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Perspectivas & Olhares na planície

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P&O na Planície: Bom Fim de Semana 109

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P&O na Planície: Bom Fim de Semana 109 = pergunto às queridas leitoras e queridos leitores deste estaminé se já montaram a árvore de natal? É uma correria desgraçada dos nossos famosos pastilha elástica para tirar fotografias das suas árvores de natal para publicar no instagram ou facebook. Muitas começaram  nos últimos dias de Novembro a azáfama de serem os primeiras a mostrar nas redes sociais os enfeites pendurados no pinheiro artificial. Assistimos a uma competição doentia de quem tem as bolas maiores, as luzes que piscam mais,  se penduraram cinco renas ou ou o mesmo número de deputados do nosso Parlamento em renas. Se cinco ficam a matar de beleza, imaginem 230 renas engalfinhadas na pobre árvore de natal artificial.  Ficaria uma valente piroseira. Sempre seria mais bonita do que as árvores de natal cor de rosa, roxas. Isso sim são uma autêntica foleirada.

Eu ainda sou do tempo em que numas pernadas de pinheiros cortados à socapa se enfeitavam com miniaturas de chocolates (bolas, sinos, sombrinhas, pinhas), com notas de dinheiro (quinhentos escudos,  dois mil escudos e dez mil escudos) e nunca faltava o algodão para fingir a neve.

Quando se acendiam as luzes e começavam a piscar era uma alegria: ora se via a nota de dez mil escudos (a pensar: quem será o sortudo(a) que a ganha no sapatinho), ora aparecia a sombrinha de chocolate Regina, ora surgia iluminado o pai natal de chocolate. Ficava horas a contemplar o espectáculo do pisca-pisca aleatório das luzes que tornava o meu pinheiro único e o mais bonito da minha vizinhança e das minhas amigas. Pelo menos para mim, achava que era. 

Eram árvores de natal ornamentadas com mais amor, em que as tendências dos enfeites ditados pelas campanhas marketing não imperavam. Hoje os enfeites são somente de plástico, tecido e acabou aquela magia de ir tirar um sino para comer às escondidas da mãe.  Sempre na esperança que não se notasse os espaços vazios nos galhos do pinheiro. Mas, com o avançar dos dias tornava-se difícil, os dias passavam e cada vez aí havendo menos chocolates pendurados. E claro não me livrava do ralhete da minha mãe.  Não chegava com a árvore despida à noite de natal, porque a minha mãe ia repondo os enfeites comestíveis que os tinha escondido para que não tivessem a sorte macaca de irem para a barriga antes da principal função: serem pendurados na árvore de natal.

E o algodão ainda tinha outra utilidade: escrever nos vidros das janelas as frases a desejar: Boas Festas, Feliz Natal e um Próspero Ano Novo para quem passasse e olhasse para a janela da minha casa. 

Desculpem este momento de nostalgia.  Não sou de saudosismos. Às vezes o pensamento voa para o passado sem que eu consiga colocar um travão.  São fases. Quando estou atravessar a fase de não conseguir entrar no espírito natalício,  o meu subconsciente prega-me esta partida. Obriga-me a recuperar o amor, a emoção da quadra natalícia que está perdida nas veredas da mente. Acima de tudo que, apesar de tantas coisas, sou e esforço-me sempre, para ser e estar feliz na absorvente preparação do Natal.  Sou uma felizarda. Não me posso esquecer disso.  Quando fechar a porta desta reunião familiar,  não me posso esquecer que sou uma felizarda. Daqui a 12 natais? Não  sei. Por enquanto sou uma Enorme Felizarda. 

Está decidido.  Amanhã monto a árvore de natal até quase ao tecto. Todos os penduricalhos saem da das caixas para preparar a casa para a temporada Natal + Ano Novo + Dia de Reis. 

A minha árvore não será do tamanho desta árvore da fotografia, mas anda ela por ela... imaginem as bolas, os sinos que tenho de pendurar.

E o presépio? Estão a ver aqueles que aparecem na televisão onde recriam um género de aldeia com duzentas, trezentas peças? Pois, é assim e tem direito a musgo natural e tudo.   

 

 

 

 

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