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Perspectivas & Olhares na planície

Perspectivas & Olhares na planície

IPBeja, quo vadis?

Muito havia para dizer...

“A universidade desenvolve todas as capacidades, inclusive a estupidez.”

Anton Tchekhov

 

O IPBeja insiste em perder o tempo com as árvores, em vez de  ocupar-se com a floresta … E isso incomoda-me solenemente. Sou a única a pensar assim, certamente...

Para além da sua principal missão: formação dos futuros quadros profissionais intermédios e superiores. Gostava de ver o Instituto Politécnico de Beja mais envolvido nas soluções dos problemas do distrito de Beja e a fazer "lobby" positivo para lutar, por exemplo, pela electrificação da linha ferroviária do Alentejo ou no evitar que o Hospital de Beja se torne num centro de saúde sob a alçada do Hospital de Évora.

Mas, o IPBeja gosta mais de ser uma voz activa no mundo dos produtos de merchandising de sedução.
Primeiro foi uns perfumes: “captar a atenção dos potenciais e actuais alunos, familiares e empresas (futuros empregadores) e, ao mesmo tempo, criar uma sensação de bem-estar que impulsione o contacto com o IPBeja”.

Ingenuamente pensava que se escolhia uma instituição de ensino superior por ser uma referência na formação ou por albergar docentes que primam pela qualidade e competência de ensino. Sem esquecer que muitas famílias escolhem o IPBeja por questões financeiras, uma vez que, geograficamente, fica mais próximo da residência do agregado familiar.

Nada disso: escolhemos o IPBeja pelo olfacto. Não vou para a Universidade de Évora dado transmitir uma identidade olfactiva antiquada, pois  “cheira”  a naftalina. Vou antes para o IPBeja, porque tem uma identidade olfactiva inovadora com uma fragrância floral frutada. Viva ao Perfume IPBeja.

Agora resolveram lançar quatro vinhos e uma jóia para comemorar o 40º aniversário do Instituto Politécnico de Beja.

É inegável  e devo felicitar esta perseverança em cumprir à risca esta criativa política fora do comum de “seduzir’ os futuros alunos para o IPBeja!?

Sem mais delongas passo a apresentar a jóia “Esfera do Recomeço”: “é uma peça artesanal, feita em prata de 0,925, com peso aproximado de 35g, devidamente contrastada, numerada e acompanhada por um certificado de autenticidade. Esta jóia “é construída com folhas de oliveira, que se abraçam, adornada com minúsculas bolas de prata que representam os seus frutos, alinhadas, configurando o logotipo do Instituto Politécnico de Beja. Dentro dela está uma pequena bola de madeira de oliveira, impregnada com o perfume IPBeja.”
Folgo em saber que quando criam produtos têm sempre a preocupação em incluir criações anteriores, ou seja, não se esqueceram do "perfumezinho" inesquecível com aroma a lembrar o Alentejo(!?).

A outra forma de homenagear o Instituto – que às segundas, quartas é Politécnico e às terças, quintas e sextas é uma empresa de eventos e merchandising –, foi com o lançamento de quatro “pomadas” oriundas das terras de Cuba e Vidigueira: “dois brancos e dois tintos e cada um dos vinhos tem a cor de uma das quatro escolas superiores do IPBeja. Os brancos "Os Ensaios e as Histórias?" e "O Teu sonho, o teu Futuro" têm as cores das escolas superiores Agrária e de Saúde, respetivamente. Os tintos "Os Amores e Desamores?" e "O Princípio e o Fim?" têm as cores das escolas superiores de Educação e de Tecnologia e Gestão, respetivamente.

 

Perfume, jóia e vinhos! Estou em picos para saber qual será o próximo negócio da China que vai brotar da Rua Pedro Soares - Apartado 6155.

 

O Séneca, nas Cartas a Lucílio, escreveu que: “Os progressos obtidos por meio do ensino são lentos; já os obtidos por meio de exemplos são mais imediatos e eficazes”. Estes são os exemplos que lemos quando há notícias sobre o IPBeja, não tenho mais nada a acrescentar.

Deixo para vós a redacção das conclusões…

As minhas ficaram no meu pensamento, arrumadas na gaveta das tristezas que são para esquecer!


P&O na Planície: Bom Fim de Semana 31

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P&O na Planície: Bom Fim de Semana 31 = No Hemiciclo, finalmente, aconteceu o primeiro debate televisionado para ser  apresentado e discutido o programa de governo do partido vencedor das eleições legislativas (Outubro 2019).  Aconteceu de forma esperada com os recém-chegados deputados do Chega, Iniciativa Liberal e Livre a partir pedra, limitados a dez minutos, mas o tempo foi o suficiente para incomodar  o António Costa. Se  tivesse obtido a maioria absoluta não apresentaria aquele ar enjoado da ira: “o velhote não as levou, mas se me chatearem muito começo a distribuir tabefes e/ou a espetar os espinhos da rosa nas cadeiras de uns quantos deputados”.

 

O partir pedra vai ter de ser com maior insistência para obrigar à adaptação dos  regulamentos impermeáveis da Casa da Democracia às novas  dinâmicas que o cidadão impõe durante o sufrágio universal: na abertura do Parlamento os três pequenos partidos eleitos foram impedidos de fazer uma pequena intervenção  inaugural pelos partidos do “sistema”. Mas, há limitações maiores e o deputado João  Cotrim Figueiredo pegou na picareta manual para partir pedra: quer mais tempo e direitos para deputados únicos. Se partirem sempre assim pedra, os três deputados únicos vão encher vagões de pedras e a Democracia Portuguesa ficará mais desobstruída de pedregulhos inúteis e limitantes.

 

Também se vai partir pedra no Partido Socialista. E como era de se esperar o picareta elétrica-mor apareceu para partir a pedra maior que levanta muita poeira: Santos Silva avisa esquerda: fazer cair o Governo seria “traição ao eleitorado”.

É sempre essa a principal função do picareta eléctrica-mor: sujar-se a partir pedra para depois receber dois vagões de pedras de recompensa...

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