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Perspectivas & Olhares na planície

Perspectivas & Olhares na planície

JCP ressuscita todos os anos o mesmo: fim dos exames nacionais.

A Organização do Ensino Secundário da JCP está contra os exames nacionais, de outra coisa não se poderia esperar, mas tudo bem, cada um defende o que quer, em conformidade com os seus interesses.

 

 

No comunicado apresentam as principais justificações: 

1 - um método injusto e pedagogicamente errado por levar os estudantes não a aprenderem ou adquirirem conhecimentos mas a sim a decorar a matéria que sairá nos exame, ai sim?! Mas só acontece esta situação nos exames?? então nos testes que se realizam ao longo do ano lectivo não acontece a mesma coisa, ou seja, decorar a matéria, sem saberem bem o que estão a decorar e acompanhados sempre com os auxiliares de memória (as famigeradas cábulas). Contundo compreendo esta justificação, ora vejamos: nos exames nacionais não sabem exactamente quais os conteúdos do programa curricular das disciplinas que irá sair, o que leva a estudar/rever tudo, já nos testes sabem com exactidão o que sai (é mais fácil fazer as cábulas).  Não concordam comigo?
2 - constituírem um muro para que a maioria dos filhos dos trabalhadores não possam aceder aos graus mais elevados de ensino (...) por não terem a capacidade de pagar explicações e os livros de apoio. Ai é? Então é culpa dos exames, ou será mais o facto de os pais não poderem financeiramente pagar os estudos universitários aos filhos, bem me parece que é esta opção.´Por outro lado já há outras maneiras para frequentar a universidade e nem é preciso ter o 12.º ano (uma tristeza...). Só faltava vir à baila as explicações e os livros de apoio.... os professores estão lá é para explicar e voltar a explicar, é a função deles, no caso de explicar mal, exijam que expliquem melhor, em segundo lugar os livros de apoio, com a internet nas escolas, não podem fazer por sua iniciativa as pequisas e compilar a informação para cada disciplina, e mais, estão online os exames nacionais e respectiva resolução, é só procurar.... (dá trabalho, eu sei... desculpem lá esta ideia grosseiramente desagradável), por outro lado, não tem amigos que emprestem esses tais livros de apoio (ou já não há o espiríto de entreajuda entre amigos, deve estar fora de moda...) e por último, as bibliotecas escolares não têm livros de apontamentos, resumo de matérias, exercícios? (ah são alérgicos às bibliotecas, compreendo-os tão bem... ).
Um aparte "os filhos dos trabalhadores", então incluem todos os trabalhadores: bancários, empresários, advogados (estes também trabalham).... ou queriam dizer os filhos de trabalhadores da classe média baixa, baixa?, deve ser isso.
3 - " em duas horas colocar em causa todo o trabalho realizado ao longo de dois ou três anos, consoante a duração da disciplina", bem-vindos ao mundo dos adultos e ao sentido de responsabilidade.

 

 

Em síntese querem maior FACILITISMO, não basta o que já existe: têm menos exames nacionais que outrora; mais fáceis; melhor acesso aos materiais de auxílio ao estudo.
Nunca pensei escrever isto, chegou-se ao despautério da banalização, não sabem dar valor às excelentes oportunidades que hoje estão ao seu dispor, desvalorizam tudo, querem mais isto e aquilo para terem menos trabalho... puxem pela imaginação, criatividade, meus Caros Alunos, porque tem quase tudo feito... Só falta vir reivindicar a possibilidade de levar os exames para casa e entregar no dia seguinte ou pior, exigir que os professores façam os exames por eles.

 

 

Haja paciência para estas reivindicações.

 

 

Os Excelentíssimos Alunos têm a obrigação perante a escola actual fazer muito mais, mas muito mais... não basta culpar o governo, os professores, as escolas, o meio sócio-económico desfavorecido onde estão inseridos.

 

 

Não posso deixar de referir que é imperioso pedir maior sentido de responsabilidade a estas organizações, associações, sindicatos em ponto pequeno.

2 comentários

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    /i. 08.09.2010

    Boa noite Sr. Lemos, em primeiro lugar agradeço a exposição do seu ponto de vista em relação aos exames nacionais. Respeito a sua opinião e até porque não temos que seguir a opinião da maioria e no fim de contas todos temos razão, como escrevi no início do post: cada um defende o que quer, em conformidade com os seus interesses e acrescentaria de acordo com as suas vivências, por isso tenho legitimidade em argumentar desfavoravelmente os pontos de vista, que neste caso são da JCP.

    Irei contra-argumentar dois pontos, para mim os mais relevantes e porque há questões que visivelmente não estamos de acordo, e não acrescentaríamos nada ao “debate” e estaríamos às voltas e não saíamos do mesmo sítio.

    Posto isto:
    1- defende que "a escola não é suposto ser uma coisa "difícil"", foi o Sr. que colocou nesses termos.... porque o que se trata é de facilitismo, ou seja, fazer desaparecer uma etapa do ensino, pois é isso que os exames nacionais são, uma etapa e não o bicho papão. E assim, ficamos sem um método de avaliação externa, que permite avaliar o estado do ensino em Portugal, porque não é com avaliação interna, levada a cabo pelos docentes que podemos avaliar, melhorar o ensino.
    É pena o Ministério da Educação e a Comunicação Social usarem os resultados para fins estatísticos para fazer listas com as melhores escolas e no ano lectivo seguinte, assistirmos a uma correria para tentar inscrever os filhos naquelas escolas melhor posicionadas, em vez de analisar os dados de acordo com as especificidades do meio socioeconómico em que a escola está inserida. (desta forma os exames estão a ser subaproveitados, pq poderiam ser um instrumento para diminuir as assimetrias e os casos de escolas onde os problemas sociais/familiares são gravíssimos)
    Quando penso que sem exames irá haver maior facilitismo, refiro-me à postura dos professores médios e maus (como em todas as profissões e não só nesta), que precisam do estímulo dos exames nacionais para cumprirem o programa, os testes são feitos com mais cautela e exigência, ou elevam os critérios na exigência da avaliação dos testes (tantas vezes dizem, usei o método de correcção usado nos exames nacionais) para que as classificações internas não sejam muito diferentes dos resultados dos exames.
    Os fantasmas dos exames nacionais, infelizmente produzem estas posturas, e por ironia fará com que os alunos sejam seres pensantes, porque ao longo dos anos têm que ter outra postura e ler e interpretar toda a matéria leccionada para ultrapassar a ultima etapa do sistema de ensino português (mesmo no caso que frisou, têm que estudar para passar, saber fazer os exercícios de matemática, química, física, analisar um poema no caso do português). Ah e quando diz que “em duas horas se põe em causa o trabalho de 3 anos, então é isso que deve ser combatido”, o que diriam os atletas de alta competição (atletismo, judo..) que treinam afincadamente, com planos de treinos e alimentares rígidos, e no caso do judo, chegam aos campeonatos do mundo/europeu, e em menos de dez minutos podem perder a passagem à roda seguinte e deitam por terra os sacrifícios que levaram a cabo durante 2 anos para poderem estar presente nos campeonatos do mundo/ europeu da modalidade.
    E quer queira, quer não, sem esta etapa (avaliação externa) no ensino existiria maior facilitismo, ou seja, encaravam a escola como um sítio em que é necessário pouco esforço, empenho, disciplina e se encontrassem um professor mais benevolente e permissivo, eram “favas contadas”, pois saberiam que só existiria a avaliação interna. Para mim os exames nacionais dão um pouco mais de credibilidade, qualidade ao ensino (evidentemente isto só não chega, mas é um passo, falta limar este passo e dar o resto dos passos). O Sr. está a ser redutor, acabam-se com os exames nacionais (há brancas, nervosismos e não sei o que mais…), e teremos um ensino de excelência e maravilhoso. Nada mais falacioso, o sol não se tapa com uma peneira.
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