Obrigada, Marcelo Rebelo de Sousa. Obrigada, Votantes no Partido Socialista.
“(...) Dizia-nos que, numa democracia, manter-se a par dos acontecimentos correntes era o mais importante dever de um cidadão e que nunca era cedo de mais para estarmos informados das notícias do dia.”
A Conspiração Contra a América, Philip Roth
O Marcelo Rebelo de Sousa alimentou o António Costa como Primeiro-Ministro e criou uma monstruosidade. Na prática para estas eleições legislativas o Governo de António Costa preparou e deixou o país assim:
1 - Um Serviço Nacional de Saúde sitiado e condenado à míngua: sem recursos humanos. Enormes listas de espera para a primeira consulta de especialidade (as cirurgias tardam ainda mais com o sistema de marcação das mesmas para hospitais distantes que inviabiliza o auxílio de familiares dando origem à recusa e no recomeçar do processo da remarcação da cirurgia sine die). É deplorável a escassez de meios e dos equipamentos diagnósticos obsoletos (em certos casos avariados);
2 - A Segurança Social é morosa na resposta e na solução para os diversos requerimentos submetidos. Incapaz de fiscalizar lares, creches a funcionar ilegalmente ou em condições a ombrear os países do terceiro mundo;
3 - Os restantes serviços públicos a flagelar a vida dos portugueses: os demorados processos de renovações de cartas de condução e dos cartões de cidadão, os serviços de estrangeiros e fronteiras colapsados, os processos dos tribunais quase parados uns porque dá jeito (casos mediáticos) e outros por incapacidade e escassez dos meios e recursos humanos existentes;
4 - As nossas forças de segurança interna só funcionam bem na vertente da caça à multa de trânsito. O patrulhamento de cidades, aldeias é inexistente. O motivo é o de sempre: pessoal e meios insuficientes (mas as promoções por antiguidade continuam - a quantidade de cabos que existem é de “bradar aos céus”). A protecção civil permanece na mesma desorganização. No que diz respeito aos incêndios: os meios aéreos pagos a peso de ouro com pouca eficácia - a desculpa das condições atmosféricas cansa -, a prevenção é feita à boleia das intimidatórias coimas e continua o combate com recurso ao voluntariado. E passado o tempo dos incêndios pouco mais fazem como se no Inverno não exista tarefas, como por exemplo aquelas que minimizem inundações;
5 - A palavra austeridade foi banida apenas e só dos discursos de António Costa e seus camaradas de governo e partido, porque atingimos a carga fiscal mais elevada desde 1995: 34,9 % do PIB em 2018 (o INE alterou a metodologia, porém só conseguiu beneficiar o António Centeno com a descida de cinco décimas).
6 - A nossa dívida pública foi revista em alta de acordo com os critérios de Maastricht (os que o Banco Central Europeu leva em conta) situando-se nos 252,1 mil milhões de euros, cerca de 121,2% do PIB português;
7 - Passaram quatro anos e nenhuma reforma estrutural foi realizada (nem mesmo a prometida reorganização territorial no que toca à florestação / reflorestação). O único interesse foi impingir um caderno de encargos às autarquias para passarem a gerir certas tarefas que devem ser os ministérios a gerir para diminuir a despesa ministerial. Contudo, se muitos autarcas ambicionavam controlar, a título de exemplo, a gestão dos centros de saúde, ou de escolas rapidamente perceberam que foi um presente envenenado, uma vez que a velocidade da descentralização de competências não foi/é igual à disponibilização do pacote financeiro para ser exequível essa mini-pseudo encapotada regionalização em cima do joelho.
Perante este cenário em que Portugal está mergulhado 1.866.407 de cidadãos com nacionalidade portuguesa deram o efectivo aval para o António Costa continuar a governar Portugal.
O Marcelo Rebelo de Sousa contribuiu para que mesmo sendo “uma vitória poucochinha”, desta vez venceu as eleições, porque sustentou e apoiou sistematicamente esta monstruosidade. Se o Presidente da República tivesse sido estadista, se tivesse colocado os interesses dos portugueses em primeiro lugar teria dissolvido o Parlamento quando se deu a mortandade criminosa nos incêndios de Pedrógão Grande.
Muito Obrigada, Marcelo Rebelo de Sousa.
Todavia, também devo agradecer aos que votaram ontem no Partido Socialista. Pois, mais uma vez se prova que os cidadãos portugueses compram-se por tuta e meia (têm mais cinco euros na carteira e só falta beatificar os Santos: Costa e Centeno) e que gostam de viver de mentiras e ilusões. Será que ontem os portugueses ficaram amnésicos com as sucessivas e arrepiantes trapalhadas que o Governo de António Costa foi protagonista? Como foi possível esquecerem-se destes autênticos casos de polícia: Bilhetes Galp/Euro 2016 para Secretários de Estado; o não esclarecimento cabal do Vieira da Silva na gestão de fundos públicos e no apoio dado à Associação Raríssimas; as vítimas dos incêndios de Julho e Outubro 2017 causadas pela inoperacionalidade do SIRESP, da Autoridade Nacional da Protecção Civil, Ministério da Administração Interna e Primeiro-Ministro António Costa; o roubo de Tancos; o negócio das golas; o nepotismo e os amiguinhos espalhados pelo Governo e administração pública; o inadmissível apoio ao sindicato dos patrões das empresas de transportes de mercadorias; os Ministros donos ou com participações em empresas em sectores que tutelam.
(A lista vai longa e certamente que me esqueci de alguns casos e casinhos).
E não posso esquecer-me de referir o trato ofensivo, arrogante, mal-educado que um Primeiro-Ministro não deve ter na abordagem a pessoas ou situações que não lhe são favoráveis. Mas, tal comportamento tem sido uma imagem de marca do Governo Geringonças: desde uma Secretária de Estado a culpar os cidadãos por haver muitas filas na loja do cidadão até a um Ministro culpar a comunicação social por dar notícias que eram do interesse dos portugueses e que prejudicavam a imagem do Governo.
Houve de tudo, mas mesmo assim votaram na continuação desta forma singular de governar a Pátria de Camões.
Obrigada, Votantes no Partido Socialista.
Obrigada, Marcelo Rebelo de Sousa.