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O SPORT LISBOA E BENFICA sagrou-se CAMPEÃO Nacional de Futebol 2009/2010, alguém roído de inveja diria que o Benfica "venceu a liga dos túneis"* (Vendia a alma ao diabo para ser o FCP a fazer a festa)
Ah e como estamos em Portugal, tem que existir sempre uma polémica e/ou questões mal resolvidas, as três formas diferentes de contar os títulos. (O GLORIOSO É SEMPRE O MELHOR... não adianta....)
Extractos de um artigo de Eça de Queirós publicado anonimamente na «Revista de Portugal»:
"(....) progressivamente, se tem ido o Partido Republicano1 recrutando entre todas as classes e todas as profissões, a advocacia, a magistratura, o professorado, o comércio, e mesmo a propriedade rural, pela acção lenta de causas diferentes, das quais a maior incomparavelmente, e a única que incessantemente opera, é a de um forte descontentamento político.
E o que torna este descontentamento político tanto mais vivo, e por assim dizer activo, é que ele tem o estímulo constante de um imenso descontentamento individual, nascido das dificuldades de vida que cada um experimenta. É a nossa pobreza geral que complica singularmente a nossa crise política. Em casa onde não há pão todos ralham e todos têm razão – porque é deste modo que o provérbio deve ser entre nós emendado. O célebre publicista Edmundo About afirmava que nada era mais favorável aos governos em França do que o vento do sudoeste -porque é ele que traz as chuvas e prepara as boas colheitas. A oposição a um governo ou a um regímen nunca toma com efeito um carácter impaciente, violento e destrutivo quando cada um tem pão bastante na prateleira ou um saldo favorável no seu banco. Todo o regímen parece bom, pelo menos perfeitamente tolerável, ao pai de família que se sente na abundância. A mudança de regímen, e as perturbações sociais que lhe vêm inerentes, só lhes inspiram então inquietação, por poderem alterar ou anular as condições favoráveis em que a sua prosperidade se produziu. Entre nós é justamente o contrário que sucede. Ninguém vive na abundância e todos se encontram em dificuldades. Sofre o empregado pela pequenez dos ordenados; sofre o operário pela escassez dos salários; sofre o lojista pelos limitados meios de comprar de que dispõe o público; sofre o comerciante pela estagnação das transacções; e sofre o agricultor pela longa crise agrícola que lhe desvaloriza a propriedade. Todos sofrem; e ainda que muitos só se deveriam queixar da sua falta de iniciativa, de persistência, e mesmo de coragem civil, todos à uma se voltam contra um regímen que eles consideram como o causador de todos esses males públicos de onde datam os seus males particulares. Em todas estas classes se encontra com efeito a mesma opinião expressa pela mesma fórmula: -isto assim não pode continuar! Isto é a desorganização administrativa, política e económica. (...)
(...) Que resta pois? Resta, como esperança, o sabermos que as nações têm a vida dura, e que o nosso Portugal tem a vida duríssima. E se os que estão no poder porfiarem sempre em cometer a menor soma humanamente possível de erros e realizar a maior soma humanamente possível de acertos, muitos perigos podem ser conjurados e a hora má adiada. O interesse de quem tem o poder (como dizia ultimamente, nestas mesmas páginas, tratando do Brasil, o Sr. Frederico de S) está todo e unicamente em acertar. Senão já por dever de consciência e de patriotismo, ao menos por egoísmo, por vantagem própria e individual, por ambição mesmo do poder, o esforço constante de um governo deve ser acertar. Entre nós têm-se visto governos que parecem absurdamente apostados em errar, errar de propósito, errar sempre, errar em tudo, errar por frio sistema. Há períodos em que um erro mais ou um erro menos realmente pouco conta. No momento histórico a que chegamos, porém, cada erro, por mais pequeno, é um novo golpe de camartelo friamente atirado ao edifício das instituições; mas ao mesmo tempo tal é a inquietação que todos temos do futuro e do desconhecido, que cada acerto, cada bom acerto, é uma estaca mais, sólida e duradoura, para esteiar as instituições, Toda a dúvida está em saber se ainda há, ou se já não há, em Portugal, um governo capaz de sinceramente se compenetrar desta grande, desta irrecusável verdade. "
Fonte: Eça de Queirós, «Novos Factores da Política Portuguesa», Revista de Portugal, Volume II, Abril de 1890
1 - poderíamos substituir pelo PS, PSD (os partidos que têm alternadamente assumido os destinos de Portugal)
Impressiona, mas é incontornável, MUDÁMOS MUITO POUCO.
Para esquecer a crise nada melhor do ver o Bruno Nogueira na Ovibeja… extremamente divertido!!!
Fico boquiaberta quando ouço alguns administradores de empresas privadas alegarem que o governo deveria retirar o subsídio de férias à função pública. E para quê?
Porque assim iriam a correr tirar também esse subsídio aos seus trabalhadores em nome de uma pretensa igualdade (mesmo se tivessem lucros de milhões)… porque a igualdade só serve para retirar benefícios aos que menos têm.
Agora Pergunto?
Porque se hão-de retirar esses subsídios aos que deles mais necessitam para equilibrar as contas se:
- há dinheiro para renovar as frotas de carros dos ministérios com veículos da mais alta cilindrada - vejam o exemplo do presidente francês que anda de Peugeot (pode ser para publicidade à marca mas é certo que a escolha de outras marcas actualmente tão confortáveis como os BMW e os MERCEDES pouparia milhões aos cofres públicos)
- os gestores das grandes empresas com grande participação pública (muitas vezes a ter lucros porque são as únicas no mercado e aumentam os preços dos serviços aos consumidores) continuam a receber prémios milionários por cumprir os objectivos que mais não são do que o seu trabalho (essas mesmas empresas depois querem nacionalizar os prejuízos… claro que quando é lucro os accionistas arrogantes é que decidem onde o hão-de investir)
- há dinheiro para construir grandes aeroportos e milhentas auto-estradas Lisboa-Porto certamente para que os passageiros possam apreciar as variadas paisagens (o que não deixa de ser um pouco estúpido numa auto-estrada) (algumas grandes obras podem ser muito relevantes no futuro... já outras...)
- há dinheiro para pagar passagens semanais Lisboa-Paris a uma deputada que certamente é demasiado importante para viver em Lisboa. (Parece que agora ganhou um pouco de vergonha e decidiu pagar as contas do seu bolso… mas a culpa não é dela … é de quem o permite) E depois vem dizer que é populismo… pois só diminuir os salários de quem mais trabalha é que não é populismo!
Porque pagam sempre os mesmos?
E é também vergonhoso que a União Europeia não tenha capacidade para agir perante este ataque especulativo ao euro… através do ataque aos países mais fracos (muitos certamente meterão muito dinheiro ao bolso com os juros altíssimos que promoveram!!!)
Estou cada vez mais de acordo com a velhota que conheci outro dia num pacato café da cidade de Évora…
Dizia ela: SÃO TODOS UNS F…. DA P…
O portal de promoção externa do Turismo de Portugal (www.visitportugal.com) já pode ser consultado em mandarim, a entrada em funcionamento desta plataforma promocional acontece em simultâneo com o arranque da Expo 2010 Xangai, considerada a maior exposição universal de sempre e onde o Turismo de Portugal também está presente. (Turismo de Portugal)
Vejam a informação turística sobre o 阿连特茹 (Alentejo)
Consultar em mandarim aqui
p.s. já não há motivo para a comunidade chinesa residente em Beja e arredores não fecharem o negócio por uns dias e partirem à descoberta do Alentejo e do resto do país e ilhas.