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Perspectivas & Olhares na planície

Perspectivas & Olhares na planície

A entrevista de Sócrates e o Estado do País em 2013 “que pare a austeridade já”

Ontem a maioria dos telespectadores esteve atenta à entrevista de José Sócrates na RTP. Seguiram-se várias análises da mesma… a mais interessante, na minha opinião, foi a de José Rodrigues dos Santos no programa 360º do mesmo canal hoje. Quer queiramos admitir ou não fomos confrontados com aquilo que (até) já sabíamos…

- a Dívida Pública é cada vez maior, apesar de o dinheiro sair dos bolsos dos contribuintes (ainda que alguns destes buracos já não sejam de hoje)

- as Parcerias Público Privadas são uma negociata que já vinha de antes entre bancos e construtoras e que continua (creio que Jorge Coelho devia ter vergonha de aparecer como comentador enquanto a “sua” Mota-Engil se recusar a aceitar a renegociação dos seus contratos fraudulentos)

- o Governo de Passos Coelho foi muito “para além da Troika” no que respeita a cortes, por exemplo na Função Pública, que paralisaram a procura interna e levaram ao encerramento de empresas e ao aumento de desemprego (não se pode agora vir queixar que este acordo “estava mal desenhado”). Meteu-nos "muito para além" do buraco.

 

Não houve nenhuma palavra de Sócrates em relação a algumas medidas no sector da energia e combustíveis que deviam ter sido tomadas segundo o mesmo memorando, e não foram. Talvez porque algumas das rendas milionárias da EDP e afins sejam desses tempos. Se o Governo consegue baixar os preços dos medicamentos e levar a industria farmacêutica a obedecer, porque não as empresas de energia? São os senhores da EDP, da Endesa, da GALP e afins assim tão poderosos? (Relembro que um secretário de estado já foi demitido por tentar fazer algo contra as rendas excessivas do sector).

 

Os “tiros” ao Presidente foram a parte mais risível da coisa e mereceram inúmeros destaques nos jornais apesar de não conterem em si nada de relevante… espera-se agora a resposta do mesmo através do Facebook.

De qualquer forma estamos hoje pior que em 2011 e talvez seja hora do “Passos” Coelho regressar à Toca… ou então que mude drasticamente a sua política (e não apenas os seus ministros)