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Perspectivas & Olhares na planície

Perspectivas & Olhares na planície

Uma Perguntinha... (4)

A nossa vidinha baseia-se nisto: no verão andamos de língua fora com o calor.  No inverno andamos todos arrepiados com o frio. 

Concordam com esta minha conclusão muito básica? 

Bem, é melhor continuar a beber o meu chá de saqueta. Antes que perguntem, mesmo que não perguntem, eu digo à mesma: estou a beber chá de funcho.

Para a informação ficar completa, não quero que vos falte nada, foi comprado no LIDL. Dizem que é o melhor, esgota sempre. Penderam para o funcho do LIDL, não há nada a fazer. Se é o melhor? Não sei. Os chás para mim são como as águas gaseificadas, o "barranco" é o mesmo, o que muda é o rótulo.

Não se esqueçam do cachecol e do casaco mais quentinho que tenham, está uma rijeza que nem vos conto...

Ah pois estamos no inverno... 

 

Levem fraldas aos "meninos"

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Coitadinhos dos "meninos". Tenho uma pena tão grande que não vou jantar por solidariedade aos "meninos" injustiçados. Os "meninos" não sabiam que estavam a agir com maldade e criminosamente quando actuavam em grupo para assaltar, espancar e assustar imigrantes que vêm à procura de melhorar de vida e ajudar a família que deixaram para trás. Franchement. 

Ouvi uma mãe dizer que deviam dar uma segunda oportunidade aos "meninos", alguém que diga à senhora que eles esgotaram essa segunda oportunidade quando tornaram estes comportamentos de delito recorrentes e como "modo de vida nocturno". Se havia relatos e os habitantes sabiam que estes "meninos" andavam nesta vidinha de criminalidade a aterrorizar os imigrantes e não só,  o que é que estes pais estavam à espera se não os filhos irem dormir umas noites na pensão de grades? Uma segunda oportunidade, este pedido de clemência é muito bom! O que fariam os "meninos" com o dinheiro que roubavam? Os pais sabem? Ah é preciso dar "uma segunda oportunidade" eles são apenas meninos! Aos pais devemos ofertar os códigos civil e penal para perceberem que os "meninos" têm comportamentos e condutas desviantes passíveis de serem punidos judicialmente. 

O presidente da câmara municipal de Olhão no dia que foi noticiada esta agressão e roubo cobarde sofrido pelo imigrante referiu que acontecia amiúde estes actos e que sabiam quem eram os praticantes e pertenceriam a famílias estruturadas. Não sei quais os critérios utilizados para denominar uma família estruturada, porém estas com meliantes totalmente em roda livre no seio familiar sem o mínimo controlo, atenção e vigilância aos comportamentos diários, não são de certeza um modelo de família equilibrada/estruturada. 

Os "meninos" que estão desesperados na prisão devem ser dos tais que começaram a vida social nocturna, a vadiar digamos assim, aos onze, doze anos a riscar carros, a partir retrovisores de carros estacionados e a vandalizar fachadas de casas com rabiscos de mau gosto, por vezes com frases cheias de erros, e que nunca foram descobertos ou tiveram de pagar os estragos feitos; atingindo a idade a partir da qual se pode descontar para a segurança social, os pais deixam fazer tudo o que querem e já com alguns anos de impunidade aventuram-se na concretização de "novas experiências" pensando que continuarão com a sorte de não serem responsabilizados pelos actos ilícitos.

A sorte não dura sempre, ó rapaziada. 

Desculpem, paizinhos e advogados,  queria escrever "meninos".

Agredir gratuitamente e roubar pessoas não são comportamentos de quem está a ser educado correctamente.  E pela forma como estão a reagir às consequências legais aos delitos perpetrados pelos filhos, estamos esclarecidos com o género de educação que privilegiam.

 

A minha querida Rádio

" (...) Everybody needs somebody to love

(mother, father)

Everybody needs somebody to hate

(please don't leave me) 

Everybody's bleeding 'cause the times are tough

Well it's hard to be strong

When there's no one to dream on (...)"

Bon Jovi, Keep the faith

 

Hoje é o teu dia. Conheço-te desde os cinco ou seis anos, é com esta idade que começamos a abrir  o intelecto e o coração para conhecer os pormenores de tudo o que nos rodeia. Tu estiveste sempre lá para o bom e para o mau. Para as tristezas e para as alegrias.  Foste o meu coração quando a minha mente insistia em comandar. Foste a minha mente para desarmar o meu coração. Podemos estar um pouco mais afastadas, sem as ganas de outrora que me paralisava. O amor pode desalentar, mas quase nunca acaba. O desânimo faz parte do verdadeiro amor.  São fases na nossa vida em que o desencanto domina uma metade do amor. A outra metade: as lembranças dos momentos bons vividos, as vitórias ao som que sai da coluna são a bóia para que as partes se juntem para regressar o fascínio e a felicidade quando estamos juntos dela. Nos altos e  nos baixos, a roleta russa do amor, nunca duvidei que é amor o que sinto por ti, minha querida Rádio. 

Devo-te não muito, mas tudo. És o meu porto onde fica ancorado o barco de que sou feita e do que me tornei: tábuas gastas com fissuras de sucessos e erros pintados com a cor amarela brilhante igual ao sol do mês de Agosto no meu querido Baixo Alentejo. 

Entretanto, ouço menos Rádio.  E faz-me falta. Sinto falta quando a máscara cai, as lágrimas caem sem pedir licença, a gargalhada solta-se livremente.  É disto que tenho saudades.

Muitas histórias vividas ao som da rádio podiam ser contadas. A memória é feita de muitas gavetas que por vezes com a lufa lufa do dia a dia vamos perdendo detalhes preciosos transformados em cinzas que nunca  mais nos iremos lembrar. O que nunca esqueci foi a experiência mágica quando aos dez anos sintonizava a Antena 3 aos sábados à noite, depois do jantar, para ouvir a transmissão de concertos de bandas estrangeiras em directo ou em indeferido.   Eram momentos de grande êxtase ouvir o livin' on prayer ou keep the faith sem a rede de segurança de um estúdio é uma sensação indescritível para uma criatura de dez anos. Foi com a Antena 3 que comecei a aprender a gostar de música, é com a performance ao vivo de uma banda que se conquista a admiração e simpatia das pessoas. Bandas como Metálica, Pearl Jam, Offspring, ACDC ou Bruce Springsteen respiram palco, são uns sobreviventes nesta cultura de concertos ao vivo programados artificialmente com momentos em que as gravações voz/instrumental, seguram a prestação fraca da banda no palco perante uma plateia grande. A informatização dos concertos para gáudio de muitos cantores substituiu os verdadeiros animais de palco que contagiam até quem não gostava assim tanto daquela banda ou cantor.  Há concertos que parecemos que estamos a ouvir um CD gravado com as batotas da praxe para ficar com voz afinadinha e a guitarra eléctrica com os acordes certos.

Em 96 a rádio que estava na berra era a rádio cidade. A malta jovem nessa altura era só a Cidade que ouvia, com músicas que não se ouviam na RFM ou Comercial. Quem não  se lembra de dar uma hora de música sem a interrupção de anúncios publicitários? A dance músic era aqui que tinha o seu palco maior em Portugal, a cantora Corona foi ao Big Show Sic, todavia havia meses que ouvíamos o seu "The Rhythm of the Night". A rádio cidade foi a culpada de se cantar nas pausas entre as aulas o: "babobeh-bopbopahdop-babababa-babedi-babobeh-babopahdop-bababapi", do Scatman John. Era a loucura.

A Rádio Cidade no volume máximo a cantar o Saturday Night dos Whigfield  ou o "Eu sei" dos SantaMaria que esta rádio ajudou a ser o maior sucesso musical deste grupo, as tarefas domésticas de domingo definidas pela matriarca eram realizadas com outra predisposição e leveza.

A rádio sempre foi a minha companhia para a  diversão, para o carpir das desilusões como também para tomar decisões importantes.

Sempre vi rádios espalhados pela casa. Rádios pequenos a pilhas que levávamos nas férias enquanto não descobríamos a frequência da Antena 3, RFM e claro a Cidade FM não começavam verdadeiramente as férias.  Viver sem a rádio,  não consigo. Tal como precisamos de beber água para viver, eu preciso da rádio para viver.

A rádio que se faz hoje não é como a que se fazia nos anos 90, modificou muito. Os programas da manhã são cópias uns dos outros, as piadas copiadas uns dos outros. A música,  essa é programada nas listas de reprodução sem cunho pessoal dos locutores. Tornou-se desinteressante esta Rádio, deixou de ser criadora de memórias, na era das plataformas dedicadas à música ou a programas de autor (os podcasts). Tenho de me penitenciar deixei de ser uma ouvinte assídua de quatro programas de rádio: O Amor é (alargado), os Radicais Livres,  Uma Questão de ADN e Bloco Central. Tenho de resolver esta falta de comparecência, principalmente,  aos programas do enorme Júlio Machado Vaz, são um hino ao fazer pensar sobre nós e sobre os outros.

Parabéns, minha querida Rádio. Todas as palavras são sempre poucas para enaltecer umas das tuas mais nobres funções: ser a companhia de quem está na solidão física ou intelectual.

Inequivocamente, vivo melhor contigo, minha querida Rádio.  

 

O cinismo do PCP no Baixo Alentejo

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A indumentária denuncia-os. Não estiveram a apanhar silarcas, nem espargos junto ao que iria ser uma ponte pertencente à auto-estrada cancelada, cuja a ideia seria estender um tapete preto nas planícies do Baixo Alentejo. Estiveram de mãos nos bolsos com a garganta afinada a "cantar" o refrão que esqueceram quando fizeram parte do governo da geringonça. Eu não me esqueço. Os habitantes baixo-alentejanos também não deveriam esquecer esta "traição." Quando um dos pontos exigidos  pelo PCP para o António Costa conseguir formar governo e ter consequentemente os orçamentos do Estado aprovados no Parlamento era a reversão da privatização da TAP, podiam ter acrescentado as seguintes exigências: retoma da construção da auto-estrada,  a electrificação da linha ferroviária até Beja. Mas não. Nunca tiveram na mente a preocupação com os principais problemas estruturais do distrito de Beja. Mentem quando assim afirmam. Movem-se bem nas areias do cinismo. O Baixo Alentejo sempre esteve  sob o jugo comunista, onde se lamentavam que o poder central sempre desprezou a população alentejana. Somos conotados como o bastião comunista pelo domínio autárquico, serviu de alguma coisa? Não. Quando tiveram a oportunidade de incluir a resolução dos problemas de mobilidade terrestre e ferroviária que nos atormentam e nos subdesenvolve economicamente na lista para colocarem o António Costa a (des)governar Portugal, preferiram escolher a reprivatização da TAP. O que nos falta nunca foi motivo para um ultimato: ou constroem a auto-estrada para o distrito de Beja ou não aprovamos o orçamento do Estado. Se tivessem tido esta postura,  quem não é votante do PCP, teria de dar a mão à palmatória, admitindo que o partido de Álvaro Cunhal se tivesse esse poder de decisão solucionava esta questão que nos discrimina perante as outras zonas do país. Pelos vistos teve esse poder de decisão e nada fez. 

A estrutura do PCP faz excursões até ao Baixo Alentejo para ganhar minutos de antena às vinte horas, vem ao reduto vomitar a cassete de palavras vãs bafientas para a plateia dos crédulos domesticados pelo canto comunista. São uns cínicos. Nada diferem dos governantes que cinicamente desconsideram amiúde. 

Os seguidores do PCP não entenderam que o seu partido podia ter feito mais durante a geringonça por estas planícies que são cada vez mais verdes do que amareladas? Tinham mais interesse nos aviões com a bandeira para os tornar noutra CP onde quem convoca as greves é o PCP com o seu sindicato. Para eles é mais vantajoso politicamente manter o Baixo Alentejo desprovido dos recursos e infra-estruturas elementares para conseguirem manter a sua influência, para irem manipulando como lhes der mais jeito as pessoas que vão garantindo um deputado no Parlamento e as câmaras municipais que restam. Verdade seja dita aquelas que passaram a ser socialistas são um apêndice da política comunista, logo não difere a forma de governar. 

Vendilhões de ilusões com muitos compradores destas ilusões. 

 

 

 

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