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Perspectivas & Olhares na planície

Perspectivas & Olhares na planície

P&O Sui Generis 3

Comendador Rui Nabeiro, como assim? Cafés da Colômbia, Brasil, Angola ou Timor são normais. Agora café de Portugal? Onde é que fica a plantação de café em Portugal que eu não dei por isso? Não me diga que é nas terras de Campo Maior que fica a plantação capaz de encher sacos e saquinhos para comercializar em grande escala. Que eu saiba a única plantação da Europa situa-se precisamente em Portugal, na ilha de São Jorge, nos Açores. Porém,  como o dono refere: a produção chega e sobra para os cafés que a família vende, mas está posta de parte a possibilidade de vender a outros comerciantes. O Alentejo de vez em quando produz milagres!

 

 

P&O Curtas (12)

O tempo veio dar razão ao Paulo Futre, com a abertura de dez escolas de formação do Sporting na China, nos próximos tempos vão mesmo aterrar um sem fim de voos charters com chineses em Alvalade. O Bruno de Carvalho bem pode começar já a abastecer a despesa do Sporting com carradas de arroz e caixotes de pauzinhos chineses...

P&O Curtas (11)

O SEF já fez a sua função pedagógica ao avisar as pessoas para não trazerem famílias refugiadas para Portugal sem cumprir os requisitos legais que estas operações específicas de acolhimento de refugiados requerem. Depois não se admirem que possam existir detenções, simplesmente, estar-se-á a cumprir a lei.

O tempo real e o tempo segundo Cavaco

Antes das eleições o Presidente estudou todos os cenários possíveis… afinal estudou todos menos o que resultou das referidas eleições, ou não estaríamos ainda à espera das conclusões de tal estudo. Parece aqueles alunos cábulas que tiram sempre negativa e dizem que estudaram muito mas, apenas por azar, não saiu a matéria que estes estudaram… que abrange quase tudo.

Para atrasar ainda mais, resolve fazer férias no meio da reflexão e ouvir tudo e todos… ao que parece pela imagem até os Simpsons têm direito a audição. Espero que não se lembre de ouvir jihadistas ou então é que o país vai mesmo pelos ares.

cavaco.jpg

 

P&O do Passado IX

Relação cristãos-muçulmanos

  1. A intolerância religiosa

Que vergonha não seria par nós se essa raça infiel, tão justamente desprezada, que degenerou da dignidade humana, vil escrava do demónio, levasse a melhor ao povo eleito de Deus Todo-Poderoso (...). De um lado estarão miseráveis, privados dos verdadeiros bens, e do outro homem cumulados das verdadeiras riquezas; de um lado combaterão os inimigos do Senhor e do outro os seus amigos.

Pregação de Urbano II, em Clermont, antes da 1.a  Cruzada (1095)

  1. O intercâmbio comercial

No seu território, os cristãos

 

É Presidente da República de Portugal ou da Aldeia da Terra?

O Governo de Passos Coelho e Paulo Portas caiu e o pensionista Presidente da República não tem pressa em apresentar a sua decisão: ou dá posse a António Costa ou vai dar luz verde a um Governo de gestão que irá fazer de conta que governa até à ressurreição de Jesus Cristo. Não há ninguém da sua equipa presidencial, o impoluto Dias Loureiro, por exemplo, que lembre ao Cavaco Silva que não é Presidente da República da Aldeia da Terra - a aldeia mais caricata de Portugal -, mas sim de um país pertencente à União Europeia e à NATO - "clubes' que são tão caros para o cidadão de Boliqueime - chamado de Portugal. Todavia, se ambiciona ser Presidente da República eterno da Aldeia da Terra, que foi classificada de interesse cultural pela Secretaria de Estado da Cultura, aconselho-o a pedir ao artesão e artista plástico Tiago Cabeça para construir uma escultura fiel a si em terracota - Tiago não se esquece do bolo rei na mão -, para ir fazer companhia às outras personagens que compõem este  "presépio" pagão.

 

Aparte: sugiro a visita à Aldeia da Terra: jardim de esculturas que se situa em Arraiolos (Alentejo). Aberta 365 dias por ano, entre as 10h e as 18h, com preços de visita que vão dos 3€ para crianças a 5€ para adultos.  Mais informações aqui.

P&O Sui Generis 2

Quando estamos perante uma cobertura jornalística de acontecimentos importantes, eventos trágicos e/ou anómalos, existe uma ânsia de esticar os directos, mesmo que não haja nenhuma informação nova ou relevante para compreender melhor o sucedido, se for o caso. Por via dessa atitude os repórteres protagonizam momentos arrepiantes de divagações caricatas e lunáticas, o mais recente exemplo foi o da jornalista da SIC Catarina Neves. Não sabendo mais o que dizer sobre os atentados terroristas em Paris, a jornalista resolveu acrescentar o seguinte: era engraçado, que por causa da abundância de velas, estava no ar um cheiro perfumado. Ora que raio de constatação é essa? Para espanto meu, a referida jornalista pensando que está a dizer alguma coisa profunda e comovente, voltou a enfatizar que permanecia o cheiro a cera perfumada. Será que a jornalista no próximo directo irá revelar o aroma das velas? Já estou a ouvi-la: é consolador a diversidade de aromas que emanam das velas. Circula no ar uns intensos perfumes a canela, a baunilha, a morango e, não sei se é a pêssego ou a alperce...

Atentados terroristas: sugestão de leitura

O que há para dizer sobre estes atentados em Paris? Tanta coisa haveria para abordar e analisar. No entanto, fico-me apenas com uma sugestão de leitura: As Identidades Assassinas de Amin Maalouf. Para estes e futuros atentados terroristas todos os ocidentais e não só deviam reservar parte do seu tempo livre para ler este interessante, lúcido e intencional ensaio no qual o autor predispõe-se a "tentar compreender de que modo a dita mundialização exacerba os comportamentos identitários, e de que modo poderia ela toná-los menos assassinos" e assim, aborda diversos assuntos, de entre os quais: a complexidade do mundo Islão e o facilitismo em tirar conclusões definitivas sobre os povos e as suas religiões; o ocidente impor a sua modernidade e os outros povos terem de assimilar a sua cultura e estilos de vida e variadas vezes é o ocidente que aumenta o seu poderio económico e não o contrário; a marginalização do mundo muçulmano; a explicação das heranças denominadas por horizontal e vertical; a apresentação da forma de hoje em dia entendemos e definimos a noção de identidade; a importância da Internet para difundir uma ideia com extrema facilidade; a reflexão sobre a língua, a língua materna e as suas desigualdades; a referência ao facto de os órgãos governativos em todas as nações mundiais serem ocupados por comunidades dominantes em detrimento das minorias étnicas e culturais; o poder do sufrágio universal e como tem sido mal aplicado (imposição e falseamento dos votos); nas democracias existirem inflexibilidades, quem governa são os partidos pertencentes aos grupos dominantes, as minorias têm pouca ou nenhuma representatividade na governação de um país.

 

Seguem-se alguns excertos de As Identidades Assassinas de Amin Maalouf:

“ (...) Metade francês e metade libanês? De modo algum! A identidade não se compartimenta, não se reparte em metades, nem em terços, nem se delimita em margens fechadas. Não tenho várias identidades, tenho apenas uma, feita de todos os elementos que a moldaram, segundo uma dosagem particular

 

Açorda alentejana com pimenta?

Veio num dia destes na revista de domingo do Correio da Manhã uma receita de açorda alentejana e pergunto-me onde terão ido buscar esta maneira de fazer a açorda alentejana? A forma como sugerem a feitura da açorda é sublime, mas no ponto de vista negativo, começando pelos quatro dentes de alho – um exagero, sendo a receita para quatro pessoas -, e terminando com a pimenta. Pimenta na açorda alentejana? Se é uma reinvenção da açorda bem podiam ter mencionado e apelidá-la de uma espécie de sopas de pão com alhos e pimenta, pois é no mínimo insultuoso chamar de açorda alentejana a esta receita muito rebuscada. Os alentejanos ficam envergonhados desnecessariamente, não acha senhor diretor?

 

Onde vou colar este autocolante?

Estou de acordo que a comunicação social deva divulgar informações de todos os actores que participam nos vários sectores da nossa sociedade, principalmente dos actores que ocupam cargos públicos e/ou políticos. No entanto, é obrigatório respeitar as regras e as leis que regem a nossa democracia e neste caso específico o Correio da Manhã devia ter esperado pelo levantamento do segredo de justiça do processo do antigo primeiro-ministro português. Com a premissa “jornalismo sem segredo” constrói as suas notícias com informações ilícitas, que não podiam ser ainda divulgadas, assim é fácil, preencher as páginas dos jornais para serem colocadas nas bancas no dia seguinte. Como se pode catalogar este género de jornalismo? Jornalismo de investigação nunca poderá e nem deve ser considerado. “Sem imprensa livre não há democracia”: em muitos momentos o Correio da Manhã não quer esperar e implementa um regime à sua medida em Portugal: o anarquismo.

 

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