Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Perspectivas & Olhares na planície

Perspectivas & Olhares na planície

Legislativas 2024: o debate com os partidos que não têm cadeira no Parlamento

Como não gosto de injustiças, sendo um acto discriminatório o facto de os painéis de comentadores numa espécie de professores frustrados armados em politólogos — com tanta escola a precisar de professores e eles deslumbrados com a luz de um estúdio de televisão — nas últimas semanas saltaram para o colo do telespectador com as suas notas de avaliação para classificarem as prestações dos candidatos dos partidos com cadeira no Parlamento; vou armar-me numa Anabela Neves ou num Sebastião Bugalho atribuindo notas aos três melhores momentos protagonizados pelos candidatos que participaram no debate moderado pelo Carlos Daniel que acabou de acontecer na RTP.

Nota 10 : João Pinto PCTP/MRPP

Screenshot_20240220-215100_Samsung Internet.jpg

Nota 9: Márcia Henriques R.I.R

Screenshot_20240220-221011_Samsung Internet.jpg

Nota 8: Bruno Fialho ADN

Screenshot_20240220-213547_Samsung Internet.jpg

O incendiário fora de época

Boa semana

1. Uns dias antes de ser oficializada a dissolução da Assembleia da República, o Primeiro-Ministro António Costa fez mais de trinta aparições públicas especializadas na limpeza de imagem de um Governo reactivo a gostar de eventos iguais aos que a FIL organiza: não são mais do que uma montra de expositores onde os visitantes intentam uma promessa de compra de um serviço/projecto firmado com a troca de email ou número de contacto telefónico em que esse telefonema nunca acontecerá, e assim serão as apresentações de investimentos nesses dias a gastar  desnecessariamente, os pneus dos carros do Estado, já não soube perante os seus erros cirúrgicos pegar no carro e ir ter com os agricultores e polícias prestar esclarecimentos.

2. O político António Costa, primeiro-ministro demissionário, foi um incendiário fora de época ao decidir atribuir um novo subsídio de missão à Polícia Judiciária,  excluindo as outras forças de segurança. Para os incautos acharam uma decisão sem intenção,  porém não foi. Um político experiente saberia que ao abrir um precedente com a atribuição de aumentos apenas a um dos organismos que pertencem às forças de segurança de Portugal causaria um incêndio nas outras "quintas". Este fogo posto do Primeiro-Ministro tinha muito mato seco para se transformar num grande incêndio, uma vez que já são antigas as reivindicações da PSP e GNR na exigência de aumentos salariais e nas melhorias das condições de trabalho. Na questão dos agricultores embalados pelos seus congéneres europeus lançaram-se à estrada com as máquinas agrícolas, apesar de as razões serem diferentes, os portugueses querem os pagamentos dos tais duzentos milhões que o Governo anda a prometer cada vez que há um encontro entre os produtores do sector agrícola. Os subsídios tardam a chegar e o que o governo tem para apresentar são as linhas de crédito quando não há banco nenhum a emprestar dinheiro a quem tem vários empréstimos em curso. O Primeiro-Ministro demissionário não esteve com predisposição para receber os agricultores e nem as forças de segurança em protesto. Os líderes iriam ao encontro das pessoas em protesto,  os chefes mandam os seus subalternos enfrentarem a multidão descontente e desesperada. 

3. Antes de abandonar as funções governativas o político António Costa ministrou a sua última aula subordinada ao tema: a táctica para descredibilizar um futuro adversário político num lugar na União Europeia. Na sua aula de despedida o alvo foi o seu membro de governo José  Luís Carneiro. É quase unânime na sociedade portuguesa que o único ministro com melhor desempenho capaz de criar consenso e encontrar soluções com as ferramentas autorizadas e permitidas pelo Primeiro-Ministro António António, queimou a reputação credível que tinha granjeado junto de todos os portugueses (e na Europa) lançando o fósforo incandescente, ou seja, o subsídio de missão para uma classe profissional afecta à segurança e investigação criminal, prevendo que José Luís Carneiro poderia ser a sua sombra para na eventualidade de este ser escolhido para uma função europeia, por via de ser cabeça de lista do Partido Socialista para a eleição de deputados para o Parlamento Europeu. Nos cargos europeus, o José Luís  Carneiro é mais recrutável do que o António Costa e por saber isso, tratou de transformar em carvão a imagem de credibilidade e a postura  de dialogante. O incendiário tem um prazer sádico de atear o fogo e assistir de camarote esfregando as mãos de felicidade ao ver a sua malvadez estar a ser a notícia de abertura dos serviços noticiosos; o ministro da administração interna a desdobrar-se em explicações forçadas, a calma, o seu perfil moderado, deu lugar às respostas impulsivas e às justificações temperamentais conduzindo ao aumento do clamor em torno dos manifestantes e cidadãos no geral. O Primeiro-Ministro gostou e festejou a queda da popularidade do seu ministro mais bem visto pela generalidade das pessoas colando-o aos momentos de insegurança que podiam surgir e a tomada de decisão de pedir averiguações rápidas das condutas praticadas pelos agentes da polícia na recusa do cumprimento de funções às quais estavam escalados, mostrou firmeza rude com a não aceitação de pressões para ceder às exigências das forças de segurança que se sentem injustiçadas. Como é lógico, apesar de o Conselho de Ministros ser um órgão colegial, na prática o decisor deste tipo de medidas é quem o preside, ou seja, o Primeiro-Ministro. Não haja ilusões. 

4. Hoje, o debate entre os dois principais candidatos a ocupar o cargo de primeiro-ministro nos próximos anos esteve presente o incendiário chamado  António Costa. O problema criado pelo Primeiro-Ministro demissionário foi caminhando para onde a luz mediática acendeu para criar impacto, e "ela" estava no Parque Mayer. As forças de segurança à civil cercaram o Capitólio, sendo bem sucedida a iniciativa hostil, uma vez que só havendo uma porta os candidatos a Primeiro-Ministro tinham de conviver a escassos metros com a injustiça criada pelo antigo secretário-geral do PS. A preocupação sempre foi a política de terra queimada, transformar tudo em cinza em prol de um bem pessoal: a sua sobrevivência na profissão de político. É uma ditadura esta que os portugueses vivem quando estes políticos usam a democracia sempre a favor dos seus interesses pessoais.  A democracia devia ser outra coisa. Mas, esta é a que temos. Temos um elefante branco na sala,  chamado António Costa, que estará até que o vencedor das eleições legislativas use o extintor para repor algum bom senso e tentar resolver esta circunstância desigual em que uns recebem a benesse e os outros recebem um zero bem redondo. 

Quem ganhou o debate entre Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro? Respondo: o Primeiro-Ministro demissionário. E ninguém foi ainda capaz de aludir a esta particularidade que condiciona o regular funcionamento da campanha eleitoral. 

 

NOTA BENE: Desejo a todos vós uma semana calma e saudável, o ar está irrespirável bem sei, mas usemos a máscara e desliguemos a televisão quando estes disseminadores de fumo poluído estiverem em acção. 

 

Boa semana

Peço-vos o seguinte: com os olhos fixos na imagem comecem a fechar os olhos lentamente. O que vêem?

Screenshot_20240205-102758_Samsung Internet.jpg

Desejo a todos a vós uma semana mágica e cheia de imagens bonitas transmitidas pelos olhares cruzados na nossa rotina diária, nunca esquecendo dos olhos tatuados no coração, são os responsáveis pelas imagens sentidas inesperadamente reflectidas em qualquer coisa onde o nosso olhar fica focado.