Vozes de muitos protestos
Decorreu ontem o protesto da “Geração À Rasca”. Enfim falar de protesto de geração àquela salganhada é um bocado difícil. A manif misturava jovens com idosos prestes a ver baixar as míseras reformas, quarentões e cinquentões desempregados, trabalhadores descontentes com os cortes anunciados, falsos recibos verdes e clientes do rendimento mínimo de inserção, clientes do BPP e ainda uns quantos skinheads.
A única coisa que havia ali em comum naquelas pessoas era o descontentamento… daí até Cavaco, Passos Coelhos (que pelo que diz não tem nada contra os recibos verdes) e até o primeiro-ministro aparecerem a dizer que “tinham simpatia” e compreendiam as razões da manifestação.
Eu, que estou descontente com o meu vizinho porque não me deixa espaço para estacionar em frente da porta, estive quase a juntar-me à manifestação com um cartaz a denunciar esta situação.
Para a próxima espera-se algo mais específico, realmente contra os falsos recibos verdes e os estágios não remunerados (vulgo trabalho escravo) para que tenha realmente algum efeito apesar de conseguir menos associados.
Foi um protesto pacifico… como sempre também… para conseguir mais acção basta ir ao PORTO com uma camisola do Benfica.
Quanto à situação do país, penso que está “na mesma como a lesma”, a depender da Alemanha (que é pior do que depender do FMI), com mais um PEC a caminho, talvez um governo do PSD (que não é diferente do governo do PS). Concordo plenamente com a afirmação de Ricardo Araújo Pereira no programa “A Torto e a Direito” da TVI 24 ontem à noite, em que “somos alternadamente governados pelo PSD da Santana à Lapa e pelo PSD do Rato”.
O presidente lá discursou na tomada de posse, metade não se entendeu (como sempre), a metade que as pessoas pensaram ter compreendido (aquela em que o presidente apela à participação na manifestação “sobressalto cívico”) ele depois desmentiu no FACEBOOK. Mas ainda bem que “sua excelência” já dispõe das redes sociais. Mas dali também não se esperam soluções pois quando não é a “magistratura activa”, é o “sobressalto cívico” e como também diz Ricardo Araújo Pereira essas inversões estilísticas são tão compreensíveis como “ESTUPEFACÇÃO ROXA” que é hoje o que o país sente perante o espectáculo com que se depara.