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Perspectivas & Olhares na planície

Perspectivas & Olhares na planície

OLHAR Musical para Hoje # 55

Uma noite de terça-feira na paz dos anjos!

De preferência com a televisão desligada. É uma sugestão minha que não mando em nada e nem em ninguém.  

Na China, não é uma sugestão,  é mesmo uma ordem: Crianças só vão poder jogar online três horas por semana.

Queria ver esta medida cá,  uma vez que são os próprios pais a incentivarem o "vício" para as criaturas estarem sossegadas e caladinhas.

Seria a clandestinadade impulsionada pelos pais deste rectângulo à beira mar, se tal ordem fosse instituída. 

 

(Não se assustem pais patrocinadores do vício aos seus descendentes, Portugal ainda é uma democracia, meio esquisita, é certo, mas andam entretidos a comprar bicicletas para os vossos filhos aprenderem a andar de "bicla"; dado que os pais não podem fazer tudo, por isso, instituem a prioridade de os filhos serem um às em "manobrar" telemóveis. Ensinar a manobrar a bicicleta é uma chatice, há quedas, arranhões e ter de ir buscar a mala dos primeiros socorros é enfadonho.)

 

Ouçamos música, e claro, pedindo às criaturas pequenas para se agarrarem ao telemóvel até que o João Pestana e o Chico Escuro resolvam aparecer!

 

Antídoto às fotografias de praias

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Proponho esta paisagem alentejana deslumbrante na sua singularidade para desenjoar da cadadupa de imagens com o mar, ora a bater na areia, ora a espumar como se tivesse sido envenenado a mando de um país que se tornou perito em envenenar, por brincadeira, os seus opositores políticos, que pululam nas redes sociais dos famosos influencers, que os anónimos parvos adoram copiar. Parvos, pois enquanto que os ditos influencers coleccionam borlas nos hotéis para os influenciados tolinhos na hora de pagar, pagam a estada com uma taxa extra, designada de taxa influencer. Alguém tem de pagar a borla concedida, quando definem o preço obviamente que está incluído esta margem para se fazer solidariedade com os influencers. Cuidado. Pacotes de viagens, vestuário, estadas em alojamento, tratamentos de beleza, cirurgias estéticas com muitas fotografias espalhadas pelo Instagram da malta das borlas é sinal que o preço está inflacionado. 

Haverá excepções, porém não se iludam. Se quiserem pagar o preço justo por algum serviço, dêem uma vista de olhos pelas várias redes sociais. 

Ah, não se esqueçam, tenham uma excelente semana,  se faz favor!

 

Desde ontem que não páro de me rir...

São os nervos!

No Congresso do PS a fiel escudeira, que herdou esta função do paizinho, Mariana Vieira da Silva dixit:  "Só o PS tem Costa, uma das vozes mais respeitadas da Europa." 

Quando ouço este género de manifestações interesseiras de amor os meus nervos dão para não parar de me rir! Os herdeiros dos pais para manter o quinhão têm de dar o seu espectáculo de elogios hipocritas. 

Eu sei que devia chorar uma barragem de Alqueva na cota máxima, mas o que é que querem? 

Não tenho culpa de ter nascido com este sistema nervoso! 

 

 

P&O na Planície: Bom Fim de Semana 103

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P&O na Planície: Bom Fim de Semana 103 = Último fim de semana de Agosto. Para os amantes de Agosto é uma triste notícia.  Tentam esticar o mês como se fosse um elástico. 

Esticam os dias, as horas, os segundos até o elástico começar a desfiar-se. Para deter o inevitável, instintivamente, esticam com mais cuidado para o último fio a desfiar seja o mais tarde possível, adiando o indesejável: o último fôlego do querido mês de Agosto; aliás, como todos os outros Agostos dos outros anos.

Agora resta esperar para o ano, que chegue como sempre depois do mês sete e antes do mês nove. 

Para as pessoas que as há, e são muitas, que detestam o mês de Agosto estão a flutuar de alegria com esta boa nova. Anseiam que seja uma pastilha elástica: para mascar e deitar fora.

Pensam: o sol devia secar os dias como faz com os figos. Figos passados em sintonia com os dias passados sem demora.

Os dias de Agosto cansam de cansaço.

Tardam a passar sem clemência.

Temos de nos render à evidência: os dias seguem uns após outros como todos os outros meses do ano.

Apenas aquilo que detestamos teima a retardar.

Respiremos fundo. 

O alívio surge quando mais necessitarmos.

Descansemos, então!

Uma solução: comecemos a amar o Agosto. Assistiremos de camarote a cadência dos dias com ritmos mais velozes tal como acontece a algo que adoramos e desejamos incessantemente que demore e perdure mais uns escassos segundos. 

Vivas para os que amam e para os que odeiam o Agosto.  

Observando o sublime da natureza paro e reparo: as bolotas atravessam firmes e lindas o mês do imperador romano César Augusto para serem colhidas nos meses delas: Outubro e Novembro. 

As bolotas são felizes em Agosto, dão o ar da sua graça vestidas de verde. 

(Nós também somos, lá no fundo, não queremos é admitir esse sentimento. Somos todos um pouco bolotas!)

Bonitas e seguras lá vão elas a despedirem-se de Agosto e a prepararem-se para a troca de vestido nos próximos meses.

Castanho será a cor de gala. 

Adeus, Augustus! Até para o ano. Fica sempre bem.

Que eu vou estar na companhia do teu irmão Septem!

 

 

P&O na Planície: Bom Fim de Semana 102

 

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P&O na Planície: Bom Fim de Semana 102 = Na quinta-feira, dia 19 de Agosto, foi o dia mundial da fotografia.

(Escolhi esta fotografia para assinalar esta data)

Hoje, bem podia ser o dia mundial da pintura borrada. 

(A título de curiosidade neste dia, 21 de Agosto de 1911, era furtado o quadro Monalisa do Museu do Louvre pelo funcionário Vincenzo Perugia.)

A pintura está completamente borrada, pois a task force pediu ao Ministério da Saúde  autorização para aceder a dados pessoais e clínicos dos cidadãos, nomeadamente, citando o ECO:

1 - Dados de identificação, como o número de utente do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e data de nascimento;
2 - Dados da vacinação, como género, administração regional de saúde da área de residência, concelho de residência e marca e lote da 1.ª e 2.ª inoculação;
3 - Dados de teste com resultado positivo, como a data de eventual teste positivo, tipo de teste e variante genética do coronavírus;
4 - Dados de internamento hospitalar, como a data de eventual internamento, data da entrada nos cuidados intensivos, data da alta hospitalar ou, na eventualidade, data de óbito.

O bom senso vigorou. Até ver, ser-lhe-ão facultadas “estatísticas e indicadores”, por “determinação da ministra da Saúde”. Uma vez que a Comissão Nacional de Proteção de Dados colocou um travão à intenção metediça e eticamente condenável do líder da task force  Gouveia e Melo.  Não é entendível o seu interesse em ter em sua posse informação confidencial de cada cidadão, dado que a sua função é organizar e controlar toda a logística do plano de vacinação Covid 19. É desproporcional à sua responsabilidade enquanto coordenador operacional de um plano e exageradamente abusivo este seu pedido de aceder a informações sem o consentimento dos visados, que neste caso, é  uma base de dados de um universo muito grande da população portuguesa.

Estamos numa fase em que se desvaloriza a informação pessoal e intransmissível. Somos cada vez menos anónimos. As nossas movimentações estão quase sempre monitorizadas, basta levar o telemóvel,  pagar uma compra por com cartão bancário e assim conseguem reunir informação detalhada sobre a nossa rotina.

Por outro lado, por vezes, a culpa é muito nossa face à nossa atitude de partilhar leviana e/ou inconscientemente muitas informações da nossa privacidade no mundo digital sem qualquer parcimónia.
Porém, é inadmissível este procedimento do Vice-Almirante na tentativa de fiscalizar, impor-nos um sistema de vigilância exercido ao estilo República Popular da China. 

O Vice-Almirante Gouveia e Melo disciplinou e coordenou extraordinariamente uma operação de grande envergadura como é o processo de vacinação das faixas etárias autorizadas a aceitarem voluntariamente a inoculação da vacina Sars-Cov-2, penso que se está a deslumbrar com os bons resultados, com poucos incidentes, para imiscuir-se em tarefas que extrapolam a sua área de actuação.  

As palmas e as manifestações de reconhecimento deveriam ser um alento para continuar firme na mobilização dos recursos humanos e logísticos, deixar a perseguição dos comportamentos para quem está apto e com real conhecimento do histórico clínico e social do utente: o médico de família.  Todavia, todos devem estar conscientes que somos livres de aceitar ou não esta vacina experimental.  Logo, assumir todos as nossas responsabilidades perante a nossa decisão tomada: ser ou não ser vacinada. 

 

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Últimas do "planeta" Covid-19:

1 - Como estarão as modas lá fora?

  • Israel vai começar a vacinar com a terceira dose indivíduos com mais de 40 anos, ou seja, não basta querem ter o melhor e mais bem preparado exército do mundo, querem para si o galardão da obsessão pela vacina contra o vírus Sars-Cov-2;
  • Sidney está em confinamento geral até Setembro, e claro com a imposição do uso de máscara na rua, ou seja, estão a ganhar o gosto em decretar o confinamento com recolhimento obrigatório quando aparece um ou dois casos para não existir surtos. Nem oito nem oitenta. É uma decisão arrojada da senhora que comanda o país dos cangurus;
  • um jovem italiano com 22 anos de idade tatuou no braço o código do certificado digital Covid -19, ou seja, é a sua tropa, neste momento, luta com esta arma para conseguir frequentar os lugares onde impõem o certificado digital. 

2 - Como estarão as modas cá dentro?

  • O Arquipélago dos Açores, em Outubro, começará a  administrar a terceira dose da vacina covid-19 às pessoas mais vulneráveis. A autonomia administrativa tem destas coisas. Seguem o exemplo de Israel. Vão ser as cobaias para mais tarde os decisores do Continente "obrigarem" a toma do reforço. Se uma é boa, melhor será injectar o frasco todo. Ah é verdade, como está a situação da falha na refrigeração que se deu no queimódromo? Vão já "levar" com a terceira dose? Assim na dúvida, será melhor e passamos a perna a Israel;
  • Antecipou-se a segunda fase das medidas de desconfinamento, uma das quais foi o fim à limitação de lotação nos transportes públicos. Mas essa medida na restrição de lotação nos transportes públicos colectivos alguma vez foi aplicada? Juro que sempre pensei que o vírus nunca gostou de viajar em comboios ou autocarros, pois não se notou diferença na lotação, só mesmo quando se esteve em confinamento geral ora porque os utilizadores estavam em teletrabalho, em lay-off ou no desemprego. A primeira-ministra durante os próximos quinze dias, Mariana Vieira da Silva, está a sair-se melhor do que a encomenda.  

 

 

 

Ai a rola-brava...

Rola.

Rola-brava ou rola-comum.

Caçar.

Caça.

Caça à rola.

Não é lá muito auspicioso iniciar a semana a escrever sobre rolas, as aves que na época venatória que se inicia estão livres de interromperem o seu voo à conta de um cartucho (ou mais do que um, depende da habilidade do caçador). 

Uma vez que trouxe à colação a rola que está há anos em via de extinguir-se,  não sou de arrepiar caminho e mudar de tema.

Para os defensores e apologistas que é a andorinha que traz a faixa da Primavera no bico, eu tenho de os contrariar, ser a chamada, com muito gosto, desmancha prazeres, a chegada da rola com o seu arrulhar também nos informa que a estação das flores (das alergias) está a sentar-se no sofá da natureza. Por isso,  esta ave migratória merece ser lembrada com frequência...

Ora então é assim: a região do Baixo Alentejo não lhe falta motivos flagrantes de injustiça para incentivar a investidas  explosivas de  indignações por parte dos alentejanos. A lista é extraordinariamente extensa: linha ferroviária por electrificar;  o edifício substituto para albergar o tribunal de Beja por construir; tarda o reinício da feitura da auto-estrada; itinerário principal n.°2 que nos serve apresenta as vias com um elevado grau de deterioração que condiciona a segurança rodoviária de todos os automobilistas; o aeroporto de Beja desaproveitado, Hospital de Beja a perder cada vez mais valências médicas contribuindo para a diminuição da oferta e qualidade da mesma; um Instituto Politécnico amorfo; despovoamento galopante – Barrancos está cada vez mais distante do distrito de Beja –, onde aumentou a população foi no concelho de Odemira e tardam as medidas de integração dos trabalhadores imigrantes bem como medidas para os autóctones; diminuição assustadora de efectivos e meios da GNR e Polícia; excessiva agricultura intensiva. Como vêem temos motivos de sobra para valentes indignações. Todavia,  o deputado do PS eleito pelo círculo eleitoral de Beja não fica seduzido com o desinvestimento a que o Governo nos impõe, fica "indignado com proibição da caça à rola." É preciso ter muita coragem e paz de espírito. Falta-nos todas as infra-estruturas e equipamentos elementares para o desenvolvimento cabal e urgente de todo o distrito de Beja, isto sim, é uma "machadada para os concelhos do interior" (como referiu o deputado Pedro do Carmo), e não a proibição de caçar rolas por uma ou duas épocas de venatória. 

Reforça que: “As associações e os caçadores têm toda a razão para estarem indignados com a decisão do ICNF” e que irá questionar o ICNF. Faz bem! Aproveite a boleia e questione o Primeiro-Ministro António Costa sobre a razão da iniquidade de investimentos por concretizar para que o Baixo Alentejo não fique cada vez mais distante da coesão  social e territorial que tanto apregoa! 

Citando o Público: "O risco de extinção da rola-brava em Portugal e por toda a Europa, protegida no âmbito da Directiva Aves (DIRETIVA 2009/147/CE), fundamenta a decisão do ICNF", guardem os cartuchos para outra espécie cinegética. Quem ouve as lamentações parece que proibiram toda a caça.

Noutra vida,  quando as caçadas eram mais livres, que acabou com a chegada das zonas/reservas de caça associativas em que quem é bom caçador (gasta fortunas em munições) tem de dividir a caça com os marteleiros, por essa razão fez com que muitos caçadores guardassem as espingardas no armeiro  para sempre;

como ia escrevendo...

tinha o congelador a abarrotar de todo o tipo de espécies cinegéticas permitidas em cada abertura de caça.  Era com cada pitéu de bradar aos céus.  Para ser sincera sinto falta dessa abundância,  hoje como perdiz, coelho comprados no supermercado, são mansos, é certo. Porém, nas reservas alimentam as espécies cinegéticas com farinhas,  também há um desvirtuar da verdadeira essência que era as aves alimentarem-se do que existia na natureza. 

É curioso que no Baixo Alentejo, as que se alimentam fora das zonas de caça associativas morrem, as culturas  agrícolas em sistema de intensivo com desinfecção específica contribui para este drama. E dá-se o insólito de nas aldeias e vilas haver mais pássaros do que nas zonas agrícolas. 

Com a proibição da caça à  rola, haverá menos patuscadas, isto em plena época alta de actividade partidária tendo em vista as eleições autárquicas no próximo mês de Setembro, é uma maçada,  não  é deputado Pedro do Carmo? 

Olhe, não almoça rola, cante:

Láláláráálá... 

Quero cantar como a rola
Quero cantar como a rola
Como a rola ninguém canta

Lálárálailá

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