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Perspectivas & Olhares na planície

Perspectivas & Olhares na planície

Boa semana: há chuva machista para os vossos lados?

Mariana Mortágua dixit: "Não há chuva machista que molhe feminista...

Estou imensamente grata à líder do Bloco de Esquerda pela forma prática de sistematizar a matéria, perdeu-se uma professora diligente. Aprendi num segundo o que andei anos a tentar compreender, pelos vistos sem sucesso, só agora consegui entender o elementar: a chuva é machista. Irra.

A Mariana Mortágua é mesmo boa a ensinar, outra coisa aprendida: tens de ser feminista para repelir a chuva. Eu como não sou uma feminista do calibre da Mariana Mortágua tenho de me mentalizar, se não me precaver, estarei sempre ensopada, a chuva não vai poupar-me. É só colocar o pé fora do portado e levo logo com uma bátega valente nas trombas que é para aprender a não ser solidária com a escola de feministas que o bloco de esquerda ensina, promove, apoia... calhando...

... nam...

.... prefiro ficar encharcada até à medula pela chuva "normal", sem aditivos. 

Essa agora, a chuva é machista. Então mas a chuvinha não é essencial para o equilíbrio e sobrevivência da biosfera? Precisamos da água que cai das nuvens que nos rega os campos, nos enche as barragens e nos purifica a alma quando nos esquecemos do guarda-chuva e apanhamos uma valente molha, a roupa se for torcida enchemos meio balde. Confesso que gosto da chuva, moderada, a cair na mioleira. Se pudesse e conseguisse o meu coração levava com aquela chuva miudinha e certinha para ir por água abaixo as memórias das mágoas e desilusões. O coração tem memória do sofrimento. Quando acelera o batimento cardíaco até sentirmos um nervosismo generalizado no corpo é ele, o coração, a enviar mensagens de alerta, é o aviso do déjà vú para não repetirmos atitudes e comportamentos nocivos entretanto mais ou menos esquecidos.

Seguindo esta linha de raciocínio da Mariana Mortágua, o sol será feminista? E o vento será hermafrodita?

Estas frases orelhudas parecem saídas das reuniões das comissões de estudantes de uma escola secundária. Quando é que a Mariana Mortágua cresce e deixa de tratar com infantilidade as temáticas homem/mulher, parentalidade/maternidade, igualdade/desigualdade, minorias/maiorias, liberdade/imposição da escolha na orientação sexual e  violência doméstica/familiar. Enquanto existir este ambiente de creche com uma carga demagógica extremista, supostamente a defender os direitos dos cidadãos em diferentes fases da vida que decidem fazer opções dentro da lei e se sentem cada vez mais prejudicados, discriminados e desvalorizados, em vez de existir avanços, há cada vez mais  retrocessos. E estão aí:  desvalorização da vítima em contexto de violência, comportamentos desviantes aceites apoiados com manifestações, aberturas de campos de batalha para impor ideologias de género bacocas, criando desrespeito pelo ser humano, que não deveriam aceitar ser a bandeira de partidos; a consciencialização não é generalizar, é antes acolher e respeitar as formas específicas (cumprindo a lei) de viver o corpo. Cada qual é como cada qual. 

A Mariana de 2023 deve estar fechada na cave: Portugal enfrenta uma gravíssima situação de escassez de água”.

Sem a machista da chuva,  não há água. Dependemos do machismo para encher barragens para sobrevivermos, e esta hein? Nem Donald Trump se lembraria de tal disparate. 

Ela todos os dias deve beber um litro e meio de machismo, pelo menos. Soma absurdos à sua absurda mentalidade. Nem arcaica podemos apelidar. É mesmo tolinha a achar que tem muita piada. 

A hermafrodita, como quem diz o vento, está à solta.  No meu horizonte, vejo uma carga de machistas a chegar. Não sei como está o tempo na vossa terra, aqui há machistas com fartura. 

Desejo a todos vós uma semana solene, rica em sol  feminista, quanto basta em vento hermafrodita e pobre em chuva machista. 

Bem esta conversa deu-me uma sede desgraçada,  vou ali beber dois copos de machistas, engarrafados. Sou esquisita,  os canalizados só mesmo fervidos no chá ou para lavar o chão. 

 

 

 

 

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