato;
5 - a formação para enfrentar este vírus poderoso foi a conta-gotas e agora é que estão a pensar dar formação aos bombeiros,por exemplo: no transporte de suspeitos ou infectados pelo Covid-19. Depois de se tornar um hábito ler por estes dias estas situações insólitas: “Um homem com suspeita de coronavírus está fechado em isolamento na casa de banho de um centro de saúde em Setúbal enquanto espera por uma ambulância”. Em Fevereiro o INEM assegurou que estava preparado para esta missão de transporte de pessoas suspeitas ou infectadas com o novo coronavírus. Imaginemos se não estivesse… Seria um dia à espera dentro de um wc;
6 - Não podiam ter aplicado estas medidas mais cedo para que fosse menos inútil a linha telefónica SNS 24 que ainda por cima tínhamos de pagar, felizmente que colocaram a ideia comercial de lado e passou a ser gratuita a chamada. Foi preciso acontecer esta vergonha: “Na segunda-feira, a linha SNS 24 não atendeu mais de metade das chamadas.”
Em Portugal, cada um tem reagido à ameaça do Covid-19 diferentemente com momentos de:
1 - inconsciência de mau gosto e egoísmo social: com festa temática, aglomerações em praias ou em espaços nocturnos.(uns drones como estes teriam sido bem-vindos, mas não existindo, um megafone para mandar estas pessoas para casa teria tido efeito também);
2 - infantilidades incompreensíveis: uma lança um boato (e foi castigada), a outra liga insistentemente para a linha SNS 24 sem motivo clínico;
3 - irracionalidade à beira da paranóia: o caricato predomina quando as pessoas sem critério e planificação esvaziam prateleiras de supermercado, com especial obsessão pelo: papel higiénico, álcool e similares, açúcar e enlatados;
4 - propagação dos irmãos metralhas à portuguesa: furtos de máscara, luvas, desinfectantes e papel higiénico em vários hospitais e centro de saúde (Elvas, Maia, Porto e Lisboa);
5 - infelizes tentativas de serenar o povo português (situações anedóticas): “Não devemos chegar a este ponto. Que cada um de nós recorra à horta de um amigo. Não açambarquem“ (Graça Freitas); “Lavo a loiça, ponho a roupa a lavar e faço as refeições” (Marcelo Rebelo de Sousa em quarentena);
6 - solidariedade:
"#Somos todos SNS": As palmas em homenagem aos profissionais de saúde;
Nasceu o SOS Vizinho, para levar bens essenciais aos que mais precisam.
Lá fora o cenário de excentricidades não difere muito do que acontece(u) por cá (o ser humano tem tendência a copiar padrões de comportamentos):
1 - Duas mil máscaras cirúrgicas desaparecem de hospital em Marselha;
2 - Corrida aos supermercados nos EUA... Daniela Ruah até teve sorte;
3 - Praias do Rio ficam cheias apesar do alerta para conter coronavírus;
4 - COVID-19. Comprou 17.700 embalagens de desinfetante e agora não as pode vende;
5 - COVID-19. O vídeo emocionante do tenor italiano a cantar ópera na varanda já é um sucesso.
Temos um prego espetado no meio de nós a ameaçar a nossa sobrevivência.
Para quem pense que é uma pneumonia sem sequelas: Infetados com o vírus que se curem podem perder 20 a 30 por cento da capacidade pulmonar.
Estamos metidos numa roleta.
Mas temos de ter esperança: Portugal começa a dar cartas (descodificado o genoma dos primeiros portugueses infectados). Por sua vez, uma empresa alemã mais próxima de desenvolver uma vacina contra o Covid-19; A Chanceler Merkel a tentar que o EUA do Trump não obtenha a exclusividade dos direitos para evitar que seja dono e senhor da vacina (monopólio = comercialização favorável = lucros).
O António Costa precisa de ser um pouco como o Miguel Albuquerque, Presidente do Governo Regional da Madeira: "Não há meios termos. Ou fecham as fronteiras e limitam a liberdade de movimentos das pessoas ou o vírus vai propagar-se" Chega de cobardia. É melhor falhar por excesso de medidas profiláticas do que termos os falhanços de má memória: incêndios 2017.