O cinismo do PCP no Baixo Alentejo
A indumentária denuncia-os. Não estiveram a apanhar silarcas, nem espargos junto ao que iria ser uma ponte pertencente à auto-estrada cancelada, cuja a ideia seria estender um tapete preto nas planícies do Baixo Alentejo. Estiveram de mãos nos bolsos com a garganta afinada a "cantar" o refrão que esqueceram quando fizeram parte do governo da geringonça. Eu não me esqueço. Os habitantes baixo-alentejanos também não deveriam esquecer esta "traição." Quando um dos pontos exigidos pelo PCP para o António Costa conseguir formar governo e ter consequentemente os orçamentos do Estado aprovados no Parlamento era a reversão da privatização da TAP, podiam ter acrescentado as seguintes exigências: retoma da construção da auto-estrada, a electrificação da linha ferroviária até Beja. Mas não. Nunca tiveram na mente a preocupação com os principais problemas estruturais do distrito de Beja. Mentem quando assim afirmam. Movem-se bem nas areias do cinismo. O Baixo Alentejo sempre esteve sob o jugo comunista, onde se lamentavam que o poder central sempre desprezou a população alentejana. Somos conotados como o bastião comunista pelo domínio autárquico, serviu de alguma coisa? Não. Quando tiveram a oportunidade de incluir a resolução dos problemas de mobilidade terrestre e ferroviária que nos atormentam e nos subdesenvolve economicamente na lista para colocarem o António Costa a (des)governar Portugal, preferiram escolher a reprivatização da TAP. O que nos falta nunca foi motivo para um ultimato: ou constroem a auto-estrada para o distrito de Beja ou não aprovamos o orçamento do Estado. Se tivessem tido esta postura, quem não é votante do PCP, teria de dar a mão à palmatória, admitindo que o partido de Álvaro Cunhal se tivesse esse poder de decisão solucionava esta questão que nos discrimina perante as outras zonas do país. Pelos vistos teve esse poder de decisão e nada fez.
A estrutura do PCP faz excursões até ao Baixo Alentejo para ganhar minutos de antena às vinte horas, vem ao reduto vomitar a cassete de palavras vãs bafientas para a plateia dos crédulos domesticados pelo canto comunista. São uns cínicos. Nada diferem dos governantes que cinicamente desconsideram amiúde.
Os seguidores do PCP não entenderam que o seu partido podia ter feito mais durante a geringonça por estas planícies que são cada vez mais verdes do que amareladas? Tinham mais interesse nos aviões com a bandeira para os tornar noutra CP onde quem convoca as greves é o PCP com o seu sindicato. Para eles é mais vantajoso politicamente manter o Baixo Alentejo desprovido dos recursos e infra-estruturas elementares para conseguirem manter a sua influência, para irem manipulando como lhes der mais jeito as pessoas que vão garantindo um deputado no Parlamento e as câmaras municipais que restam. Verdade seja dita aquelas que passaram a ser socialistas são um apêndice da política comunista, logo não difere a forma de governar.
Vendilhões de ilusões com muitos compradores destas ilusões.