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Perspectivas & Olhares na Planície

«Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre.» Paulo Freire

Perspectivas & Olhares na Planície

«Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre.» Paulo Freire

O Fernando Pessoa fisgou a "Marena"

Screenshot_20251008-163336_Samsung Internet.jpgPara estes lados do meu Baixo Alentejo é muito comum dizer-se: "dói-me a espinha", quando o que lhe dói é a coluna vertebral. Na escola aprenderam o corpo humano, mesmo quem nunca se tenha sentado na carteira a olhar para o quadro negro de ardósia sabe que não é espinha aquilo que inflige dor, dizem por hábito. São esses hábitos linguísticos que mantêm viva a memória oral e as peculiaridades das gentes de um interior esquecido. 

Mas, a "Marena" num assunto de Estado, com as suas vastas habilitações literárias, deveria estar a altura da sua função num órgão de soberania nacional e não utilizar termos populares desnecessariamente. Mesmo sendo metafórico, no entanto, os Ministros têm ossos, não têm espinhas,  tal como a "Marena". Se os queria atingir deveria ter dito a expressão: o Ministro não tem coluna vertebral. Aliás, interpretando à letra "os ministros sem espinha" de facto escreveu uma verdade: o pedido de reembolso do repatriamento foi sem dificuldade, sem complicações, sendo óbvio que conhece o Regulamento Consular (Decreto-lei n.° 51/2021)  e certamente assinou uma declaração a comprometer-se o pagamento ao Estado das despesas consulares para reverter a dita detenção e retorno a Portugal. 

A "Marena" quis ser poeta, é impossível não trazer à liça o primeiro verso da Autopsicografia do imortal Fernando Pessoa: "o poeta é um fingidor", o espanto foi fingido, pois  sabe a deputada única do bloco de esquerda quando aceitou ser repatriada, logo não foi presente a Juiz, Israel não iria pagar os custos do regresso. Mais, não sendo uma missão diplomática e/ou oficial, mas sim pessoal, o Estado não é obrigadado a custear as despesas, sendo visto como um auxílio extraordinário tendo em vista as circunstâncias e os avisos, não faz sentido a azoada dos seus sequazes fanáticos, muito menos este estado de alma da "Marena": "esperava "um bocadinho mais de decência e dignidade" das instituições portuguesas". 

Vou pedir socorro ao Fernando Pessoa, não para ser repatriada,  o meu activismo e acções de voluntariado cingem-se à área geográfica de duas regiões de Portugal — se não somos para os nossos, muito menos somos para os outros —, é para ir buscar os sublimes versos que vestem a "Marena" da cabeça aos pés (os três primeiros versos da primeira estrofe do poema Autopsicografia

O poeta é um fingidor

Finge tão completamente 

Que chega a fingir que é dor

(...)

Decência? Queria que os contribuintes "balhassem com a mais feia", enquanto trilhou o caminho de auto-promoção para resgatar a glória de vendedores de utopias barradas de banha da cobra, incitando à divisão e extremar de opiniões e comportamentos que outrara lhes valeu votos traduzidos em muitos deputados. 

Paga do teu bolso, Marena. 

Se fosse para sepultar o Bloco de Esquerda, podias contactar-me para pagar as despesas da tua aventura, pagava com muito gosto; como não é, pagas tu! Não te esqueças de pedir factura, para entrar nas despesas gerais do IRS. 

O Fernando Pessoa sem saber fisgou a Mariana Mortágua, a "fingidora".

 

 

 

 

 

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