O lobo vestido com pele de cordeiro
O escritor Aldous huxley pensava que "O homem que pretende ser sempre coerente no seu pensamento e nas suas decisões morais ou é uma múmia ambulante ou, se não conseguiu sufocar toda a sua vitalidade, um mono maníaco fanático."
Prefiro ver os actores que fazem intervenções opinativas amiúde na comunicação social e participam activamente há anos na política portuguesa a serem uns 'monos maníacos fanáticos" por manterem a coerência nas suas convicções que as repetem desde que preencheram o IRS pela primeira vez na vida; são pessoas que nós já sabemos com o que podemos contar. Agora aqueles cidadãos que fizeram e fazem ziguezagues nos seus pensamentos, não por terem evoluído com o conhecimento e experiência as suas convicções, mas antes para se adaptarem convenientemente à conjuntura político-social de forma a manterem-se sempre influentes no decurso de todos os sectores da vida portuguesa. Destes é que tenho medo. Que fizeram da incoerência de pensamento uma ferramenta para esconder as suas verdadeiras opiniões e convicções políticas tal como os critérios firmes para a organização de uma sociedade. São os lobos com pele de cordeiro.
Serve o presente intróito para comentar o sururu que se instalou a propósito do nome proposto pelo Chega para vice-presidente da Assembleia da República.
Tal como os filiados do Partido Comunista Português são anti-UE, anti-Nato e em conjunto com o Bloco de Esquerda usaram luvas de veludo com os participantes activos da organização de extrema-esquerda FP25 que até acolheram nas suas fileiras de braços abertos, levantam celeuma por causa de um senhor ter sido um dos fundadores da rede armada de extrema-direita MDLP, que pelo que li mantem-se fiel aos seus ideais e na coerência de pensamento, tornando-se um "mono fanático", segundo Aldous Huxley.
Este "mono fanático" não é diferente dos "monos fanáticos" que estão parados no tempo do pensamento afectos à extrema-esquerda portuguesa.
As frases: o povo é soberano, o povo é quem mais ordena são evocadas só quando lhes dá jeito. Então não foi o povo que elegeu o Diogo Pacheco de Amorim? Não escondeu os seus pensamentos radicais de direita, pois estavam sempre a ecoar na comunicação social, e mesmo assim foi eleito. Portanto, a escolha do povo não é soberana? Pelos vistos para a extrema-esquerda não o é.
(O António Costa está incluído nesta extrema-esquerda por não receber os deputados eleitos pelo partido Chega. Está a desrespeitar os cidadãos que votaram neste partido. A democracia é isto: respeitar as diferentes decisões, apesar de não se comungar com as mesmas.)
Há dois pesos, duas medidas no comportamento daqueles que se auto-proclamam os donos da democracia e os jornalistas que fazem notícias em vez de fazer informação clara e fundamentada bem como os comentadores parciais que tentam doutrinar com os seus pontos de vista fanáticos e ziguezagueantes muitas vezes (é ler e ouvir as opiniões e comportamentos destes iluminados nos anos 60, 70, 80, 90...).
Um exemplo que personifica este ato flagrante de parcialidade perante um passado mediático que decidiram não merecer ser severamente reprimido é o caso de José Miguel Júdice que tem uma rubrica semanal de comentário político na SIC Notícias. Este ser iluminado que na noite eleitoral afirmou que o voto no PSD foi inútil foi um dos fundadores do tal Movimento Democrático de Libertação de Portugal (MDLP). São velhos conhecidos, Júdice e Amorim, uma vez que ambos estavam na secção política do Movimento, que dizem nunca ter funcionado. As acções das extremas esquerda e direita no pós-25 de Abril estiveram sempre tapadas por um lençol preto para não haver muita informação para aqueles comuns cidadãos que gostam de analisar e pensar a práxis política portuguesa.
O José Miguel Júdice que chamou de inúteis aqueles votantes voláteis que desta vez quiseram votar no PSD pois acha que foi em vão o voto no Rui Rio. É de supremo interesse perceber onde este iluminado camuflado queria que se votasse? No partido do seu velho conhecido?
Confesso que não vejo a sua rubrica "As Causas" utilizando o termo: acho uma inutilidade dar palco a alguém com inúteis opiniões que mais não são de um político-advogado ou advogado-político que se colocou ao lado de quem, independentemente do espectro político a que pertencia, lhe desse cargos e prestígio. Recordo que foi apoiante do CDS, filiado no PSD e que foi mandatário de António Costa quando concorreu à presidência do município de Lisboa (2007), por isso faz quando lhe é possível rasgados elogios, de entre os quais, que é a pessoa melhor preparada para ocupar o cargo de primeiro-ministro. Só falta estampar numa pólo: "António Costa Forever" ou "I ❤ António Costa."
Para além, de ser um advogado que sempre esteve ao lado de quem lesou a pátria com os tais crimes sobejamente conhecidos que nunca se consegue provar e que têm contas bancárias recheadas para serem utilizadas para pagar a melhor defesa em tribunal para conseguirem usufruir dos milhões que juntaram em liberdade.
Se os "monos fanáticos" são inúteis à sociedade, mas que são previsíveis por defenderam coerentemente as suas causas, por sua vez estes iluminados que são estimados e nunca contestados são uma chaga grande na nossa sociedade pelo simples facto de serem imprevisíveis na defesa das suas causas, que podem ser divididas em causas oficiais benignas e oficiosas malignas.
Em súmula: nunca acabaremos por conhecer verdadeiramente as intenções de pessoas como José Manuel Júdice. E isso devia ser um motivo de preocupação para todos nós. Pois foram e são uns enormes infuenciadores do rumo que Portugal tomou.
E deixar em paz quem nunca escondeu as suas reais intenções e ideologias para não haver um insuflar desnecessário que mina o sistema democrático que está a passar por uma prova de fogo.
Aparte: O Marques Mendes na sua rubrica de comentário no Jornal da Noite da SIC ouvi pela primeira vez pronunciar os partidos da extrema-esquerda. Começou o trabalho pedagógico que não há só extrema-direita sentada nas cadeiras do Parlamento?
Penso que serão ventos de mudança no comentário político de direita que sempre adoptou uma postura de flexibilidade léxica de se cingirem aos nomes dos partidos, PCP e BE, para começar a conotá-los daquilo que são: partidos de extrema-esquerda.