No fim ganharam todos, perderam todos e empataram todos… como resumiu Ricardo Araújo Pereira.

Tudo parecia apontar para que a abstenção diminuísse mas eis que não… e tudo porque a Senhora de Cor-de-rosa (grande sensação da campanha) não constava dos boletins de voto.

A maioria dos votos foi para a mesma Coligação de Direita mas ao menos serviu para que Passos e Portas voltassem a falar em consenso e diálogo… palavras essas que não faziam parte do seu dicionário durante a última legislatura. Congratulamo-nos pelo enriquecimento da Língua Portuguesa e esperamos congratularmo-nos também pelo não esvaziamento dos nossos bolsos como foi hábito.

Como é que ninguém descobriu a principal e única razão da não comparência do Cavaco Silva na cerimónia de celebração do 5 de Outubro? Ó minhas senhoras e meus senhores o nosso mui adorado Cavaco Silva foi comprar cola a uma loja dos chineses para colar todos os deputados do PS aos deputados da coligação PÁF. Os outros faltosos também tinham afazeres inadiáveis: o António Costa foi fazer um seguro de vida para se proteger da fúria dos Seguristas. O desaparecido Paulo Portas foi comprar no mercado negro um grande stock de "boa-noite Cinderela" para ministrar a todos os deputados eleitos pelos partidos de esquerda, para o orçamento do estado passar sem espinhas. Já o Passos Coelho foi a um laboratório farmacêutico para mandar produzir um antídoto para o veneno que em tempos aplicou ao Sócrates e agora o Costa lhe vai dar numas cavacas servidas à hora do chá das cinco.  

Ouvi num órgão de comunicação social a lançar a interrogação alarmista de quem irá formar governo se um partido com mais votos ou um partido com mais deputados eleitos?

Segundo a Constituição da República Portuguesa o sufrágio direto, secreto e periódico constitui a regra geral de designação dos titulares dos órgãos electivos da soberania, das regiões autónomas e do poder local (n.1, do art.º 113.º), sendo os órgãos de soberania o Presidente da República, a Assembleia da República, o Governo e os Tribunais (n.1, do art.º 110.º).

Em súmula, o partido ou coligação que obtiver maior votação deve formar Governo.

Apesar de haver quem tenha opinião diferente, eu considero que é uma falsa questão e serve para que o esquecido Cavaco Silva, o Presidente da República que infelizmente continua em funções, apareça uns minutos nos serviços noticiosos e proporcionar-lhe uns momentos de relevância que claramente não goza para nenhum cidadão português continental ou insular.