A Espanha dá-me sempre novidades e o Dia Mundial do Coração
Fiquei a saber por um Ministro espanhol que na Europa está a afirmar-se a tendência de se trabalhar até aos 75 anos. O Ministro Escrivá provocou um pequeno tumulto no país onde íamos comprar caramelos e agora vamos atestar o carro.
Isto significa que a pensão de velhice virá para quem tenha 75 anos, e significa mais: que se debate na Europa esta possibilidade de se estender a certas profissões a idade da reforma que progressivamente abrangerão todas as profissões e em Portugal não chegam estes ventos de debate. A proposta de avançar a idade de reforma tem haver única e exclusivamente com a sustentabilidade do Estado Social, desequilibrada com a esperança média de vida elevada, à qual se soma a população activa estar a diminuir de forma galopante, consequência da população geral dos países europeus estar muito envelhecida.
Os Planos de Poupança e Reforma são residuais em países como Portugal, onde o salário é baixo que configura uma ilação básica: se as despesas correntes básicas são pagas com dificuldade, logo não há margem para poupar para aderir ao tal PPR.
O orçamento do Estado após orçamento do estado resulta no acrescentar de um mês à data prevista para nos reformar por velhice sem penalizações, ou seja, em 2022, "a idade legal de acesso à reforma vai voltar a subir um mês, para os 66 anos e sete meses." (Observador)
Debater o sistema de pensões da segurança social e do próprio Estado é um autêntico tabu quando o partido socialista está no poder, agora é um silêncio total uma vez que precisa do apoio dos deputados do PCP ou do Bloco de Esquerda para aprovar o Orçamento geral do Estado. Com o presente governamental de oferecer um mês todos os anos aos futuros pensionistas, sem tomarmos bem consciência, está a chegar a bonita idade dos 67 anos e nenhuma discussão elucidativa e honesta tem existido para apontar os vários caminhos para uma reforma do sistema de pensões contributivas e sociais eficiente e verdadeiramente sustentável perante o paradigma demográfico que Portugal enfrenta agora e no futuro próximo.
O coração de alguém com 75 anos estará com as veias e as artérias cerzidas com as linhas de todas as cores de viver os desgostos, as irritações, as desilusões ou o natural desgaste de se (sobre)viver. É uma metáfora com alguma razão de ser.
Todo o tecido cerzido é aquele que está emendado de forma a disfarçar o buraco num tecido gasto pelo o uso. Diz-se que é uma arte saber cerzir. É costurar com perfeição, tornar a costura imperceptível. Porém, sabemos que o buraco está lá, assim é o coração, parece novo por causa das linhas de algodão de toda as cores que disfarça o seu desgaste.
Hoje é o dia em que se comemora este músculo mundialmente.
De acordo com a notícia: "O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) encaminhou 597 pessoas com sintomas de Enfarte Agudo do Miocárdio (EAM) para os hospitais entre janeiro e agosto deste ano, através da Via Verde Coronária". (Nascer do Sol)
Todavia, não é de todo inverdade que o nosso querido coração dói mais vezes pelas agruras das constantes mudanças governativas sempre que se muda de partido à frente dos destino de Portugal. A instabilidade na idade de atribuição da reforma, é uma delas.
Os 75 anos serão um grande exagero, já os 70 anos não são tão descabidos para se requerer a aposentação.
Debater não se debate. Vamos sendo embalados pelo assunto proibido que o PS adora tratar longe dos holofotes da opinião pública e que os colegas de geringonça ficam de coração cheio com a habilidade do partido do punho fechado.
A fundação portuguesa de cardiologia cujo o lema escolhido para assinalar a data foi " “Use o Coração para Prevenir.” Recomenda que: "Use o coração para se ligar aos seus amigos e familiares. A pandemia veio confirmar que vale a pena prevenir e se o fizer com o Coração, tanto melhor."
Que tenhamos um coração forte e bem cerzido para conseguir correr até à idade da reforma que nos foge todos os anos cerca de trinta dias.