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Perspectivas & Olhares na planície

Perspectivas & Olhares na planície

P&O na Planície: Bom Fim de Semana 35

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P&O na Planície: Bom Fim de Semana 35 = A luz apagou-se definitivamente para 17 mulheres no decorrer da gravidez, no parto e pós parto. A mortalidade materna registada em 2018 é igual à verificada nos idos anos 80.

Paz para as grávidas que perderam a vida a dar vida. Esperança e Amor para os bebés que ficaram órfãos de mãe. Misericórdia para os pais pela perda da filha e para o pai  que terá a missão de  ensinar ao filho a sábia fórmula de conhecer e amar a mãe não a conhecendo fisicamente, mas reconhecendo-a nos traços da sua personalidade: sou distraído e optimista como a minha mãe. Ou quando olhar para o espelho instantaneamente ver que vivem em si alguns pormenores da fisionomia da mãe. Conseguir rir com a falta de jeito que tem para as artes manuais que herdou da mãe.  

Será um órfão que não sentiu o beijo aconchegante da mãe, não ouviu a voz da mãe, só conseguirá imaginar o beijo, a voz…

Porém, será um órfão que sentirá a presença da mãe ao olhar para aquele objecto que a mãe adorava, identificá-la-a quando partilham o mesmo gosto pelo arroz de pato que tem de estar solto ou pensar que foi buscar o hábito da mãe: perder-se no mundo paralelo que a leitura convida a viver.

É uma missão hercúlea do pai. Todavia, possível para que o filho sinta orgulho do pai por ter feito dele alguém sem sentimento de culpa e ressentido pelo falecimento da mãe; e para que a falta seja circunscrita à mãe física, e o pai conseguir que a mãe viva no coração do filho e fazer-se acompanhado no seu dia a dia – passar para os seus descendentes–, aquelas lembranças que nunca desvanecem com o tempo.

 

Arrisca-se a ser requisitado para ser o futuro Secretário-Geral do PCP

O que acha Jerónimo de Sousa? Ou melhor o que achará o Comité do PCP?

Para quem acha que o dia 25 de Novembro de 1975 não teve importância

Recordo um excerto do texto: Olhar: 25 de Abril de 1974 / Perspectiva: 40 anos de democracia (publicado a 29 de Abril de 2014):

           (...)O 25 de Novembro, implicou algum esforço de contenção, superando-se as ameaças esquerdistas e o aproveitamento da direita e da extrema-direita. Na altura, pensei que o 25 de Novembro era apenas uma manifestação de rebeldia por parte dos para-quedistas. Agora, a posteriori, analisando as acções passadas e, sobretudo, as reuniões levadas a efeito para se fazer face a um golpe, parece pois que o 25 de Novembro, se não foi provocado, foi pelo menos muito facilitado por alguns grupos que pretendiam realmente a definição de situações e o afastamento de determinados elementos, não apenas militares, mas também políticos que, na altura, detinham uma certa preponderância.”

[Experiência na Presidência da República de Costa Gomes]

 

Clarificando: a estabilização da democracia em Portugal foi um processo dramático e a guerra civil esteve em iminência. Desde os governos provisórios que em vez de constituírem um elo de apaziguamento e democratizador – imagine-se – eram antes piromaníacos da ordem e serenidade públicas, passando pelos desvarios do PREC (Processo Revolucionário em Curso) que compreendeu, de entre muitas iniciativas: as nacionalizações selváticas de grupos económicos, a famosa reforma agrária, os saneamentos prepotentes e perseguições a empresários, ou seja, assistiu-se a uma crescente afirmação da esquerda revolucionária no aparelho do Estado, que desembocou no Verão de 1975 – os tempos do Verão Quente – e numa ameaça de guerra civil. Este período da política extremista e agitação social causada pelo mando de Otelo Saraiva de Carvalho e Álvaro Cunhal era de tal gravidade que Sartre referiu que Portugal parecia um manicómio em autogestão.

Finalmente, a 25 de Novembro de 1975 as forças políticas moderadas venceram e a democracia entra na fase de velocidade de cruzeiro e para isso muito contribuiu o movimento de oposição à radicalização política – Documento dos Nove liderado pelo Major Melo Antunes – e a intervenção do Presidente da República Costa Gomes, pois, consta-se que a 24 de Novembro o Presidente de então reuniu com Álvaro Cunhal e o que fica claro é que o confronto que estava a ser organizado pelo Otelo Saraiva de Carvalho para o dia seguinte (25 de Novembro), não obteve a colaboração prometida do Partido Comunista. (Ler o texto completo aqui)

P&O: Citações Soltas # 9

Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres

(N.B. Baltazar Serapião  maltratava a esposa, pois imitou o padrão de violência física e psicológica que sempre viu o seu pai infligir à sua mãe.)

 

“(...) e se lhe dei o primeiro correctivo de mão na cara não foi porque não a amasse, e disse-lho, existe amor entre nós, assim aceitei por decisão de meu pai que quer o melhor para mim, mas deus quis que eu fosse este homem e tu minha mulher, como tal está nas minhas mãos completar tudo o que no teu feitio está incompleto, e deverás respeitar-me para que sejas respeitada.”

 

Valter Hugo Mãe, O Remorso de Baltazar Serapião

P&O Sui Generis 76

Pertencerá a que dinastia este Rei?

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Exagero linguístico. No entanto, Parabéns ao Rei Jesus. Como sou Benfiquista de alma e coração não consigo esquecer que este Rei em Portugal perdeu negligentemente um campeonato, uma Taça de Portugal, uma Taça da Liga, para além, das duas Taças Liga Europa; mas mais uma vez Parabéns ao Jorge Jesus pelas conquistas históricas no país de Vera Cruz. 

P&O Curtas (83) E quantas estão avariadas ou à beira da sucata?

Esses dados não divulgam...

A Ministra da Saúde deu a boa nova que o INEM vai ter 75 novas ambulâncias. E as outras contas? As que estão avariadas? O número de ambulâncias que compõem a frota do INEM é a mais adequada para prestar o serviço médico de emergência quando há picos de pedidos de socorro em zonas geograficamente distantes em que os acessos rodoviários não são os melhores e têm de esperar porque está a socorrer alguém noutra freguesia do distrito e avança a ambulância dos Bombeiros locais?

O Governo entrou em funções e já anda no corta-fita para a fotografia. Muito gostam os políticos portugueses de festas temáticas. A Lili Caneças é que é a da fama, há muita gente a seguir os seus passos...

P&O na Planície: Bom Fim de Semana 34

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P&O na Planície: Bom Fim de Semana 34 = A manifestação dos militares da GNR e dos agentes da Polícia frente ao Parlamento correu como devia: sem incidentes. Para evitar actos heróicos foram posicionadas barreiras de betão e grades em frente das escadarias que antecedem a porta principal da nossa Casa da Democracia, para além da forte presença dos seus colegas para o Ministro Eduardo Cabrita não escorregar e cair das escadas do Governo de António Costa preso a arames.

As reivindicações, regra geral, centram-se:

a) aumentos salariais e respectivos suplementos bem como acrescentar o subsídio de risco. Concordo com a criação de uma tabela remuneratória uniformizada a cada categoria/função específica com aumentos de acordo com a inflação e não subir de escalão de acordo com a antiguidade, bem como, com o pagamento de dois suplementos: risco e fardamento. E terminar com os criativos subsídios  (não tributáveis) que foram inventados para aumentar as alíneas dos extras e não a remuneração-base que nunca foi alterada. Não há coragem, e não vai ser este Governo que vai fazer isso;

b) “mais e melhor equipamento de protecção pessoal. Obviamente que concordo, porque a filosofia de partilhar, a título de exemplo, os coletes  à prova de bala que  inclusive alguns estão obsoletos (validade expirada) não será a melhor forma de dotar as forças de segurança de um país que pertence à União Europeia; c) “os polícias exigem também uma fiscalização das condições de higiene, saúde e segurança no trabalho. Ninguém deve estar em desacordo, uma vez que num país que se diz moderno não pode ter esquadras terceiro mundistas, onde os ratos fazem percursos turísticos pelas várias divisões das instalações da Polícia ou GNR espalhadas pelas nossas vilas e cidades portuguesas. Acho que deviam equacionar a colocação do chip nos ratos, dado que já fazem parte do quotidiano dos nossos militares da GNR  e agentes da Polícia;

d) e querem “que seja cumprido o estatuto na parte referente à pré-aposentação aos 55 anos”. Suscito  as seguintes inquietações: pré-aposentação aos 55 anos com quantos anos de carreira contributiva? Ora sabendo que a esperança média de vida está perto dos 80 anos, como é que pode ser realisticamente exequível esta regalia (sabendo que foi revogada no passado)? A pré-aposentação podia ser substituída pela  atribuição de outras funções, nomeadamente, na formação e acompanhamento dos novos militares e agentes das forças de segurança. Desta forma não se desperdiçaria a experiência e os  conhecimentos adquiridos ao longo desta profissão que é importante para manter a ordem e defesa de uma sociedade que se  quer cumpridora dos direitos e obrigações democráticas. Assim, não concordo com esta reivindicação, mas sim com os tais 55 anos de idade passarem a realizar em exclusivo funções de formação e de apoio ao funcionamento diário de uma esquadra.

 

Temos umas forças de segurança num emaranhado de arames. Todavia, passou um pouco para segundo plano esta manifestação quando o deputado André Ventura vestiu a camisola do Movimento Zero e usou da sua palavra a imitar o Mário Nogueira, de megafone em riste.  Alguns doutos fazedores de comentários à pressa  dizem que foi um momento encenado por Ventura e os outros momentos de outros protestos não o são? Estupidez a minha: o megafone é para os sinceros sofredores altruístas de esquerda, nunca com o crachá da extrema-esquerda;  por seu turno,   o megafone não é para os fingidores sofredores altruístas da direita, sempre  com o crachá da extrema-direita. Muitos dirão que houve aproveitamento político, há sempre. Não acharam justo, porém o deputado Telmo Correia também apareceu para apoiar esta manifestação das forças de segurança. Aproveitaram o arame para fazer equilibrismo, no passado bem recente também subiram para o arame com o intuito de mostrarem as  suas extraordinárias habilidades de funambulismo: PCP, BE e Verdes desceram a escadaria da AR para apoiar taxistas.

 

Intencionalmente, ficou para o fim uma das reclamações mais antigas: a escassez de recursos humanos nas forças de segurança. Segundo os dados da PORDATA, tendo como referência os dados de 2017: há 217,3% de militares da GNR e 207,5% de polícias por cada 100 mil residentes em Portugal. Ou seja, havia 22.365 militares da GNR e   21.350 agentes da PSP. Portugal, na União Europeia, ocupa o quinto lugar como sendo o país com maior número de agentes da polícia tendo em conta a população residente, isto é, em média há 449,7% de agentes da polícia por cada 100 mil residentes (ver em PORDATA ou EUROSTAT). De duas,  uma: ou há muitos agentes de segurança de baixa médica ou a maior parte está escalado para fazer trabalho de secretaria. Porque se em locais com grande densidade populacional é um “cabo dos trabalhos” vê-los a patrulhar as ruas (vemos mais fiscais da EMEL…); imaginem   em cidades/vilas mais rurais em que estão cada vez menos elementos afectos a esses postos e esquadras em que o serviço de  patrulhamento nocturno é (quase) inexistente.

 

Deixo como curiosidade o seguinte dado da EUROSTAT: somos o quinto país da União Europeia com mais assaltos/furtos registados (2017): houve 115 assaltos/furtos por cada 100 mil habitantes. À nossa frente ficaram: Reino Unido (4º), Espanha (3º), França (2º) e Bélgica (1º).

A organização e eficiência das nossas forças de segurança parece, por vezes, um emaranhado de arame sem fim à vista.

 

P&O: Citações Soltas # 8

Quanto do seu tempo perde à espera e/ou na viagem de transportes públicos?

 

"A estação de Shinjuku é enorme. Basta dizer que todos os dias passam por ali cerca de três milhões e meio de pessoas. O Livro Guiness dos Recordes reconhece oficialmente Shinjuku como a estação «mais movimentada no mundo». No seu interior cruzam-se dezenas de linhas. As principais são as linhas Chūō, Sōbū, Yamanote, Saikyō, Shōnan-Shinjuku e Narita Express. As suas plataformas formam uma complexa rede de vias adjacentes; há dezasseis plataformas ao todo. Existem, além disso, duas linhas férreas privadas, Odakyū e Keiō, bem como três linhas de metropolitano, que vêm entroncar na dita rede, de lado, como cabos ligados a uma tomada. É um completo labirinto. Durante as horas e ponta, esse labirinto transforma-se num mar de gente, um mar de espuma e que ruge ferozmente ao rebentar, enquanto avança a  grande velocidade para as entradas e saídas. A torrente formada por quem procura mudar de linha emaranha-se, aqui e ali, dando origem a perigosos remoinhos. Nenhum profeta, por mais poderoso, seria capaz de dividir em dois aquele mar selvagem e turbulento.

Torna-se difícil acreditar que cinco dias por semana, uma vez de manhã e outra à tarde, um número manifestamente insuficiente de empregados da estação seja capaz de controlar, de forma eficiente e sem cometer erros graves, aquela quantidade incrível de pessoas. As situações mais problemáticas registam-se sobretudo nas horas de ponta. Todos correm para os seus empregos ou para um determinado destino. Há sempre um relógio de ponto algures e ninguém se pode dar ao luxo de chegar atrasado. Não admira que não se veja ninguém de bom humor. Ainda estão um bocado ensonados. Sem esquecer que as carruagens, onde seguem como sardinhas em lata, são um tormento para o corpo e lhes deixam os nervos sem franja. Só os mais afortunados conseguem lugar sentados. Tsukuru espantava-se sempre pelo facto de não se produzirem mais distúrbios, por não ocorrerem acidentes graves e sangrentos, envolvendo vítimas mortais. Se aquelas estações e aqueles comboios fossem alvo de algum ataque terrorista por parte de um grupo de fanáticos, sem dúvida que se registaria uma tragédia de proporções inimagináveis. Tanto para os funcionários da estação como para os agentes da polícia e, obviamente, para os passageiros. Apesar disso, a verdade é que continuava a não existir forma de evitar uma catástrofe do género, tendo em conta o pesadelo verificado, na realidade, em Tóquio, na primavera de 1995²ⁿ.

Os funcionários da estação gritam, lançam a toda a hora avisos pelos altifalantes; a melopeia que dá o sinal de saída dos comboios martela incessantemente nos nossos ouvidos e as máquinas e os torniquetes automáticos lêem em silêncio a informação contida em cartões de crédito, bilhetes e passes. Comboios que nunca mais acabam chegam e partem na estação com poucos segundos de intervalo e continuam sistematicamente a regurgitar pessoas, fazendo lembrar gado doméstico paciente e bem treinado, enquanto engolem outras e, impacientes por fechar as suas portas, arrancam e partem rumo à estação seguinte. Se no meio daquele formigueiro humano, ao subir e descer as escadas, alguém for pisado e perder um sapato, nunca mais terá a sorte de o encontrar. Tragado pelas impetuosas areias movediças da hora de ponta, o sapato desaparecerá para todo o sempre. Quanto ao seu dono, seja homem ou mulher, mais não lhe resta senão passar o resto do dia com um só sapato calçado.

No início da década de noventa, quando a economia japonesa se encontrava ainda em plena fase de crescimento económico, um influente jornal norte-americano publicou na primeira página uma fotografia dos passageiros, que captava o instante em que alguns deles se precipitavam, numa manhã de inverno, pelas escadas da estação de Shinjuku (talvez fosse a estação de Tóquio, mas para o efeito é o mesmo), em plena hora de ponta. Como que por mútuo acordo, todos os indivíduos que aparecem na foto olham para baixo, com uma expressão sombria, apagada: parecem sardinhas em lata, e não pessoas. «É possível que o Japão se tenha convertido num país rico», lia-se na legenda da fotografia, «mas, como se pode ver, a maioria destes japoneses cabisbaixos não é propriamente a imagem da felicidade.» A fotografia deu a volta ao mundo.

Tsukuru ignorava se os japoneses eram, de facto, felizes ou infelizes. A verdadeira razão, no entanto, pela qual os passageiros que desciam as escadas da apinhada e caótica estação de Shinjuku olhavam para baixo, todas as manhãs, não se prendia tanto com o seu infortúnio, mas sim com a necessidade de verem o chão que pisavam. Nas grandes estações, às horas de muito movimento, o que importa é não tropeçar nas escadas, não deixar cair um sapato (o que acontece mais vezes do que se pensa). O artigo de jornal não fazia qualquer referência ao contexto em que a fotografia tinha sido tirada. Além do mais, é provável que uma pessoa obrigada a caminhar no meio de um rebanho, enfiada num casaco escuro e de cabeça baixa, consiga manter uma aparência radiosa. Embora, por outro lado, talvez tenha a sua lógica considerar infeliz uma sociedade em que as pessoas não podem ir para o trabalho todas as manhãs apanhando o comboio sem a preocupação de perder um sapato.

Já tinha dado por si a pensar quanto tempo as pessoas perdiam nos transportes, todos os dias, a fim de se deslocarem para os seus empregos. Em média, devia oscilar entre uma hora, uma hora e meia, e estamos apenas a falar da ida. Se um típico funcionário público, casado, com um ou dois filhos, a trabalhar no centro de Tóquio, resolvesse comprar uma casa, teria forçosamente de ir viver para os subúrbios; portanto, para ir trabalhar necessitaria de contar com a tal hora de viagem, que poderia prolongar-se até uma hora e meia. O que significa que, das vinte e quatro horas do dia, perde duas ou três só na viagem de ida e volta para o trabalho. Se tiver sorte, talvez consiga ler um jornal ou um livro de bolso durante a viagem, no comboio a deitar por fora. Ou, por exemplo, no caso de ter um iPod, dar-se ao luxo de escutar sinfonias de Haydn ou ouvir conversas em espanhol para aprender a língua. Outras pessoas fecham os olhos e abandonam-se a reflexões metafísicas. No entanto, poucos estariam de acordo em considerar essas duas ou três horas como tempo útil e proveitoso. Enquanto seres humanos, quanto tempo nos é sonegado? Quanto tempo das nossas vidas se desvanece no decorrer dessas deslocações (provavelmente) desprovidas de significado entre um ponto A e um ponto B? Em que medida tudo isso nos desgasta e provoca um tremendo cansaço físico? "

Haruki Murakami, A Peregrinação do Rapaz Sem Cor

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²ⁿ Na manhã de 20 de março de 1995, em três linhas do metropolitano de Tóquio registou-se um dos mais tristemente trágicos episódios de terrorismo dos nossos dias. No livro Underground, publicado pela Tinta-da-China, Murakami traça um eloquente quadro da relação entre o atentado e a mentalidade japonesa. (N. da T.)

Portugal já tem as orelhas como as do Dumbo

Puxa-nos uma, puxa-nos duas e vamos perdendo a conta aos puxões de orelhas que Portugal acumula na caderneta de Bruxelas. Agora, dizem que  desta vez Bruxelas vai dar-nos um puxãozinho de orelhas.

Portugal com tanto puxar de orelhas já tem as orelhas como as do Elefante Dumbo. Estamos sempre a cair na esparrela e as nossas orelhas já estão tão esticadas que desta vez, honra seja feita, Bruxelas teve consideração pelas nossas orelhitas; que de enormes que estão já servem de tapete não para limpar os pés mas para varrer para debaixo o cotão fabricado pela nossa atual governança. Quando vier um novo governo ou os meninos da pastinha de Bruxelas e levantarem o tapete, digo as orelhas, terão a (des)agradável surpresa do lixo que se acumula e se esconde neste país com orelhas do Dumbo.

 E nós portugueses sabemos que temos governantes com o hábito de certas empregadas domésticas: varrer o lixo para debaixo do tapete! Quando descobrimos a travessura despedimos a empregada doméstica. E aos governantes o que temos feito?

OLHAR Musical para hoje @ 10

O músico José Mário Branco faleceu hoje aos 77 anos. Enquanto ouve a música "Do que o homem é capaz" leia a entrevista que o José Mário Branco concedeu ao Sapo 24 onde sem medo de utilizar as palavras certas nos lugares certos de forma a mostrar a melodia como está o nosso satus quo vigente: "O QUE PRECISO HOJE É FALAR MUITO, MENTIR MUITO. (...) A PRINCIPAL FERRAMENTA DA NOSSA ÉPOCA É A MENTIRA"

 

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