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Perspectivas & Olhares na planície

Perspectivas & Olhares na planície

A discriminação só nada com água

"(...) É do comportamento de alguns que depende o tónus duma sociedade."

António Alçada Baptista, Os nós e os laços

 

A discriminação nada em piscina cheia de água, nunca irá conseguir nadar em piscina vazia. Vivemos tempos em que a discriminação está a nadar numa piscina sem água.  É impossível nadar sem água,  logo é uma discriminação habilidosa. Quando existem os preocupantes relatos de verdadeiros actos discriminatórios, acabam desvalorizados por estes mergulhos em piscinas que se vêem os ralos por estar sem água nenhuma; a poça que ficará na última vez que choveu, ficou na lembrança de quem a viu, pois entretanto evaporara com o sol de verão.  

Quando há regulamentos de utilização e manutenção dos equipamentos municipais que  estão em consonância com as leis vigentes  de um dado país, concordemos ou não, são para cumprir independentemente da nossa crença, costumes culturais e ritos. Não adianta manipular a opinião pública quando a conduta não é adequada ao local que pretendemos frequentar.  Ou seja, as normas de conduta de carácter específico que têm apenas e só o objectivo de ser guias para orientar o comportamento e atitudes em circunstâncias particulares em determinados lugares e/ou situações previstas no convívio em sociedade. 

Paquistaneses impedidos de estarem vestidos na piscina este incidente que aconteceu  no complexo aquático municipal na cidade de Santarém, claramente, foram movidos os cordelinhos da manipulação que estão tão em voga quando se trata de temáticas culturais de modus vivendi diferentes do nosso ser ou estar europeu e latino. Não significa que o nosso é melhor ou mais livre. São diferentes e ponto final parágrafo.

Há a tendência de forma errónea, o acender de celeumas que não têm razão de existir, suportadas por indivíduos que clamam tolerância e são os que têm os comportamentos mais intolerantes. O respeito e a tolerância têm dois sentidos: quem exige para o próprio também tem de dar para o seu semelhante.  Para se ser respeitado, temos de nos dar ao respeito.  Se és intolerante, não esperes tolerância do ter interlocutor. É mais claro do que a água da piscina depois de um dia de intensa fruição.

É ponto assente que: quando vamos para os outros países temos de reeducar a nossa postura e hábitos para nos adaptar ao país que nos acolhe. Se nós vivemos na nossa pátria temos de ceder ao sistema que é monopolizado por uma minoria que  dita as regras para a maioria cumprir, qual a razão de as pessoas de outra nacionalidade ou com outros ritos culturais invocar tratamento especial? A discriminação cultural por vezes é descredibilizada por atitudes levadas a cabo por quem devia defender a sua cultura sem rebaixar a cultura de outro povo colocando-se na posição de discriminador, por exemplo, perante os outros utilizadores cumpridores das regras do dito equipamento público. O preconceito não reside somente nos outros.  Nós também o somos inclusive para impor a nossa superioridade cultural ou intelectual entre os nossos concidadãos, logo também o fazemos quando nos relacionamos com cidadãos de outras nacionalidades. Sejamos sérios,  por favor.

A ida para a piscina com a indumentária quotidiana foi acordada com o telefonema realizado no dia anterior, segundo a porta-voz deste grupo. Entendo,  tenho também esse direito, que houve uma falha de comunicação de ambas as partes: é preciso saber perguntar tal como é preciso saber responder.  Quando se faz uma pergunta ambígua: "se era possível usar roupas na entrada das piscinas", o funcionário terá respondido que sim, sabendo que o complexo tem uma zona de relvado apoiada com bar que pode ser usada sem a obrigação de ir para o escorrega e fazer splash no "tanque". O dito funcionário errou em não pedir mais detalhes, pois está normalizado pela sociedade portuguesa que mergulhar numa piscina pública só é possível com o vestuário adequado, inclusive às vezes existe sinaléctica a estipular as regras de utilização no recinto. 

O burburinho que se gerou é de lamentar tanto para os visados tal como para quem está a assistir ao conflito. Se era possível ter sido de outra forma a abordagem para minimizar o constrangimento? Sempre, todavia quando há resistência em cumprir os avisos o que acontece? Somos convidados a sair do espaço. Há uma parcela a mais nesta conta, que é a PSP, sim, porém faltou de parte a parte mais empatia e diplomacia.  A língua não pode ser um ponto para a vitimização uma vez que havia falantes de português e assumem que as crianças são portuguesas,  logo devem ter entendido o que os funcionários do complexo disseram. Todavia, estes equipamentos públicos, com a extensa diversidade multicultural que  Portugal tem acolhido, teriam de ter funcionários mais vigilantes com formação na área social de forma a acolher e acompanhar todos utilizadores para evitar embaraços que rapidamente podem resvalar para uma situação de preconceito. 

A porta-voz do grupo referiu na reportagem da RTP1: "achou que teriam aberto uma excepção por serem culturalmente sensíveis".  A resposta é aconselhá-la, por exemplo, a consultar o portal da Internet da embaixada do Paquistão em Portugal na secção: Do's and Don'ts for Pakistani Nationals in Portugal.  

Por curiosidade coloco aqui alguns dos conselhos que devem seguir/fazer em território português:

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Não temos de abrir excepções a ninguém.  Regras são regras. Todos temos de as cumprir. 

Só mais um pequeno apontamento:  se a tal dita senhora fosse boa observadora a nossa cultura não é mergulhar nas piscinas públicas sem roupa, como alude. Nós não estamos nus, estamos com peças de roupa a cobrir o que é essencial cobrir. Não se pratica nudismo nas piscinas municipais portuguesas, minha querida senhora. 

As crianças é que deviam ter sido protegidas destas situações tristes de quem acha que nós, portugueses, não somos culturalmente sensíveis. Poderia dizer o mesmo de si: é culturalmente insensível à nossa cultura latina de usos e costumes. Não somos só nós que temos de calçar os sapatos dos outros,  os outros também têm de calçar os nossos, de vez em quando.  Alengam sempre o nosso passado imperialista e de impor uma aculturação, têm razão, certa maneira.  A questão é: se fazem o que criticam,  são ainda pior do que estes colonialistas malvados que fomos, volvidos séculos ainda nos acusam de terem uns países por cumprir.

Temos as costas largas...

Até Portugal é um país por cumprir,  vamos culpar quem? Acho que os romanos que não deixaram aeroportos em Lisboa, hospitais com médicos...

 

 

 

 

 

 

 

Boa semana, sempre com redutor de caudal

Foi um fim de semana em cheio. É cedo, muito cedo, aliás o campeonato ainda está no início. Contudo, uns perderam as chaves outros caíram no rio e esse gostinho ninguém me tira. Beijinhos repenicados para os sportinguistas e portistas, as derrotas tocam a todos. O tempo útil de jogo também deve ser referenciado como lacuna no futebol português quando vencemos os jogos, não  só quando saímos sem os três pontos. Não é, caro Sérgio  Conceição!

Neste momento, o que me preocupa é a falta de água que pode prejudicar a vivacidade das papoilas saltitantes. Se calhar é alarmismo exagerado meu e as papoilas saltitantes não vão murchar nos próximos tempos, pois o Ministro que foi jotinha disse que ia haver dinheiro, fundo europeu, obviamente, para comprar redutores de caudais para controlar o desperdício de água nos fontanários públicos. Força aí nisso de colocar redutores de caudais em tudo, não me convinha ter as minhas papoilas à míngua de H2O agora que os jogos semanais irão aumentar. 

Desejo a todos vós uma semana gloriosa. 

Boa semana

Nos tempos que já lá vão, hoje, feriado de Santa Maria, era dia de procurar novo patrão. 

Não é indirecta para ninguém. Caso achem que é, não posso contrariar o vosso pensamento.  

Agora pensando melhor, há "figuretas" que bem podiam tentar encontrar outro patrão...

Bem, estamos em Agosto, letreiros a dizer "encerrado para férias", não vos vou maçar com listas de nomes. Sem mais delongas, desejo a todos vós uma semana notável e umas férias Super (ler com a entoação francesa) como os meus saudosos vizinhos emigrantes na França diziam a cada duas palavras pronunciadas em português. 

O que eu me fui lembrar dos vizinhos emigrantes que cochichavam em francês pensando que a vizinhança não percebia a língua de Napoleão Bonaparte. Eles riam-se de nós, mas o que era Super é que nós ríamo-nos deles sem eles perceberem. Nunca souberam que os nossos conhecimentos não se resumiam ao trivial: trés bien, alors, merci, salut ou ao au revoir. 

C'est la vie. Quem manda menosprezar o seu semelhante de forma sobranceira? 

 

Livre trânsito: Os menores agora mandam.

Como assim? Os menores que estão sempre enquadrados na consulta pediátrica passa a existir uma lei que caso necessitem de ir ao médico podem fazê-lo sem que os seus tutores legais (os pais são esta figura legal enquanto não atinjam a maioridade) sejam informados?! A saúde sexual deve ser abordada em casa e ir com os pais procurar ajuda especializada, logo estão a criar ainda mais tabus, regredindo ao tempo dos meus bisavós a relação entre filhos menores e pais. As doenças sexuais dos filhos menores não são para falar com os pais. E os vícios? Pelos vistos para estes membros deste Conselho também deve ser segredo. Quer dizer ter um filho menor viciado e os pais não se aperceberem, pode acontecer,  e é detectado e ninguém informa os pais? Menores com vícios, que para terem vícios não trabalhando, são os pais que  patrocinam a adicção, segundo esta lei não têm direito de serem informados devido ao respeito pela individualidade da criatura, que por sinal é menor.   É uma lei que promove a anarquia nos comportamentos e atitudes dos menores que futuramente estarão no outro lado da barricada: estarão a ocupar o lugar dos pais deles, caso tenham filhos.

Este Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida vai fomentar a mentira no seio familiar, acreditam eles para evitar castigos ou outras pedagogias levadas a cabo pelos pais que podem ser ou não criticáveis. Tal como os pais têm de ser responsabilizados quando não estão a exercer as obrigações e deveres de criação de um filho, em contrapartida os filhos também têm de ser responsáveis pelos actos que cometem e serem leais, assumindo os erros perante aqueles que são os seus educadores. É de difícil construção a relação de confiança e partilha nas fases de grande turbulência que são as etapas do crescimento, por isso é condenável esta medida que não instiga a mediação familiar em temas sensíveis como são a saúde/educação sexual e os vícios/comportamentos desviantes dos adolescentes. 

Os menores são o novo brinquedo para estes intelectuais de cordel que parecem que já se esqueceram que foram pais e que não se lembram das dinâmicas familiares quando a adolescência acontece com o apagar das velas deixando um rasto de fumo que todos os pais querem seguir atentamente para que não haja percalços e quando os há serem os primeiros a encontrar o interruptor do candeeiro para ligar a luz quando os filhos caem na escuridão. 

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Desde que o dinheiro não seja do contribuinte...

.... avance com toda a força com essa ideia de palmeiras e espreguiçadeiras no espaço, atenção,  com o seu dinheiro. Se se gaba de ter triplicado a fortuna da sua primeira mulher, tem a lição bem estudada como fazer dinheiro rapidamente.

Não chegam os resorts no Planeta Terra ainda querem levar os grupos de pulseirinha para o espaço. Irra. 

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Mais um pequeno reparo: o Senhor dos cruzeiros e da TVI  visitou o espaço em onze minutos e foi considerado astronauta, certamente com direito a diploma carimbado.

Sendo assim queria colocar uma cunha: desde que foi decretada a pandemia Sars-Cov-2,  a minha amada mãe encarregou-se da tarefa de fazer os autotestes a todos os membros da família. Somando os minutos despendidos tem mais do que 1440 minutos ao serviço deste "procedimento de enfermagem" será que a minha mãe pode ser considerada enfermeira?

Se um com uns míseros onze minutos no espaço passa a ser astronauta, bem podem enviar o diploma de enfermeira para a caixa de correio da minha amada mãe. 

(Será enviada em mensagem privada a morada.)

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Uma perguntinha... (1)

... estão agostar bem?

Lembrem-se que primeiro de Agosto é o primeiro de Inverno. E parece que: “Winter is coming”. Vamos ter de poupar energia. 

Portugal e a maioria dos portugueses estão habituados a poupar. Como não têm, poupam à força. Vão ser uns longos meses de sol de inverno a tiritar de frio mas a viver um grande espírito de romance  incentivado pela intensidade da luz nos candeeiros nos mínimos.  Os divórcios finalmente vão estabilizar  na estação do frio que se aproxima. Nem tudo é mau.