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Perspectivas & Olhares na planície

Perspectivas & Olhares na planície

O país de sempre!

Caríssimos leitores

 

Sei que estavam com saudades minhas… aqui estou de regresso de umas férias de 3 semanas!!! Pertenço ao grupo de portugueses que ouve com atenção o que diz o nosso presidente, mas nunca faz o que ele diz. Apesar do apelo do Sr. Silva para que passássemos as férias em Portugal, logo que pude deixei o país.

 

Muitas maravilhas, lugares e costumes para descobrir na velha Europa, mas também alguns contratempos… especialmente com o café … em média 1.60 na Espanha, 2.5 euros na França e 3 na Suíça (5 euros por uma garrafa de água de 1,5 l)… enfim foi bom para diminuir o vício do cafezito!

 

Em Viena de Áustria o meu grupo resolveu comprar bilhetes para um espectáculo de Mozart e Strauss a vendedores de rua. Confesso que (mentalidadezinha portuguesa!) fiquei surpreendida quando cheguei ao lugar indicado e vi que era realmente uma sala de espectáculo … não quero ser maldizente, mas se o bilhete tivesse sido comprado numa rua de Lisboa certamente indicaria um beco escuro na Cova da Moura.

 

Regresso a Portugal e deparo-me com o mesmo de sempre… incêndios… sempre as mesmas imagens (fumo e árvores a arder), as mesmas perguntas estúpidas dos jornalistas (- Como é que se sente? O que vai fazer agora?). Se me entrevistassem, certamente respondia (- Sinto-me lindamente e sentir-me-ei melhor ainda quando lhe bater com o microfone na cabeça!)

A televisão noticia mais uma crise do Benfica… (e ainda mal começou o campeonato), fala-se também sobre a crise do país (que já se arrasta há 867 anos, desde Afonso Henriques).

 

Vejo reportagens sobre depressão pós-férias. Pensando bem talvez aceite a sugestão do meu vizinho do lado, psicólogo conceituado aqui na city que me disse que pagando a consultinha de 70 euros me passa o papelito a dizer que sofro de depressão (logo confirmado pelo meu médico de família… que já nem me conhece pois não falo com ele há mais de 2 anos). Assim, só entrarei ao trabalho em Dezembro (pouco antes das férias de Natal)!

(É por essas tretas inventadas na televisão e por estes profissionais do capital que quem verdadeiramente sofre desta doença é vitima de muitos comentários maldosos)

 

Deixo-vos apenas com mais uma história típica deste país de loucos. Hoje quando saí para tomar um cafezito… uma das nossas únicas coisas boas… deparei-me com a vizinha do andar de baixo a empacotar sacos e mais sacos para dentro do carro. Perguntei-lhe se ia mudar de casa e ela disse-me que sim. Perguntei-lhe para onde e esta respondeu-me que não sabia. (Nesse momento pensei que esta provavelmente endoidecera e peguei no telemóvel a fingir que tinha uma chamada… não sei explicar porquê mas a verdade é que pegamos sempre no telemóvel quando não sabemos o que fazer).

Aquela depois acrescentou que estava à espera que saísse uma suposta lista de professores do ministério de Educação… que poderia sair hoje ou amanhã. Tinha de deixar a casa no máximo amanhã (dia 31) para não pagar outro mês de renda e tinha que se apresentar na nova escola no dia 1 de Setembro e que esta escola poderia ser em Trás-os-Montes (isto para quem está no Alentejo profundo ainda é um pouco distante!)

Mas então o ministério não poderia ter publicado já a lista? Ao menos com 15 dias de antecedência! Também não sei qual é o louco que no país destes se lembra de ser professor!

 

Desejo a todos um bom reinício de trabalho e lembrem-se que nem tudo é mau… há sempre as pausas para café, para tabaco, o facebook… o verdadeiro trabalho pode esperar. Já dizia Fernando Pessoa “Nunca faças hoje o que podes deixar de fazer também amanhã”

 

¡Adiós!

Um exemplo: "Alvito é ilha em oceano de desemprego"

Há Câmaras Municipais que só damos por elas quando há festas, festarolas.... são autênticas empresas de gestão de eventos, com uma grande nuance, o orçamento provém do contribuinte.

Assim, é fácil ser autarca... mas a culpa também não é só dos autarcas, é das pessoas que votam neles repetidamente.

 

 

 

"No Baixo Alentejo, onde o desemprego é elevado, há um concelho onde todos têm trabalho. Em Alvito só não trabalha quem não quer, diz o autarca da terra, que aposta em fazer a ponte entre trabalhadores e empresas."