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Perspectivas & Olhares na planície

Perspectivas & Olhares na planície

Querida Joacine uma sugestão...

... não me interprete mal.

(Preparem a pedra para me atirar...) 

Genuinamente, estou preocupada com a Joacine Moreira porque é aflitivo ao vê-la tentar expressar-se e é traída pela malvada gaguez. E se a Joacine fosse mais melódica e cantasse as palavras que teimam em não querer sair? Popularmente, diz-se que os gagos a cantar não gaguejam. Fica a sugestão de alguém que se preocupa... 

 

P&O Curtas (81): Dia Mundial da Poupança

Vamos poupar em Beja... Eles já se habituaram

O Segundo Governo de António Costa para comemorar o dia mundial da poupança lembrou-se de Beja. Como? 

Eletrificação da linha férrea Beja/Funcheira nem no 2020 nem no 2030

Triste sina. Quando é para poupar nos investimentos públicos Beja está sempre na linha da frente. 

Afinal o Aeroporto de Beja tem tido utilidade!

Tive conhecimento do seguinte: o Aeroporto de Beja tem servido não para aterrar aviões, mas para os examinadores do IMT passearem os carros das escolas de condução no decorrer do exame prático de condução.

É um luxo ter um aeroporto vazio cativo para os examinadores do IMT.

 

Percursos definidos em aeroportos para realizar a prova  prática de aptidões e comportamentos, não sei se será  caso único a nível nacional, mas fará sentido? Ainda bem que não há um Centro Comercial Colombo em Beja, porque se  houvesse estas excelentíssimas mentes brilhantes  eram bem capazes de “magicar” um percurso de exame para os instruendos irem dar uma voltinha ao estacionamento do Colombo e executar as magníficas manobras de condução.

 

(Não faziam, pois seria invasão de propriedade privada, no caso do aeroporto como é público e está “abandonado” fazem-se estas brincadeiras intelectuais)

 

Dou graças aos céus por Beja não ter uma Marina com a mesma sorte decorativa do real Aeroporto de Beja, ou seja, sem barcos… seria mais um percurso à disposição para fazer a sempre emocionante manobra de inversão de sentido de marcha num aclive/declive ou seria mais adequada para a manobra de contorno de passeio em marcha-atrás?!

O António Costa em contraciclo

Tomada de Posse do XXII Governo Constitucional (2)

O António Costa na composição do seu Governo em Segunda Mão revela-se um chefe de estado imprudente e um indivíduo com aspirações pessoais de poder sine die ao insistir teimosamente em aumentar perante a aproximação da estação em que tudo encurta, por causa do frio evidentemente.

Anseio pela aparição do sol de inverno para tolerar este António Costa em contraciclo.

 

P&O na Planície: Bom Fim de Semana 30

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P&O na Planície: Bom Fim de Semana 30 = Hoje, no Hemiciclo foi apresentada a programação para a nova temporada de espectáculos castiços que  ficará em cartaz nos próximos quatro anos, caso o grupo de baile, entenda-se Bloco de Esquerda, não faça uma greve aos contratos precários que o seu patrão, Partido Socialista, claro está, pretende oferecer disfarçando com o aceno da promessa de serem os melhores amigos para sempre (o utópico contrato para pertencer ao quadro de honra do Governo).

Estreia à séria é sempre pautada por pequenos percalços benignos. O momento “inclusivo” tipo feminista radical coube ao assessor de Joacine Moreira: ora já se sabia que a maioria  das deputadas iriam vestidas com calças, haja alguém que faça a diferença.”*

 

O momento hilariante já era esperado, por isso, foi sem surpresa  que assistimos à dita A(Ventura) vivida pelos deputados do CDS-PP para permitir que o (Des)Ventura  André conseguisse sentar-se  na cadeirinha que lhe foi destinada no hemiciclo.

Façam lá a porta para que não seja uma (A)Ventura marcada pela (Des)Ventura a estada do André na Casa da Democracia. Ah e já agora deviam acrescentar  na porta uma aldraba de Ferro 4+4=8, mas vejam lá se o Ferro não derrete sem motivo para tal. A aldraba  servirá para o André Ventura bater com muita força e, desta forma, alertar os seus companheiros das “teatrices” que vai dar início ao seu  Monólogo CHEGA, ou  será BASTA ou então será mais um Monólogo Populista que não será diferente das peças de teatro populistas do politicamente correcto daqueles colegas da grande sala teatral da Assembleia da República que tentam colar-lhe asfixiantemente o rótulo de um prepotente perigoso à nossa democracia. Que não passa de uma democracia minada pelos grandes salvadores que se salvaram a eles próprios.



NB: *Não sei qual é o problema. Deixem lá o rapaz não encontrou um vestido xadrez para adaptar o Kilt escocês à realidade portuguesa.  Ao menos parecia ser dele o traje “vestido” e não parecia aqueles deputados em que dá a impressão que o fato foi emprestado pelo tio que veste dois números acima. Vejam as fotografias. Não escrevo os nomes para não quebrar o suspense. 

 

Portugal nunca foi a Catalunha e a Catalunha nunca foi Portugal!!

Mais rigor, sim?

 

«Quando Portugal passou para Castela [...] tínhamos poderosas armadas, imensas armas, muita gente [...]. De repente achámo-nos sem nada. Castela pôs-nos mal com todas as nações [...]»

Arte de Furtar (anónimo do séc. XVII)

 

Volta e meia, vai-se lá saber porquê, quando as coisas estão a ferro e fogo lá para os lados da Catalunha na nossa pasmaceira das colunas de opinião nos jornais e programas dos canais televisivos de informação, que aliás são sempre os mesmos rostos que ocupam os nossos “mass media”,  surge a infeliz e muito forçada comparação de um Portugal ido sob o domínio dos Filipes de má memória e a Catalunha sempre dependente.

Meu caro Historiador Rui Tavares à sua questão: E se 1640 tivesse saído ao contrário? Respondo de forma áspera e curta: a Catalunha nunca foi um estado soberano, por isso, comparar a Restauração da Independência de Portugal às ambições sucessivamente falhadas da  Catalunha ser uma nação independente (aconselho vivamente a leitura do esclarecedor texto de  opinião de Lourenço Pereira Coutinho) é no máximo ter uma grande desonestidade intelectual, e no mínimo uma inteligência  para o lado do B.

 

Monopolizam o nosso panorama mediático “Extraordinários Peritos” que carregam muito nos galões coleccionados à pressa  que deviam reservar umas das suas muitas horas vagas semanais para voltar a frequentar aulas de história numa escola dos seus bairros para relembrarem as linhas básicas do nosso Portugal no Regime Monárquico.

 

Enquanto não se decidem voltar aos bancos da escola, vou adiantando umas pequenas explicações dos capítulos:  A crise da sucessão,  o domínio Filipino em Portugal e a restauração da independência.

 

Vamos dar início à aula:

  • A Crise da Sucessão

Portugal começou a ter muitas dificuldades financeiras para suportar o seu enorme, disperso e longínquo Império Colonial nos idos anos de 1570. As causas deveram-se aos ataques às nossas embarcações e aos nossos territórios coloniais levados a cabo pelos piratas holandeses, ingleses e franceses , à perda para a concorrência muçulmana (recuperaram a rota do Levante) do nosso monopólio das especiarias orientais, obrigando-nos a abandonar algumas feitorias e praças africanas. Com o declínio financeiro do Império Português,  instigado pela nobreza, o rei D. Sebastião  decide ir conquistar novos territórios no Norte de África.

Desta feita, o D. Sebastião desembarca em Marrocos, no ano de 1578, porém é derrotado na Batalha de Alcácer Quibir onde acompanhado por milhares de portugueses acabaria por falecer. Com a sua morte e uma vez que não deixou descendentes, o seu tio Cardeal D. Henrique assumiu o trono. Em 1580, o Cardeal D. Henrique morre e, assim, os principais candidatos ao trono de Portugal eram os seus sobrinhos, que eram os netos de D. Manuel I: D. António, Prior do Crato; D. Catarina, Duquesa de Bragança e Filipe II, Rei de Espanha.

No seu testamento o Cardeal-Rei D. Henrique (1579) não designa nenhum sobrinho para seu sucessor como se prova com este excerto: “E porque ao tempo que faço este testamento não tenho descendentes que directamente hajam de suceder na coroa destes reinos, e tendo mandado requerer aos meus sobrinhos que algum direito podem pretender [...] por enquanto não declaro aqui quem me há-de suceder, declaro meu herdeiro e sucessor quem tiver o direito de ser.”

Deste modo, apesar de D. António (Prior do Crato) ter sido aclamado rei pelo povo de Santarém, Lisboa, Setúbal e outras localidades, o Filipe II  invade Portugal e leva de vencido o pequeno exército que apoiava o Prior do Crato. Mas, importa lembrar que o monarca espanhol recebeu  um grande apoio por parte dos nobres e do alto clero portugueses, pois vislumbravam com a União Dinástica uma forma de alcançarem novos cargos. Tal como, também recebeu apoio da burguesia que pretendia entrar nos circuitos comerciais do Império Espanhol que estava no seu auge.

Em 1581, nas Cortes de Tomar, Filipe II é aclamado Rei de Portugal, com o título de Filipe I: “Sendo já feito o Acto em que S. Majestade foi levantado e jurado por Rey e senhor natural destes seus Reinos e Senhorios da Coroa de Portugal. E sendo outrossim feito o Acto das Cortes, se fez o Acto em que os ditos três Estados prometeram por solene juramento, preito e menagem reconhecer e obedecer por seu Rey e senhor natural” (Actas das Cortes de Tomar, 1581).

Nas Cortes de Tomar o Filipe II de Espanha, I de Portugal, promete solenemente respeitar a autonomia de Portugal, designadamente o direito ao uso do  português como língua oficial,

 

[leu bem Historiador Rui Tavares? Por isso,  não faz sentido a sua preocupação: caso estivéssemos na situação dos independentistas o juiz não podia exigir que falássemos castelhano, uma vez que, nunca foi a nossa língua oficial. E o catalão é uma língua co-oficial. A única língua oficial de Espanha é o castelhano]

 

o uso de moeda própria e a manutenção da posse nos portugueses os principais cargos da administração civil, militar, eclesiástica e judicial. Somente a condução da política externa era comum aos dois reinos.

 

  • O domínio Filipino em Portugal à Restauração da Independência

O Filipe II (I de Portugal) cumpriu as promessas juradas nas Cortes de Tomar e a situação económico-financeira portuguesa melhorou.

Contudo, a partir de 1620, foi a vez do império espanhol atravessar uma crise financeira sobretudo devido à redução de remessas de metais preciosos oriundos da América e às guerras sucessivas que a Espanha desencadeava com os holandeses, ingleses e franceses.

Logo para fazer face às constantes despesas em que estava mergulhada a Espanha o Filipe III (II de Portugal) e o Filipe IV (III de Portugal) impunham novos impostos aos portugueses, para além, da obrigação das tropas e embarcações portuguesas participarem nas guerras em que os espanhóis estavam envolvidos. A paciência dos portugueses chegou ao limite quando o Conde-Duque de Olivares começou a nomear espanhóis para os cargos mais importantes da administração   pública portuguesa. As intenções políticas do governante espanhol (conde-duque Olivares) eram claras: “para fazer face aos seus inimigos da Guerra dos 30 anos, aniquilava as nacionalidades ligadas politicamente  coroa de Castela; reduzia Portugal, Aragão e a Catalunha, à condição de simples províncias iguais nos encargos e contribuições, e condenadas a despender ouro e sangue em guerras gerais, intentadas em favor de interesses a que porventura eram totalmente estranha.”(César Cantu, História Universal, vol. XV)

Em consequência, nascem os primeiros levantamentos populares em várias regiões de Portugal, especialmente em Évora, para principiar a luta pela restauração da nossa independência.

No Manifesto do Manuelinho (Évora, 1637) fica bem patente o desejo de findar a União Dinástica saída das Cortes de Tomar: “Fazemos saber que, motivados nós pelo amor da pátria [...] pela fome dos nossos irmãos, pela nobreza dos nossos pais, pela necessidade dos nossos órfãos, pela pobreza de que se queixa toda esta gente [...], desejando nós buscar meio para se atalharem traições e roubos tão públicos e escandalosos [refere-se aos impostos exigidos pelo governo de Madrid], queremos que morram todos aqueles que forem traidores à pátria e quiserem cobrar tributos exigidos pelo rei tirano [...].”

É verdade que Portugal livrou-se com alguma facilidade da União Dinástica (ou também designada União Pessoal: dois reinos unidos sob a autoridade do mesmo rei), porque soube aproveitar uma situação internacional que lhe era favorável: a Espanha estava em guerra com a França e estavam a acontecer as revoltas populares na região da Catalunha. Assim sendo bastou revoltarem-se umas dezenas de nobres em Lisboa, no dia 1 de Dezembro de 1640, para pôr  fim a 60 anos de domínio Filipino em Portugal. E estava restaurada a independência nacional e D. João IV era aclamado Rei de Portugal.

 

Dou por terminada a aula de História de Portugal.

 

Os opinadores de colunas de jornais e de programas televisivos têm direito a ter as suas opiniões, no entanto, não podem deturpar factos históricos levianamente para justificar as suas ideologias pessoais.

 

Em súmula e para que não restem dúvidas: Portugal nunca ficou totalmente subjugado a Espanha, conservando parte da sua autonomia. Com o acordo das Cortes de Tomar constituiu-se dois Estados ibéricos, uma monarquia dualista, ou seja, um rei para dois reinos. Antes de vivermos nesta União Dinástica (opressiva, é verdade, estivemos sujeitos ao asfixiante despotismo dos Habsburgo), já tínhamos cerca de cinco séculos de uma Nação Independente e a Catalunha nunca foi um estado, foi sempre uma região anexada.




P&O na Planície: Bom Fim de Semana 29

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P&O na Planície: Bom Fim de Semana 29 = Esta semana fiquei a saber que, de acordo com os dados do INE referentes a 2017, há perto de 330 mil crianças e jovens até aos 18 anos em risco de pobreza (representa 19% de cerca de 1.729.675 menores portugueses). O Especialista em Sociologia da Infância Manuel Sarmento, docente e investigador na Universidade do Minho, refere que: “As crianças continuam a ser efetivamente o grupo populacional mais afetado pela pobreza, designadamente o que se chama pobreza monetária, ou seja, que vivem em agregados familiares cujo rendimento per capita é inferior a 60% da mediana do rendimento nacional per capita“. Mas,  também é muito verdade que há crianças que vivem com muitas privações de bens e cuidados básicos por opções erradas dos pais, em que essas opções se consubstanciam na acumulação de créditos que consomem mais de 70%  do orçamento financeiro familiar. Como bem relembra a docente e investigadora Amélia Bastos: ”(...) há famílias que podem ter um rendimento médio elevado e as crianças viverem em condições de pobreza.”

A vida das crianças portuguesas assemelha-se a um Moinho de Vento Sem Velas: umas porque estão efectivamente a viver num contexto de pobreza mesmo com ambos os pais com trabalho (“O salário mínimo atual é de mais 78 euros mensais que em 1974”), outras crianças sofrem desnecessariamente com as prioridades egoístas dos pais em alcançar os bens materiais incompatíveis com o rendimento real de um agregado familiar.

 

Ao que parece estamos menos pobres, uma espécie de Moinho de Vento com as velas rasgadas: “2017 trouxe melhorias às condições de vida da população portuguesa, com o risco da pobreza a atingir 17,3% dos residentes em Portugal. É a taxa mais baixa desde que este indicador é tratado, 2003, ano em que um quinto dos habitantes estavam abaixo do limiar da pobreza”.

 

Convém informar, para quem não saiba, que só é considerado pobre aquele cidadão  com rendimento mensal inferior a 460 euros. Um cidadão com 463 euros mensais é um felizardo pobre e não um pobre felizardo, faz toda a diferença!

 

No contexto da União Europeia não fugimos à nossa sina de  ser um Moinho de Vento Sem Velas: “Portugal está pior do que a média dos seus parceiros comunitários (16,9%), com apenas dez países a ter piores resultados. E estes são da Europa de Leste, com exceção de Espanha (21,5%), Itália (20,3%) e Luxemburgo (18,3%).

Muitos no seu íntimo, os tais pobres de espírito que nos governam com a nossa permissão, pensarão que não faz mal sermos um Moinho de Vento Sem Velas, pois assim é mais fácil ludibriar e controlar uma sociedade com níveis de pobreza monetária acima da média. 

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