"Discursos de Paz
Mas ausência de tratados
São sinais
De conspiração. "
Sun Tzu, A Arte da Guerra
1. Em 2014, a Crimeia foi anexada pelo Vladimir Putin à Federação Russa estava o vencedor de um prémio Nobel da Paz sem ter feito nada pela ordem e segurança mundial liderava a América. Barack Obama, considerado por muitos, o melhor líder de todos os tempos, alimentou e sustentou a estratégia de Vladimir Putin continuar o seu objectivo de recuperar o império russo bem como ser a única voz da Europa. O Barack Obama tem o dom da palavra, na altura quem não soubesse que era o Presidente dos Estados Unidos da América, pensaria que o orador seria um pastor dessas seitas religiosas com aqueles discursos a explorar as fragilidades humanas sempre com uma solução milagrosa emotiva sem se aperceberem as pessoas acabam de sofrer uma lavagem cerebral com a centrifugação a 1200 rotações. Os encantadores de mentes, Barack Obama e Vladimir Putin, estiveram livres e soltos para traçarem e aplicarem os seus planos políticos sem serem questionados, pelo contrário, coleccionaram louvores.
2. A Alemanha sempre foi o motor da U.E., a Angela Merkel implacável e bem para com os estados-membros que não cumprissem com as metas do pacto de estabilidade e crescimento, com uma moeda em comum é preciso haver políticas orçamentais equilibradas. Não soube ser dura com o Vladimir Putin, pelo contrário, colocou-se nas mãos dele ao tornar a Alemanha dependente do gás da Rússia. Ela é fluente na língua russa deveria ter percebido a manha deste tirano. A Crimeia? Pouco ou nada se interessou. Não nos afecta. Erro crasso, mergulhou a U.E. para estes últimos três anos de instabilidade política, social e económica: acolhe refugiados ucranianos sem saber a duração desse aumento populacional repentino, envia dinheiro para ajudar a Ucrânia a manter-se como um estado soberano. Os que querem a Rússia a ocupar territórios é que não percebe que a diplomacia não serve de nada quando há ataques do inimigo com uso de armamento militar. O agressor tem mais regalias do que a vítima, infelizmente.
3. As instituições da U.E. são liberadas por governantes fraquíssimos (até o António Costa ocupa um cargo, imagine-se) sem qualquer peso político na diplomacia. A Rússia ameaça com os mísseis, o que fazem os (in)competentes? Aplicam sanções comerciais, congelam os bens dos magnatas russos. Viu-se e vê-se que há produtos russos a circular na Europa, não se compra directamente, recorremos aos intermediários que compram aos russos. A Rússia vive uma economia de guerra, porém não deixou de exportar o que já exportava antes de invadir a Ucrânia. É uma hipocrisia que se instalou nestes três anos. Há muitos governos, países, governantes, empresas privadas com ligações políticas que estão a lucrar com a guerra na Ucrânia. Se não existissem interesses financeiros e geo-estratégicos o Vladimir Putin teria já sido afastado do poder ou existido uma operação especial com o desfecho igual ao de Saddam Hussein. Desta forma, continua dia após dia o ditador Vladimir Putin a ocupar espaço nos serviços noticiosos inacreditavelmente. A União Europeia nestes três anos sem o Reino Unido provou-se a sua irrelevância na estratégia de segurança e defesa mundiais. A França, com o Macron tem tentado fazer o papel dos ingleses, porém não está a ser bem sucedido, está a ser vítima da gestão letárgica em que as instituições da União Europeia se encontram, estão especialistas em políticas reactivas e não pró-activas, por essa razão o António Costa ter sido escolhido para pertencer a esta família de apáticos. Quem foi à Casa Branca reunir com o Donald Trump? Ursula von der Leyen? António Costa? Emmanuel Macron? Esse mesmo.
4. O 47.° Presidente dos Estados Unidos da América assume as negociações de acordo com os seus objectivos económicos para a América e para ele/família. Quer o fim da guerra, sim. Quer ganhar com fim da guerra, sim. Vai negociar com a Rússia, e vai conseguir o que pretende. Vai negociar com a Ucrânia, e vai assinar os acordos desejados. A América de Trump vence. A Rússia pensa que ganhou mas perdeu. A Ucrânia entra derrotada e sai derrotada. A União Europeia é uma "vencida da vida", chega atrasada à mesa do xadrez político mundial. A China perde terreno na discussão da guerra, porém vai ocupando os lugares dos organismos internacionais deixados pelo Estados Unidos e assim alargar ainda mais a sua influência na Europa e em África.
5. Votar as últimas duas resoluções no das Nações Unidas ao lado dos russos, a Rússia deixa de ser um país agressor, Donald Trump entra na narrativa inventada pelo Vladimir Putin. É preciso eleições, lança-se numa ofensiva verbal mortífera para exigir a ida dos ucranianos às urnas. Putin quer uma marioneta a liderar o país. Diz o ditador russo: Zelensky é "tóxico". O pai da toxicidade tem como nome Vladimir Putin, tem contaminado tudo e todos com a sua voz irritante e ladainha perigosa. A sua competência surge nas manobras secretas e na especialidade em quedas de grandes alturas dos seus inimigos e/opositores. Fez aquilo que gosta de fazer: negociar com o Trump a exploração de minerais de terras sob a jurisdição ucraniana. Sabendo que podia ser um isco esta conversa, Trump usou Putin para que Zelensky finalmente aceitasse discutir outra vez o plano americano para explorar os recursos naturais com alguns proveitos para a Ucrânia. Donald Trump é um homem de negócios, quando interfere na política internacional, quer ganhar dinheiro de todas as partes. Quem pensar o contrário, engana-se redondamente. Não existe neutralidade quando há um conflito militar, onde há perspectiva de fechar acordos financeiros muito lucrativos e se conseguir fazê-los com as duas partes em conflito, melhor. É precisamente o que o Presidente dos Estados Unidos da América está a fazer: "ter o melhor dos dois mundos" para ele e para o seu país.
6. A NATO fica enfraquecida com este inquilino da Casa Branca. Podia ter, juntamente com a U.E. e o Reino Unido, resolvido o conflito com decisões e operações secretas e abandonar os meios de comunicação social a promover conferências prolixas caindo na vacuidade. A Rússia tem armas nucleares e a NATO tinha e tem tudo para fazer desaparecer do mapa este ditador. Se os russos o idolatram é lá com eles, quando a segurança e a defesa dos países da Europa estão em perigo, é cortar o mal pela raiz. Teve três anos para resolver, secundarizou-se e perdeu importância no jogo de conseguir uma resolução de paz.
7. A ânsia de Vladimir Putin querer eleições na Ucrânia não é apenas para interferir nas eleições e tentar colocar alguém da sua confiança a governar os destinos da Ucrânia, é principalmente conseguir o levantamento da lei marcial que vigora desde que o território ucraniano foi invadido por tropas russas. De acordo com a Constituição da Ucrânia, enquanto estiver activa a lei marcial as eleições gerais são proibidas. Putin acusa o Zelensky de não querer um "acordo pacífico para fugir às eleições", os manipuladores têm esta tendência de distorcer os factos. Se a Ucrânia marcasse as eleições, teria de revogar a lei marcial, as medidas especiais para o recrutamento e mobilização de militares, o financiamento para a defesa, todos os programas internos de contingência para enfrentar a guerra, seriam suspensos. A medida mais simples, por exemplo, o recolher obrigatório seria cancelado. O Putin quer a Ucrânia mais vulnerável, criar maior instabilidade ao nível da segurança das pessoas e bens e assim ocupar efectivamente os territórios que estão em vias de irem para a posse do Estado russo.
Quando os comentadores "avençados" pelo regime ditatorial russo se insurgem e consideram o Zelensky um presidente ilegítimo, que não é, a Constituição da Ucrânia prevê e legítima excepcionalmente esta situação, estranhamente não questionam as eleições russas que são realizadas com os maiores opositores do Vladimir Putin na cadeia ou fechados dentro de um fato de madeira. O fundamentalismo religioso não é o único a ser condenável, a idolatração por um déspota sanguinário e extremista deveria dar direito a estadas prolongadadas nesse país governado por esse tirano para saber como se vive lá.
8. A hipocrisia política rende dinheiro e inventa heróis.