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Perspectivas & Olhares na planície

Perspectivas & Olhares na planície

P&O na Planície: Bom fim de semana 133

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P&O na Planície: Bom fim de semana 133 = A semana foi como uma casa em ruínas, daquelas que o Governo Costa não quer arrendar coercivamente,  só quer devolutas mas todas arranjadinhas pronta a serem ocupadas sem que os proprietários autorizes. Semana com um telhado a gritar por ajuda de um guarda-chuva, com umas paredes cheias de fissuras e a escafelarem-se, que me fazem lembrar a minha tia a coçar-se com o eczema:

1. Foi a continuação do desfile pela comunicação social da podridão das mentes da Igreja Católica Portuguesa a justificar o injustificável, até o Bispo de Beja contribuiu para a amnistia dos crimes praticados pelos membros da sua seita legalizada (merece um textinho esta personagem). Não se ofendam os católicos pela minha classificação de seita à vossa igreja, às vezes ler um pouco da sua história, não me refiro à Bíblia, perceberiam que estas práticas criminosas sempre existiram, as quais foram devidamente ocultadas e desacreditadas a quem ousasse divulgar ao longo dos séculos. 

2. Também houve a continuação da saga da história ou será estória?, fiquei na dúvida dada a intensa sucessão  de relatos das peripécias  desta tragicomédia que cada vez mais parece "O Cavaleiro da Dinamarca" da Sophia de Mello Breyner Andresen: o cavaleiro a cada cidade visitada havia sempre alguém que lhe contava uma história; uma coisa é certa nesta narrativa não entra o Primeiro-Ministro António Costa, e faz parte da história,  imagine-se se não pertencesse ao enredo. Tudo têm feito para o esconder na lamparina do Aladino, quando os ventos estiverem a favor para fazer um brilharete, o seu escudo Medina esfrega a lamparina e sai o Génio António Costa com o desejo de fazer desaparecer o seu Escudo  Medina (está completamente furado, não serve já para o proteger) e receber loas dos seus apaniguados, onde se incluem os do seu partido e subsídio-dependentes. O clímax pelo que me deu a perceber deu-se na conferência de imprensa, na qual o Escudo Medina despediu por justa causa ao vivo e a cores o Manuel Beja e a Christine Ourminières-Widene. Estava um rapaz ao lado do Ministro das Finanças que para mim era para ter sido o portador  da má notícia para estes dois, um tal Galamba, mas pelos vistos estava ali para ser figurante,  não me surpreende, desde o momento da sua nomeação sentiu-se no ar, não eram as poeiras do norte de África, que seria um ministério e ministro a fazer figuração no reality show que se tornou o Governo de Costa. Considero este o clímax,  uma vez que o afastamento do Medina do governo já não cria a emoção da surpresa,  dado que quase todos os dias, está na iminência o seu dever de  entregar as chaves do portão do Ministério das Finanças. A sua exoneração não fará história na história da demissão do Governo, pois não haverá tal evento nos próximos meses. Já a caminha para a saída do Fernando Medina está a ser preparadinha com o requinte de uns lençóis de linho indiano podem oferecer. Quando são as eleições europeias? Pode ser um cabeça de lista em ponderação. A eleição para Secretário-Geral do PS não será possível, as tropas soaristas e as tropas da ala mais esquerdista — Manuel Alegre, Cravinho — liderada pelo Pedro Nuno Santos não vão permitir que consiga esse epíteto. 

3. Hoje está difícil de deslargar o Medina. Alguém conhece o Manguel? Eu nunca ouvi tal nome. Vivo na província, ou melhor, no deserto para estes senhoritos citadinos. O Escudo de Costa, sabe. Até porque foi no seu reinado enquanto presidente da capital portuguesa que resolveu ser um grande samaritano com o dinheiro dos contribuintes ao oferecer um salário vitalício de 2.500 euros mensalmente. Alberto Manguel é um escritor e investigador argentino que irá doar a sua biblioteca (40 mil livros) ao Município de Lisboa.  Ora bem não sei como definem na Argentina o conceito de doação, mas em Portugal doar, é dar gratuitamente alguma coisa. Este senhor não está a dar nada sem intenção de obter dividendos, para além  do salário, vão ser pagas as viagens a Lisboa (ida e regresso) e terá de sustentar um consultor seu amigalhaço. O  bilhete da lotaria deste senhor Manguel não fica  por aqui: o Medina prometeu-lhe restaurar um Palácio cuja a exigência é ter só para si uma cozinha e claro uma casa de banho. Será que exigiu um bidé, surgiu essa curiosidade na minha mente. O bidé está em crise em Portugal, pode ser que lá para o país  das Pampas seja um objecto  de culto. O Manguel a mangar com os contribuintes com a assinatura de Fernando Medina.

4. O nosso Serviço Nacional  da Saúde é a noite e o dia ao mesmo  tempo.  É capaz de prestar um serviço de saúde de um país desenvolvido como na  mesma hora prestar a assistência médica de um hospital do terceiro  mundo. Passo a explicar: uma ambulância percorreu 190 quilómetros com uma senhora referenciada com um episódio de doença urgente para ser assistida, ou seja, o hospital que estaria a 12 minutos da sua residência, à chegada da ambulância à porta do dito cujo hospital não foi aceite, teve de andar de porta em porta, de hospital em hospital para que um médico a aceitasse, passadas quatro horas e tal foi finalmente admitida na terceira porta que bateu. Reparem que os serviços centrais enviaram a doente para um hospital sita a 12 minutos da sua morada e seria um caso de emergência. Não faleceu pois como dizem as pessoas antigas: "não  tinha chegado a hora da senhora." Os bombeiros das Caldas da Rainha cumprem ordens,  não inventam vagas de admissão de doentes nas urgências.  Em contraposição,  ainda o doente não chegou ao Hospital de São João já os médicos das urgências hospitalares já conhecem os dados da situação clínica da pessoa que irão tratar. Porquê? Devido a um projecto-piloto entre o INEM e o Hospital São João em que  "INEM passou a disponibilizar em tempo real e de forma digital a informação dos doentes encaminhados para o Hospital de São João, no Porto, uma inovação que permite antecipar a assistência em vários minutos." Entretanto, o futuro ex-Ministro da Saúde Lacerda Sales, pelo menos era o que se dizia que era o substituto da Martinha, foi numa missão médica  para São Tomé e Príncipe. Não é condenar, longe de mim essa intenção,  mas quem já precisa também de missões médicas de voluntários é o nosso SNS, dado o estado de sítio em que se encontra.  O António Costa ainda não se lembrou de apresentar uma campanha: "Seja voluntário no Serviço Nacional de Saúde Português, faça missões médicas cá dentro".  Já estivemos mais longe de haver uma conferência de imprensa para apresentar uma medida desta "envergadura" para "alavancar" a assistência médica pública. Vergonha já percebemos que não têm. 

5. Continuando na área da saúde, li a notícia que o Ricardo Salgado vai dar a sua contribuição num estudo internacional sobre a doença de Alzhiemer, onde se pretende avaliar os benefícios de um medicamento experimental. Ao que parece o Ricardo Salgado está a tomar esse comprimido. É preciso manter  de pé a tese de defesa orquestrada pela sua equipa de advogados. Se estivesse no activo a assinar papéis do BES, as falhas de memória a caminho de uma doença que merece muito respeito para quem teve o azar de a ganhar em forma de presente no avançar da idade, não se equacionava. Seria sempre enaltecido como um homem com uma extraordinária capacidade de lucidez apesar da sua longevidade marcada na data de nascimento. É a doença da moda dos ricos quando têm o rabinho sentadinho no banco dos réus. O Luís Filipe Vieira que idade tem? É só para saber. Escrevo outra vez: longe de mim ter intenção de...

A casa tem porta, Portugal ainda não está completamente transformado numa ruína.