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Perspectivas & Olhares na planície

Perspectivas & Olhares na planície

Presidenciais 2016: Debate com todos os candidatos

Foi um regalo vê-los ontem na estação pública. Transcrevo umas palavras do escritor Haruki Murakami que se adaptam ao momento que estamos atravessando com a enxurrada de debates que tem marcado esta estranha forma de se ser útil à democracia portuguesa e que se esgota na candidatura ao cargo de Presidente da República.

Eis as palavras: "(...) Aos olhos da opinião pública, a coerência era um valor perfeitamente dispensável. O que as pessoas querem é assistir no pequeno ecrã a uma luta entre intelectuais que se digladiam quanto mais vermelho o sangue que corre diante dos olhos, tanto melhor. Querem lá saber se a mesma pessoa diz uma coisa na 2ª feira e o contrário 2 ou 3 dias depois..."

Haruki Murakami, Crónica do Pássaro de Corda

P&O: Citações Soltas #2

"a ignorância é que nos pacífica. a paz está toda metida na ignorância, pronta para levar as pessoas à felicidade. e isto era a receita do regime. igualzinho hoje podemos ver mas não há quem queira ver. temos um povo que compra o jornal para ler futilidades, e compra mais as revistas de alcoviteirice, e nem sequer entenderia notícias diferentes. isto não mudou tanto assim, caros amigos, apenas a falta de vergonha, que antigamente havia vergonha, e agora devem estar a tirá-la dos dicionários. toda a gente lê a bola e o problema é que a bola nem sequer explica porque é que o benfica não ganha quando não faz sentido que uma equipa daquelas, sustentada daquele modo perca desavergonhadamente. a bola não explica nada para a consciencialização dos seus leitores, que compram aquilo como  propaganda do clube e depois não podem reconhecer nos jogos a que assistem a glória anunciada, anda tudo assim um bocado desfasado do que é e parece ser. olhe, hoje é possível reviver o fascismo, quer saber é possível na perfeição. basta ser-se trabalhador dependente. é o suficiente para perceber o que é comer e calar, e por vezes nem comer, só calar. vá espiar esses patrões por aí fora. conte pelos dedos os que têm no peito um coração a florescer de amor pelo proletariado. que porra de conversa comunista. mas não é possível  deixar de ter conversas comunistas enquanto não se largar a merda das ideias do capitalismo de circo que está montado. um capitalismo de especulação no qual o trabalho não corresponde a riqueza e já nem a mérito, apenas a um fardo do qual há quem não se consiga livrar. em quem podemos ter esperança. por mais que amemos os portugueses que estão lá fora, o que vais ser de nós se eles voltam para reclamar um lugar no emprego nacional. o que seria. cessavam as remessas dos emigrantes e todos vinham comer do que é nacional e bom. já viram o que seria. acabava o dinheiro com sabor francês e ficávamos sozinhos com um euro assombrado pela mentalidade do escudo. isso é que não outra vez. até os nossos euros haviam de pensar serem escudos numa crise de identidade à portuguesa como nunca se viu outra. é que somos estuporados por todo o lado, pagamos o mesmo que a europa paga por qualquer coisa, mas ganhamos três vezes menos. temos salário de rato. salário de humanos de segunda. porque os nossos governos não têm tomates suficientes para ler a bola e ordenar que o benfica seja campeão. porra, o que é que se passa. a maior fábrica de futebol nacional não produz resultados à altura há muito tempo, e ninguém faz nada. vocês já perceberam que se o benfica fosse campeão o país até começava a levantar da letargia. dizem que têm seis milhões de adeptos, o benfica campeão havia de funcionar como combustível nos espíritos da nação e pôr esta gente toda a bulir. até a bola passaria a ser um desportivo coerente. seria perfeito. com toda a  gente a bulir, o governo teria piedade católica e aumentaria o salário mínimo nacional para valores suficientes para pôr um aparelho nos dentes dos filhos, comprar um par de botas ortopédicas, um casaco quente para o inverno, conservar o cordão de ouro que nos ofereceram no batizado, pagar o seguro do carro para poder conduzir sem um nó no estômago, (...)"

 

Valter Hugo Mãe, A Máquina de Fazer Espanhóis

O Hino das Presidenciais 2016

"Vamos ao Circo" dos Sitiados bem podia ser o hino das Presidenciais 2016.

Há uns dois meses? três ou quatro meses? Já perdi a conta das vezes que: "Aí vem, aí vem o circo..." na televisão, nas ruas os canditatos com a mesma receita das "Fotografias e aparato/ A galinha e o pato / Aí vem, aí vem o circo//

 

Ajudem o Bruno de Carvalho, Se Faz Favor!

O catráio não quer usar a mochila com GPS e o paizinho não consegue obrigar o filho a usar a bendita mochila. Seria uma chatice do quotidiano numa relação normalíssima entre pai e filho, seria, dizem bem! Mas não é o caso, pois o pai é o Bruno de Carvalho e o catráio o Jorge Jesus! O paizinho anda "desnorteado" com a segurança do seu catráio e não há maneira de o obrigar a usar a mochila com GPS. Por sua vez, o filho diz ao paizinho para não se preocupar e que não precisa de mochila com GPS nenhuma! Por isso, alguém ajude o Bruno de Carvalho, por favor a convencer o seu ai Jesus? O Bruno de Carvalho acredita que era melhor o Jorge Jesus andar com a mochila com GPS a tiracolo para afastar os predadores e os manipuladores, porque o seguro morreu de velho, e assim monitorizava o seu rico catráio e evitava que ele aceitasse novas aventuras!

 

 

 

Que OLHAR Oportuno… {6}

Perguntar não ofende...

G. Pesce – Ponto de Interrogação, 1996

G. Pesce – Ponto de Interrogação, 1996

 

O Presidente da Câmara Municipal de Serpa resolveu empregar mais funcionários para varrer as ruas de Serpa, achou e mal que a equipa escalada para a limpeza das ruas é pequena; na realidade existe é uma péssima organização dos recursos humanos, o que origina um natural sub-rendimento.