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Perspectivas & Olhares na planície

Perspectivas & Olhares na planície

As "Marcelices" têm sempre uma mensagem implícita

O pano da crise política, que muitos apelidaram de puro tacticismo político, vai dar, quem sabe sobrar, mangas para todas as t-shirts promocionais das Jornadas da Juventude que os voluntários irão envergar durante o evento em Portugal. Mangas encardidas, com as voltas que o pano dá, muita sorte têm em as  ditas se apresentarem nessa tonalidade, algo que a Igreja Católica Portuguesa está mais do que habituada, com os seus constantes escândalos, é mais árdua a tarefa de executar a barrela para livrar o pano das  muitas nódoas incrustadas, por isso o branco sujo resolve-se rápido,  bastando  por a quarar.

1. O Sérgio Sousa Pinto referiu que não comentava as declarações de Marcelo Rebelo de Sousa enquanto comia o gelado. Comportamento oposto seguiu o seu colega de painel de comentário político, Sebastião Bugalho, optando por tecer a afirmação de que já era tempo de pararmos de comer gelados com a testa.

2. Eu que não tenho o emprego de deputada, nada me impede de mandar mais gasolina, sou uma desgovernada a desperdiçar um combustível tão caro, para a fogueira ter labaredas a tocarem no céu e chamar atenção dos olhinhos do Primeiro-Ministro, uma vez que o seu passatempo favorito é contemplar o firmamento; como sou uma cidadã atenciosa faço-lhe as vontadinhas todas, não quero ter um Primeiro-Ministro aborrecido, impedido de fazer o que  mais gosta: olhar para o firmamento para ter ajuda divina.

Assim, vou partilhar o meu ponto de vista: o Presidente da República escolheu a hora dos telejornais para fazer a sua "Marcelice", o melhor comentador político de sempre sabe melhor do que ninguém qual a hora propícia em que os portugueses  estão em frente ao televisor. Queria ter uma grande audiência, inclusive a do Primeiro-Ministro, para ir comprar o seu gelado ao Santini escoltado pelos olhos dos telespectadores para implicitamente passar duas mensagens ao António Costa, a primeira mensagem é: a escolha da sobremesa foi intencional, não quis comer uma maçã em directo nos telejornais,  mas sim um gelado. Porquê? A razão é simples: a vingança é um prato que se serve frio/gelado. Os aromas escolhidos do sorvete: limão, chocolate com a framboesa a destacar-se foi para dizer que o partido cor de rosa não sai da sua mente, até num simples gelado é lembrado.

A segunda mensagem é: quando estava à espera da pergunta de um dos jornalistas levou a colher à boca com o sabor de framboesa olhando para a câmara quis mostrar ao António Costa que se for preciso, metaforicamente, o vai "comer" sem dó nem piedade, depois de o ter afrontado. E claro, vai ser quando ele quiser e não quando o Costa quer, pois quem tem a espada sobre a cabeça é ele, o Marcelo já não tem aspirações políticas além fronteiras. 

3. O mundo dos comentadores está suspenso. Estão em pulgas para saber o que o Presidente da República vai dizer às 20 horas. Certamente, não vai oferecer a receita dos gelados Santini. Vai ser o que o Marcelo quiser dizer, com o apoio dos seus conselheiros de Estado, portanto, não vai ser nada do que os comentadores vaticinam. Vai ser um aviso à navegação. O António Costa é hábil, porém o Marcelo é uma raposa velha que esteve muito presente no Estado Novo. Foi dos tais que mudou de guarda-chuva mantendo o cabo. A morte política de António Costa entrou em marcha na terça-feira, os prazos anteciparam-se, é verdade, todavia o Marcelo Rebelo de Sousa tem a estratégia delineada desde que tomou posse para o seu segundo mandato. 

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