P&O na Planície: Bom Fim de Semana 135
P&O na Planície: Bom Fim de Semana 135 = Primeiro Estacionamento: A Primavera enclausurou na gaiola o Outono. Nunca foi necessário um mandado de captura, o movimento de translação é o juiz de penas. Porém, há personagens de carne e osso que são procuradas pela justiça, como têm um estatuto de galácticos, vivem bem com um mandado de captura internacional. A Isabel dos Santos é uma dessas personagens que está a mergulhar nas águas do Dubai sem se preocupar com a questão de ser uma fugitiva à justiça. Nas suas redes sociais adiciona fotografias com o sol a criar paisagens esplêndidas a troçar com aqueles que têm a ficha limpa na justiça. Os seus conterrâneos apanham sufocantes banhos de sol vestidos com os trajes de trabalho para conseguir dinheiro para fazerem uma única refeição por dia. São estes contrastantes que envergonham quem enriqueceu à custa da miséria de outros.
Vladimir Putin é outro que tem um dourado mandado de captura internacional, não lhe vai interferir em nada na sua faustosa e criminosa rotina diária. Ele pode estar virtualmente nos sítios, basta escolher o destino e lá aparece o seu holograma de corpo inteiro trabalhado com bisturi.
Nem sei o que dizer das declarações do ainda ministro Cravinho: ah e tal se o Putin aparecer aqui em Portugal, vamos aplicar as ordens do TPI e algemá-lo. Mas o que é que o Putin vinha cá fazer quando tem os seus espiões instalados e amigos a darem-lhe informações de tudo o que se faz neste género rectângulo com o mar como vizinho? Pode esperar sentado e guardar as algemas para os seus, enfim, colegas de partido, por exemplo. O Presidente russo tem um informador inesperado no Governo. Quem não se lembra do célebre envio dos nomes e moradas dos manifestantes contra o regime de Putin para a Embaixada dos Czares. A culpa recaiu numa suposta regra de conduta interna para este tipo de manifestações políticas, ficando assim arquivada a história. Os manifestantes ficaram ainda com mais restrições de movimentos a nível pessoal e profissional, para além da família residente na Rússia ter ficado com maior vigilância. O Fernando Medina, esse, foi promovido a Ministro das Finanças. O Vladimir Putin festejou a ordem decretada pelo Tribunal Penal Internacional com a instalação de material bélico na Bielorrússia. Ele e o Lukashenko não gostam de bolos, se não tinham feito a comemoração desta aliança oficial com um bolo de três andares. São homens que não gostam de açúcar. Estão sempre com os azeites. O Putin não deve dormir bem com este mandado de captura de um tribunal, cujo o qual não lhe reconhece legitimidade, não viram as olheiras na pele de bebé dele? É sinal de dormir muitíssimo pouco com a preocupação de ser apanhado e não conseguir colocar botox nas beiças, por falta de tempo. Sem esquecer que ainda está cheio de medo com a possibilidade de ser preso em Portugal, é por isso que arqueia mais as pernas ao andar, é o medo a entrar no corpicho fit.
Segundo estacionamento: Em Portugal, anda tudo a bater no peito que é um grande activista contra as alterações climáticas. Cá escrevem nos cartazes "não há Planeta B" como importam as frases, organizam manifestações subordinadas aos temas ambientais escolhidos para haver uma chuva torrencial de mediatismo para a menina Greta sair beneficiada, por seguirem a agenda dela, os activistas ambientais portugueses não se preocupam em organizar um protesto contra o abate de 1,5 milhões de árvores na zona de Santiago do Cacém para aí nascer uma central fotovoltaica com cerca de 2 milhões de painéis solares. Para atingir as metas de neutralidade carbónica definidas pela U.E., em que muitos estados-membros nem estão interessados em cumprir, Portugal como o Governo Costa quer ser o pioneiro, aprova estes projectos megalómanos. Os activistas ambientais portugueses consumidores de saquetas de fruta da Nestlé fazem apelos contra a desflorestação na Amazónia, mas não se insurgem com este abate criminoso contra a biodiversidade favorecendo as "plantações" de uma geringonça de metal com vidro para criar energia renovável como se fosse a última coca-cola no deserto. Não é eco-chique. Os defensores brasileiros da Amazónia logo virão a Portugal levantar cartazes a defender a manutenção das 1,5 milhões de árvores em Santiago do Cacém. Há mais. A título de exemplo: os meninos e as meninas que invadiram a instalações de uma universidade de Lisboa não querem acampar à porta de uma herdade perto de Gavião (Alentejo) para impedir o derrube de 1079 sobreiros e quatro azinheiras autorizadas também pelo Governo Costa para ser "plantada" uma central fotovoltaica? Isto sim era lutar pela manutenção da flora autóctone, aliás protegidas pela lei, porém só é acionada essa protecção com pequenos agricultores com poucos recursos para grandes investimentos, os pseudo-lavradores com projecto de investimento de milhões podem arrancar sobreiros à vontade, tudo em nome da “imprescindível utilidade pública." Para além de (início de ironia) ser um projecto muito sustentável capaz de reduzir a zero o aquecimento global ao apostar apenas e só na premissa da energia renovável (fim de ironia) entrando em conflito com a conservação e protecção dos ecossistemas, nada disto importa para o Governo de Costa quando ambiciona conseguir o brilharete das tais metas da neutralidade carbónica, nem que para isso haja um abate selvagem de árvores.
Terceiro Estacionamento: um alerta para os seguidores das causas generalistas importadas: a menina Greta também se descabela pela instalação de parques eólicos como demonstra esta notícia: "a jovem ativista sueca juntou-se a grupos indígenas e ambientalistas para protestar contra dois parques eólicos construídos em uma área de pastagens que pertence à etnia Sami." Não sei quem a informou, porém, leiam bem meus comedores de fruta em puré e decorem o que a vossa guia espiritual ambiental disse: “Os direitos indígenas, os direitos humanos, devem andar de mãos dadas com a proteção climática e a ação climática. Isso não pode acontecer às custas de algumas pessoas.”
Prestem atenção: há planos de instalação de cinco parques eólicos offshore, ou seja, eólicas no mar, que têm uma forte oposição por parte dos pescadores. Turbinas no mar a coexistir com a pesca não será um cenário conciliador para a sustentabilidade do ecossistema marítimo, para além do agravamento da situação de crise sócio-económica que o sector da pesca portuguesa está atravessar. Protestos precisam-se.
Quarto Estacionamento: Por falar em turbinas e pás das eólicas. Vai nascer uma fábrica que vai reciclar esse material em fim de vida transformando em mobiliário urbano (interior e exterior) e artigos de decoração. Apesar de ainda haver uma polémicazinha, não tinha piada se assim não existisse: "a câmara está a "avaliar a legalidade" do depósito de pás de aerogeradores eólicos na zona industrial de Valença, antes mesmo da instalação da unidade de processamento dos mesmos resíduos e transformação em novas peças." Não estou muito preocupada com esta controvérsia, é um projecto de milhões o entendimento passa por tapar o amontoado de resíduos inoperacionais das eólicas até que as instalações físicas estejam preparadas. O lixo basta ter muitos zeros à direita para ser considerado lixo premium.
Mal posso esperar pelos candeeiros feitos de pás das eólicas. As turbinas também darão bons vasos para semear umas camélias. Já sabem, quando pensarem mobilar uma casa ou quando estiverem fartas do candeeiro da sala, esperem até o Senhor Angel Costa colocar no mercado a sua ideia que diz que é única no mundo. Eu gostava que o sortido de peças decorativas incluíssem elefantes. Era uma das vossas futuras clientes, comprava um elefante para fazer inveja aos inimigos que estão à porta da nossa casa: – "olhem para o meu elefante mai lindo feito de pás de eólicas. Vocês não têm relíquias destas. Nívea para besuntar nos vossos cotovelos, meus queridos."
Sim, leram bem "inimigos que estão à porta da nossa casa", nunca ouviram dizer que mais vale ter vinte inimigos à porta do que ter um único inimigo dentro de casa?
Chega de estacionar no local autorizado para o estacionamento. Guiada pelo céu, vou-me por a caminho para ver se ainda apanho o sol no seu esplendor ao anoitecer.